As marcas mais usadas por Michelle Obama

Michelle Obama provocou uma verdadeira tempestade na mídia americana quando, no mês passado, usou um vestido do falecido estilista britânico Alexander McQueen em um jantar de Estado para promover o comércio americano-chinês. Um grande número de figurões da indústria da moda como Diane Von Furstenberg e Oscar de la Renta afirmaram que a primeira-dama deveria ter escolhido um designer americano para a ocasião. "Meu entendimento é de que a visita era para promover os mercados americano e chinês. Produtos americanos na China, e produtos chineses na América. Por que, então, usar roupas europeias?", alfinetou o estilista Oscar de la Renta. Em uma entrevista exibida no programa "Good Morning America", Michelle respondeu às críticas: "Mulheres, vistam o que vocês gostam. É tudo o que eu posso dizer. Esse é meu lema.

Um dos preferidos de Michelle, o estilista tunisiano Azzedine Alaia vestiu a primeira-dama em mais de uma ocasião. Em um jantar da Otan em Baden-Baden, Michelle usou um vestido preto bem acinturado da marca para acompanhar Barack Obama. Já no Banquete do Prêmio Nobel da Paz, no Grand Hotel, em Oslo, a primeira-dama apareceu com um luxuoso modelo azul-claro de alças duplas do estilista, sobreposto por uma jaqueta. Conhecido como o pai das silhuetas, Azzedine Alaia ganhou fama nos anos 80 por ter criado roupas ousadas e justas ao corpo.

Hoje, o estilista não participa de semanas de moda (Alaia acredita que o ritmo frenético desses eventos prejudica sua criatividade), mas produz coleções raras e com tiragens limitadíssimas, além de vestidos por encomenda.

Agitadora das águas quando o assunto são suas escolhas de moda, Michelle mostrou recentemente que a alta costura não é soberana em seu closet. A primeira-dama dos Estados UNidos apareceu no programa Today Show, exibido na NBC, usando um vestido de poá azul marinho da marca de "fast fashion" H&M. Fast fashion é o termo usado para descrever lojas que criam linhas a preços mais acessíveis e com uma grande movimentação de peças (Zara, Renner e C&A são exemplos do formato de negócio) . O valor do modelo usado por Michelle? 29,90 euros, o equivamente a cerca de 70 reais. Michelle ainda mandou modificar parte do vestido, acrescentando-lhe mangas, mostrando assim que mesmo com pouco dinheiro é possível manter a sofisticação. De acordo com a H&M, a resposta após a aparição televisiva de Michelle com a roupa foi muito positiva. A primeira-dama já havia aparecido em outra ocasião usando um vestido de verão da marca.

“Ela entrou como uma pessoa qualquer e disse: ‘Preciso de uns vestidos”, contou a estilista Maria Pinto ao “The New York Times”, sobre como Michelle Obama começou a usar suas criações. Quatro anos depois, Maria Pinto viu Michelle vestindo dois de seus modelos na Convenção Nacional Democrática, quando o Barack Obama anunciou a candidatura à presidência dos EUA. A estilista lançou sua própria marca em 1991, após um período trabalhando com o falecido designer de moda Geoffrey Beene. Em 2002, fechou seu negócio por questões de saúde, mas recuperou-o em 2004, chegando a fazer um vestido de gala custar cinco mil dólares só por levar sua assinatura. Suas criações podem ser encontradas em armazéns luxuosos como Saks Fith Avenue ou Barney's, ambos em Nova York. Em 2009, com o apoio da estrela Oprah Winfrey, uma das grandes fãs de seu trabalho, Maria Pinto viu as receitas da empresa subirem cerca de 40%. No ano passado, no entanto, confirmou-se que nem o glamour de ter suas criações endossadas por Michelle Obama e Oprah Winfrey foram suficientes para proteger os negócios da crise. Foi quando Maria Pinto obrigou-se a anunciar o fechamento de sua boutique em Chicago.

Filho de emigrantes cubanos, Narciso Rodriguez foi o primeiro estilista a emplacar uma criação com a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama. A grife esteve presente na comemoração da vitória de Barack Obama nas eleições, um modelo em preto e vermelho que dividiu a mídia - alguns especialistas ouvidos pela imprensa nova-iorquina afirmaram que a escolha de Michelle, apesar de elegante, não havia favorecido sua silhueta. Tendo passado por grandes casas como Donna Karan e Calvin Klein, Narciso Rodriguez foi um dos grandes apoiadores da candidatura de Obama à presidência. Em outras ocasiões, a grife também já pode ser vista em Michelle, como por exemplo durante uma visita a Moscou, em que usou um vestido na cor pêssego. Prova de que não se importa em repetir roupas, a primeira-dama foi vista com um casaco desenhado pelo estilista em dois momentos diferentes, na Suécia e no Arizona.

Assim como Jason Wu, o estilista Thakoon Panichgul, de 35 anos, ganhou destaque por meio do "Efeito Michelle".  Americano nascido na Tailândia, Thakoon já estava na lista de preferências da primeira-dama, mas o designer de moda só sentiu realmente o tamanho do sucesso de suas criações quando viu Michelle usando um vestido seu na Convenção Democrática de 2008. Pouco tempo depois, o modelo foi posto à venda na exclusiva loja de Ikram Goldman, em Chicago. Adepto de padrões floridos e geométricos para seus modelos, Thakoon foi também o escolhido por Michelle para celebrar o feriado de Cinco de Mayo na Casa Branca. Além disso, a primeira-dama usou a grife em um encontro com a primeira-dama francesa Carla Bruni-Sarkozy e também em um debate do marido, Barack Obama, na Universidade do Mississippi, entre outros eventos.

Em maio do ano passado, Michelle mostrou ousadia e autenticidade, características fortes de sua personalidade, ao comparecer a um evento da Casa Branca com um decotado vestido de um ombro só.  O modelo, do estilista norte-americano Peter Soronen, foi elogiado pela maioria dos fashionistas. Durante o ano de 2009, a marca Peter Soronen acompanhou Michelle em pelo menos mais três eventos. Em todos os casos, vestidos em cores vibrantes como vermelho e fambroesa, ou ainda um modelo prateado, fizeram da primeira-dama o centro das atenções dos amantes de moda.