Kylian Mbappé, jogador da França: Nike vai estar presente na final, com camisas de França e Croácia (Michael Dalder/Reuters)
Guilherme Dearo
Publicado em 15 de julho de 2018 às 07h00.
Última atualização em 15 de julho de 2018 às 07h00.
São Paulo - Quando França e Croácia entrarem em campo hoje (15) para a final da Copa do Mundo na Rússia, as duas seleções terão algo em comum, para além do franco talento que as levou até ali à decisão: o símbolo da Nike em suas camisas.
Para a marca americana, a presença absoluta na final é uma vitória diante da sua principal rival, a alemã Adidas. Os milhões de espectadores ao redor do mundo vão ver o famoso logo da Nike a cada close nos 22 jogadores em campo. Ao capitão do time vencedor levantar a cobiçada taça dourada, mais uma aparição do logo para a história, eternizada em vídeos e fotografias.
Claro: toda essa exposição e valor agregado gera mais interesse, mais vendas, mais patrocínios e, no futuro, mais valor de marca.
Na semifinal, a vantagem já era da Nike. Além de França e Croácia, a Inglaterra também é patrocinada pela Nike. A Adidas era representada apenas pela Bélgica.
Uma vitória importante, dado que, em 2014, a batalha Nike x Adidas viu o domínio da Adidas. Na semifinal Brasil (Nike) contra Alemanha (Adidas), deu Adidas. Na outra semifinal, deu Argentina (Adidas) contra Holanda (Nike).
É a primeira vez, desde 1998, que uma final será só da Nike. Em 1998, 2002 e 2010, foi Nike X Adidas, com duas vitórias para a Adidas e uma para a Nike. Em 2006, Adidas X Puma (deu Puma). Em 2014, só Adidas em campo.
Ao começar a Copa do Mundo, a vantagem era, claramente, da Adidas: a marca estava patrocinando mais camisas que a Nike (12 contra 10) e ainda, o mais importante: era patrocinadora oficial da Fifa e da Copa, em um contrato de 800 milhões de dólares válido até 2030. Outro detalhe importante: a bola usada nos jogos é Adidas (algo que acontece desde 1970).
Além disso, a Nike vinha de três desfalques importantes: Holanda, Chile e Estados Unidos, que sempre a representavam na Copa, nem na Rússia estavam.
Mas, começando os jogos, a Adidas viu perdas importantes e imprevistas, como a Alemanha sendo eliminada na primeira fase e Argentina e Espanha caindo precocemente. O astro Lionel Messi, patrocinado por ela, também não rendeu o esperado e chegou a andar em campo, claramente abatido. O caminho estava aberto para a Nike, que tinha os favoritos ao seu lado, como Brasil e França.
Na Rússia, a Adidas patrocinou doze camisas: Egito, Marrocos, Japão, Irã, Rússia, Espanha, Bélgica, Suécia, Alemanha, México, Argentina e Colômbia. Entre seu "time", os campeões Espanha, Alemanha e Argentina.
Já a Nike patrocinou dez camisas: Nigéria, Austrália, Coreia do Sul, Arábia Saudita, França, Portugal, Polônia, Inglaterra, Croácia e Brasil. Entre seus astros, Brasil, França, Inglaterra e Portugal.
Outras marcas abocanharam o que restou. Puma veio com quatro camisas, sendo a mais importante a do Uruguai. Uma participação tímida e em declínio, dado que em 2006, por exemplo, ela superou a Nike em patrocínios - 12 contra 8 - e ainda saiu campeã da Copa da Alemanha, com a Itália se consagrando tetracampeã.
Outras marcas dividiram os seis patrocínios restantes, como Umbro (Peru) e New Balance (Costa Rica).
A Nike também leva vantagem no patrocínio aos jogadores.
Segundo dados do Transfermarkt, a marca americana patrocina 14 dos 25 jogadores mais caros da Copa, enquanto a Adidas patrocina nove.
No time da Nike, nomes de peso como Neymar Jr. (Brasil), Harry Kane (Inglaterra), Kylian Mbappé (França), Eden Hazard (Bélgica) e Cristiano Ronaldo (Portugal).
Já a Adidas conta com Toni Kroos (Alemanha), Firmino e Gabriel Jesus (Brasil), Lionel Messi (Argentina) e Mo Salah (Egito).
Para completar o placar final de 3 a 1 (a Adidas tem o gol por ser a parceira oficial da Copa e oferecer as bolas), a Nike é quem mais fornece as chuteiras dos jogadores.
De acordo com o CIES Football Observatory, 132 dos 200 jogadores mais caros da Copa da Rússia calçaram chuteiras Nike, contra 59 jogadores com chuteiras Adidas.
Entre os astros que preferem fazer um gol com Nike, há Neymar Jr., que fez sucesso com sua nova chuteira amarela.