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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h54.
Líder mundial em artigos de luxo, o grupo francês Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) inaugura no dia 27 de agosto o segundo piso de sua loja Louis Vuitton da rua Haddock Lobo, nos Jardins, em São Paulo. A reforma vai dobrar a área de venda, de 200 para 400 metros quadrados, e pretende aumentar em 30% o número de visitantes -- atualmente são 120 por dia, em média. O projeto é de arquitetos franceses, com material de acabamento importado da Europa. Mais importante do que a ampliação é o novo conceito da loja: ela será a primeira global store (loja global) da Louis Vuitton na América Latina. Esse é o nome que o grupo dá aos estabelecimentos que oferecem todos os artigos da marca, nas linhas de sapatos, moda masculina e feminina, acessórios, malas e bolsas.
A primeira loja do LVMH com esse conceito foi inaugurada em Miami, em março. Hoje elas são menos de 50, situadas em grandes centros internacionais, como Paris e Nova York. "É um modo de elevar a nossa presença em São Paulo a um nível mundial", diz o americano Frederick Wilson, diretor da divisão de moda do LVMH na América. "O consumidor paulistano está cada vez mais cosmopolita. Queremos que ele não precise sair daqui para encontrar as últimas tendências."
A nova aposta do LVMH em São Paulo acompanha o crescimento do mercado de artigos de luxo no Brasil -- uma economia que Wilson vê com muito otimismo, mesmo em tempos de incerteza como agora. "O país tem uma história longa de sucesso, apenas com alguns acidentes de percurso. É uma melhora contínua", afirma. A Louis Vuitton foi pioneira entre as grandes butiques internacionais no Brasil: abriu sua primeira loja, na própria Haddock Lobo, em 1989. (São Paulo ganharia depois outra unidade, no Shopping Iguatemi. Brasília e Rio de Janeiro contam com uma loja cada uma.) "As importações do setor saíram de quase nada, naquela época, para mais de 80 milhões de dólares por ano", diz Wilson. Na área de moda, o LVMH é proprietário de grifes como Givenchy, Kenzo e Christian Lacroix. O grupo atua também com cosméticos, jóias e bebidas, que são divisões separadas.
O desenvolvimento do mercado paulistano de moda foi outro fator que motivou a instalação de uma loja global. "A escolha teve a ver com o destaque que São Paulo vem ganhando no cenário internacional, com seus eventos e desfiles", diz Marcelo Noschese, diretor da divisão de moda do LVMH no Brasil. Nem a forte atuação de falsificadores é empecilho ao investimento. O LVMH tem uma equipe internacional de combate à pirataria e, em São Paulo, conta com denúncias dos próprios clientes. "É um grande exército que não gosta de ver sua marca preferida falsificada", afirma Noschese. Em caso de dúvida, basta ao consumidor seguir uma regra: produtos originais da Louis Vuitton não são vendidos fora das lojas da grife.