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Ogilvy Xangai dá voz a bebês chinesas em campanha da Dove

Campanha "Real Beleza" é levada para crianças que ainda nem nasceram

Campanha "Real Beleza": por meio de pinturas feitas nas barrigas de grávidas, os bebês não nascidos perguntam se os pais ainda o amariam se eles nascessem fora dos padrões de beleza (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 15h49.

São Paulo - Graham Fink, diretor de criação da Ogilvy & Mather China, foi contratado pela rede do WPP para cuidar da filial chinesa da agência em 2011. Desde então, fez história ganhando prêmios, como o Grand Prix em Outdoor no Festival de Cannes de 2012. Agora, o mesmo criativo resolveu levar a campanha da “Real Beleza” de Dove , da Unilever, para um novo patamar.

Anúncios impressos desenvolvidos por sua agência dão voz a garotas que ainda nem nasceram. Por meio de pinturas feitas nas barrigas de grávidas, os bebês não nascidos perguntam se os pais ainda o amariam se eles nascessem fora dos padrões de beleza.

"Se você soubesse que eu fosse nascer com um nariz achatado, ainda me amaria?", questiona uma das peças. "Se você soubesse que eu fosse crescer para pesar 70 kg ou mais, eu ainda seria seu bebê?", pergunta outra imagem.

Ter um bebê na China não é algo fácil, principalmente num país que possui bilhões de bocas para alimentar (1,34 bilhão de habitantes). Além disso, o controle de natalidade, que só permite um filho por família, acaba sendo ruim para crianças do sexo feminino já que, em sua maioria, a população acaba preferindo ter um filho homem.

O que ocorre com as crianças mulheres? Uma pesquisa, publicada pelo "British Medical Journal" em 2005, revelou que muitas mulheres chinesas abortam quando estão grávidas de uma menina, exatamente por causa do estrito controle de natalidade. Isso provoca um excesso no número de homens no país mais populoso do mundo.

Fink e sua equipe da Ogilvy tocam na ferida de duas maneiras, uma delas é pelo lado do consumo. A China cresce, sua população também e, consequentemente, as mulheres de lá compram os produtos de beleza da Unilever na busca pela beleza. Neste ponto, é a mesma provocação que a Ogilvy Brasil lançou mundo afora com a campanha " Retratos da Real Beleza ".

A outra parte da provocação criada pela Ogilvy Xangai é que, num país onde as mulheres abortam suas filhas, dar voz a estas garotas é algo digno de prêmio.

Aliás, a campanha de Fink lembra um clássico de Charles Saatchi. Um anúncio em que o publicitário colocou uma barriga de grávida num homem e perguntou "Você tomaria mais cuidado se você ficasse grávido?". A peça promovia métodos anticoncepcionais.

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São Paulo - Graham Fink, diretor de criação da Ogilvy & Mather China, foi contratado pela rede do WPP para cuidar da filial chinesa da agência em 2011. Desde então, fez história ganhando prêmios, como o Grand Prix em Outdoor no Festival de Cannes de 2012. Agora, o mesmo criativo resolveu levar a campanha da “Real Beleza” de Dove , da Unilever, para um novo patamar.

Anúncios impressos desenvolvidos por sua agência dão voz a garotas que ainda nem nasceram. Por meio de pinturas feitas nas barrigas de grávidas, os bebês não nascidos perguntam se os pais ainda o amariam se eles nascessem fora dos padrões de beleza.

"Se você soubesse que eu fosse nascer com um nariz achatado, ainda me amaria?", questiona uma das peças. "Se você soubesse que eu fosse crescer para pesar 70 kg ou mais, eu ainda seria seu bebê?", pergunta outra imagem.

Ter um bebê na China não é algo fácil, principalmente num país que possui bilhões de bocas para alimentar (1,34 bilhão de habitantes). Além disso, o controle de natalidade, que só permite um filho por família, acaba sendo ruim para crianças do sexo feminino já que, em sua maioria, a população acaba preferindo ter um filho homem.

O que ocorre com as crianças mulheres? Uma pesquisa, publicada pelo "British Medical Journal" em 2005, revelou que muitas mulheres chinesas abortam quando estão grávidas de uma menina, exatamente por causa do estrito controle de natalidade. Isso provoca um excesso no número de homens no país mais populoso do mundo.

Fink e sua equipe da Ogilvy tocam na ferida de duas maneiras, uma delas é pelo lado do consumo. A China cresce, sua população também e, consequentemente, as mulheres de lá compram os produtos de beleza da Unilever na busca pela beleza. Neste ponto, é a mesma provocação que a Ogilvy Brasil lançou mundo afora com a campanha " Retratos da Real Beleza ".

A outra parte da provocação criada pela Ogilvy Xangai é que, num país onde as mulheres abortam suas filhas, dar voz a estas garotas é algo digno de prêmio.

Aliás, a campanha de Fink lembra um clássico de Charles Saatchi. Um anúncio em que o publicitário colocou uma barriga de grávida num homem e perguntou "Você tomaria mais cuidado se você ficasse grávido?". A peça promovia métodos anticoncepcionais.

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