São Paulo - Depois da histórica derrota do Brasil para a Alemanha, o humor do brasileiro em relação à Copa do Mundo mudou radicalmente. Sensíveis à torcida, as marcas também modificaram o discurso, adotando um tom mais sóbrio e reduzindo interações. Tudo para evitar que algum desgaste possa decorrer de um evento que, até agora, foi positivo para as empresas envolvidas.
Após o placar de 7 a 1 contra a Alemanha, as marcas trocaram a agressividade nas redes sociais - com posts e vídeos produzidos em tempo real - por uma postura bem mais conservadora.
Foi o que fez a Coca-Cola, que tem uma equipe inteira dedicada ao marketing em tempo real, mas só publicou a imagem de um canudo representando o nó na garganta do torcedor brasileiro mais de três horas após o fim da partida.
Outras marcas que "torciam junto" com o brasileiro tiveram de mudar o tom. A Sadia trocou a campanha #jogapramim - que mostrava crianças que nunca viram o Brasil ser campeão mundial - por #tamojuntinho, com mensagens de esperança para o futuro.
Após a derrota, empresas como Visa, Itaú, Hyundai, Garoto e Nike também reduziram os posts nas redes sociais. O Guaraná Antarctica suspendeu as interações no Twitter, sem nenhuma menção ao vexame da seleção, da qual é patrocinador.
Abandonar totalmente o território, segundo o diretor de graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Luiz Fernando Garcia, não é aconselhável.
"As marcas agiram na Copa como seres humanos, como se tivessem sentimentos. Então, no momento ruim, elas também têm de se posicionar", explica o publicitário. "O maior desafio é fazer isso sem ser piegas."
Independentemente da derrota do Brasil, o resultado para as empresas que patrocinaram a Copa do Mundo ou a seleção foi positivo. Segundo o presidente da NeogamaBBH, Alexandre Gama, as marcas decidiram investir na Copa sem contar com a vitória brasileira. "Tudo o que as marcas queriam da Copa elas conseguiram. O Brasil ser campeão seria um bônus."
Para o publicitário, a derrota do Brasil serve também para as marcas começarem a se despedir do evento, evitando a "ressaca" do assunto. "As marcas já cumpriram suas metas. Quem participou da Copa conseguiu firmar seu nome da cabeça do consumidor brasileiro."
No lucro
A americana Liberty Seguros investiu pela primeira vez em um grande evento esportivo nesta Copa. "Faturávamos mais de R$ 1 bilhão no País, mas precisávamos de uma aposta de peso para ficarmos mais reconhecidos", afirma Adriana Gomes, diretora de marketing da Liberty Seguros no Brasil.
"Atingimos todos os nossos objetivos já na Copa das Confederações. O que veio depois foi lucro", acrescenta a executiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
- 1. Propagandas que perderam a validade na Copa
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São Paulo -
Patrocinar o esporte pode render um fortalecimento imensurável para as marcas, mas também representa um gigantesco desafio, ainda mais em modalidades imprevisíveis como o futebol, onde tudo pode acontecer dentro de campo. Quando o assunto é
Copa do Mundo o sarrafo deste desafio está num lugar ainda mais alto, já que a competição é de altíssimo nível e a euforia das marcas que apoiam as seleções pode acabar com uma eliminação precoce ainda na primeira fase do mundial. Jogadores não convocados também costumam derrubar algumas propagandas, caso do filme da Volkswagen com o jogador Lucas, que não entrou na lista final do técnico Felipão. Confira a seguir alguns casos de comerciais que já perderam a sua validade a essa altura do campeonato.
- 2. “Pode confiar no Lucas?”
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Ao lado de Neymar, Lucas era uma das principais promessas do futebol brasileiro. Apesar de ter disputado a Copa das Confederações, no banco de reservas, acabou não conseguindo conquistar a sua vaga para o mundial. Na campanha ao lado, para a Volkswagen, ele é abordado na rua pelas pessoas que torcem pela seleção e, confiante, solta a todo momento a frase: “Pode confiar. Aqui é Brasil!”.
- 3. Espanha despedaçou corações
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Nem a elevada confiança da mais recente campeã mundial foi capaz de animar os torcedores espanhóis, que procuraram poucos ingressos para assistir à Copa do Mundo no Brasil. Entretanto, pelo menos no comercial da cerveja espanhola Cruzcampo, os apaixonados pela “fúria espanhola” doaram seus corações ao time. Mas não foi suficiente para empurrar a equipe, que foi eliminada na primeira fase da Copa.
- 4. Movistar
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No comercial ao lado, a Movistar perguntou como motivar uma seleção que já ganhou tudo. Pelo visto, não fez efeito.
- 5. Itália vestiu o Cristo e pagou o pecado
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Já imaginou misturar capoeira com ópera? A emissora italiana de televisão RAI achou que seria uma boa combinação e que iria dar certo para a Copa do Mundo. No filme ao lado, eles se imaginaram dominando o Brasil. Na cena mais emblemática, até o Cristo Redentor veste a camisa da Azurra.
- 6. Nem 10 milhões serviram para Portugal
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No comercial da companhia de energia Galp, o “Portugal é Mundial”. O filme foi criado pela JWT e traduz em imagens a frase chave da campanha “Somos muito mais que 10 milhões”, que decorou o ônibus do time que tem Cristiano Ronaldo. O mote é bonito, mas o veículo e a seleção voltaram para a casa mais cedo nesta Copa.
- 7. Alegria do Japão durou pouco
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Os japoneses costumam ser mais introspectivos. Mas será que a torcida nipônica também é retraída ou explode de emoção com a seleção nacional? Veja nesse comercial da Adidas. Pena que a alegria não durou muito. O Japão também já deu adeus no mundial.
- 8. O pesadelo real da Croácia
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O nosso duro adversário no primeiro jogo da Copa do Mundo fez um comercial que simula como seria essa partidao. É claro que eles venceram na propaganda de uma cerveja local. O sonho era válido, mas a realidade foi diferente. Outra seleção que ficou pelo caminho.
- 9. Aproveite e veja também: os 10 anúncios mais populares da Copa - até agora
9 /9(Reprodução/YouTube/Activia)