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Nielsen mostra a cara do Nordeste

Estudo feito exclusivamente para evento "Nordeste. A Bola da Vez" apontou tendências de consumo na região

A velocidade de consumo no Nordeste foi cinco vezes maior do que a média nacional (Germano Lüders/EXAME.com)

A velocidade de consumo no Nordeste foi cinco vezes maior do que a média nacional (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 16h05.

São Paulo - O consumidor do Nordeste está em plena transformação. A região vive um círculo virtuoso que tende a continuar pelos próximos dois anos.

Segundo o presidente da Nielsen, Eduardo Ragasol, o círculo virtuoso vem dos investimentos públicos e privados – do bolsa família aos investimentos em infraestrutura ao investimento grandes empresas como Fiat, Nestlé, Danone. Brasil Foods, Bauducco, Kraft Foods, AmBev.

Embora ainda tenha metade da pobreza do Brasil, o consumo de 130 categorias de produtos cresceram no nordeste 40% enquanto no Brasil a média de crescimento foi de 26%.

A velocidade de consumo no Nordeste foi cinco vezes maior do que a média nacional. No Nordeste, 64% do consumo vem de consumidores de baixa renda, enquanto no Brasi 36% do total do consumo vem deste segmento. No Nordeste as famílias são maiores, há mais crianças, as donas de casa são mais jovens.

Segundo o estudo da Nielsen, o estilo de vida predominante é conformado e trabalhador. O principal drive de consumo é a vantagem: o nordestino busca preço e promoção. Entre as características locais, estão a força da venda porta-a-porta. “O consumidor nordestino é diferente, porém é dinâmico. Caminha para se tornar cada vez mais consciente”, diz Ragasol.

O estudo da Nielsen apontou ainda que o peso da cesta básica no Brasil é maior no Nordeste do que no restante do país. Se o uísque é a 37ª categoria em valor no país, no nordeste á a 15ª. As categorias mais fortes são bebidas alcoólicas, mercearia doce, higiene e beleza, água mineral, iogurtes e refrigerantes.

Os produtos que obtiveram maior crescimento no último ano foram cervejas (34%), refrigerantes (17%), água (4%), leite em pó (3%), aguardente (3%), fraldas e desodorantes (2%). “As categorias mais fortes tiveram bons investimentos e ações competentes dos players, por isso se desenvolveram.

Nas categorias mais fracas, há falhas das empresas, que não estão sabendo trabalhar”, comentou Ragasol. É o caso, por exemplo, de sucos prontos, amaciantes, papel higiênico e maionese. Segundo o estudo, há muita força no pequeno varejo.

Entre as peculiaridades do Nordeste está a força das marcas regionais, que dominam por exemplo 87% das vendas de água, 68% das vendas do café em pó, 63% das vendas de aguardente e 57% do mercado de biscoitos nordestinos.

Quatro destas marcas líderes no Nordeste são líderes nacionais. “As marcas regionais souberam trabalhar. Souberam estabelecer preço e embalagens adequadas, e 57% delas são predominantes na classe C”, apontou Ragasol. Para provar que o consumidor está se desenvolvendo, o estudo apontou quatro tendências: a sofisticação do consumo (busca por marcas premium/diferenciação), a tendência à indulgência, o crescimendo da cultura do faz bem (cultura do bem-estar) e a busca da conveniência (busca por produtos que supram a falta de tempo).

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