Marketing

Google e mais 16 criam grupo para reinventar anúncios online

Para combater aversão dos usuários aos anúncios e o crescente uso de ad blockers, Google, Unilever, P&G, Jeff Bezos e outros resolveram se unir


	Ad blocker: Google e mais 16 querem mudar as regras da publicidade online
 (Thinkstock)

Ad blocker: Google e mais 16 querem mudar as regras da publicidade online (Thinkstock)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 15 de setembro de 2016 às 12h17.

São Paulo - O Google e outras 16 companhias e associações anunciaram hoje (15), durante um evento na Alemanha, a criação de um "clube" disposto a mudar as regras do jogo no mundo da publicidade digital. 

A coalização, batizada de "Coalition for Better Ads" (Coalização Por Melhores Anúncios), foi anunciada durante a Dmexco, um evento de marketing na cidade de Colônia. 

O grupo conta com agências, empresas, anunciantes e também as principais associações de mídia e publicidade no mundo. 

Ao lado do Google, há nomes de peso como Unilever, P&G e o grupo The Washington Post (cujo dono é o bilionário da Amazon, Jeff Bezos). 

Eis a lista dos 17: American Association of Advertising Agencies (4A's), Association of National Advertisers (ANA), BVDW Germany, Digital Content Next, DMA, European Publishers Council, Google, GroupM, IAB, IAB Europe, IAB Tech Lab, Network Advertising Initiative (NAI), News Media Alliance, Procter & Gamble, Unilever, The Washington Post e World Federation of Advertisers (WFA).

Metas

A força-tarefa quer combater o uso crescente dos ad blockers, que prejudicam qualquer negócio baseado na renda de publicidade online. 

Em browsers, como Firefox e Chrome, já são mais de 200 milhões de usuários de extensões que bloqueiam anúncios.

Estudos, como o do IAB, mostram que 26% dos usuários em desktops e 15% dos usuários em plataformas móveis usam bloqueadores. 

E o prejuízo é grande. Segundo estudo da Adobe, em 2015, o valor total da publicidade digital bloqueada no mundo foi de 21,8 bilhões de dólares

Para o combate, eles não pretendem bater de frente com os programas que bloqueiam anúncios (embora outros já tenham tentado algo parecido). Muito menos brigar com os usuários e consumidores. 

Afinal, o usuário não comete nenhum "delito" ao se recusar a ver publicidade. 

A ideia, sim, é regulamentar a publicidade na internet e criar anúncios "amigáveis", de modo que as pessoas parem de evitá-los a qualquer custo. 

"A publicidade é a base da diversidade de informação, entretenimento e serviço na Internet grátis e livre, mas isso não dá direito aos negócios de abusarem da boa vontade dos consumidores", disse Randall Rothenberg, presidente e CEO do IAB, em um comunicado oficial. 

O grupo pretende criar padrões globais para os anúncios. A tecnologia, que unificaria a criação desses anúncios nas plataformas digitais, seria responsabilidade do IAB Tech Lab. 

A ferramenta, supostamente, iria categorizar e rankear os anúncios de acordo com seu tipo: tempo de carregamento na página, quantidade de pixels etc.

Somente anúncios que respeitassem diversos critérios de qualidade entrariam nas páginas das companhias. Espera-se, assim, que esses "anúncios de qualidade" não espantem os consumidores. 

Recentemente, o Google anunciou que iria "derrubar" páginas que permitissem anúncios abusivos, como aqueles que tentam enganar o usuário via "caça-cliques" ou que criam janelas pop-ups grandes e intrusivas. 

A coalização pretende criar os novos anúncios a partir de pesquisas com os consumidores, para identificar os tipos de publicidade que eles amam ou odeiam.

A primeira versão do programa pode estar pronta no final de 2016. Em 2017, chegaria ao mercado. 

A coalização já conta com um site oficial

Brasil

Atualmente, o Brasil é o sétimo país com mais usuários ativos de ad blockers: 2,9 milhões de pessoas. 

Segundo uma pesquisa da Teads, feita pela Research Now, 64% dos brasileiros dizem que os anúncios intrusivos são o principal motivo para eles usarem os bloqueadores. 

46% dos usuários citaram a publicidade tipo pre-roll (que aprece antes dos vídeos) como o tipo mais irritante de anúncio.

85% também reclamam do tipo pop-up (aquela janela que abre no meio da tela). 

Acompanhe tudo sobre:Anúncios publicitáriosEmpresáriosEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleInternetjeff-bezosJornaisP&G (Procter & Gamble)PersonalidadesPublicidadeTecnologia da informaçãoUnileverWashington Post

Mais de Marketing

Brics 2025: identidade visual destaca Samaúma como símbolo de cooperação global

'Bruninho esteve aqui': bar em Belo Horizonte ganha fama após visita de Bruno Mars

Fernanda Torres e Montenegro respondem à IA em campanha de Natal do Itaú

Mondelez adota IA para renovar clássicos e criar novos snacks