São Paulo - O Google e outras 16 companhias e associações anunciaram hoje (15), durante um evento na Alemanha, a criação de um "clube" disposto a mudar as regras do jogo no mundo da publicidade digital.
A coalização, batizada de "Coalition for Better Ads" (Coalização Por Melhores Anúncios), foi anunciada durante a Dmexco, um evento de marketing na cidade de Colônia.
O grupo conta com agências, empresas, anunciantes e também as principais associações de mídia e publicidade no mundo.
Ao lado do Google, há nomes de peso como Unilever, P&G e o grupo The Washington Post (cujo dono é o bilionário da Amazon, Jeff Bezos).
Eis a lista dos 17: American Association of Advertising Agencies (4A's), Association of National Advertisers (ANA), BVDW Germany, Digital Content Next, DMA, European Publishers Council, Google, GroupM, IAB, IAB Europe, IAB Tech Lab, Network Advertising Initiative (NAI), News Media Alliance, Procter & Gamble, Unilever, The Washington Post e World Federation of Advertisers (WFA).
Metas
A força-tarefa quer combater o uso crescente dos ad blockers, que prejudicam qualquer negócio baseado na renda de publicidade online.
Em browsers, como Firefox e Chrome, já são mais de 200 milhões de usuários de extensões que bloqueiam anúncios.
Estudos, como o do IAB, mostram que 26% dos usuários em desktops e 15% dos usuários em plataformas móveis usam bloqueadores.
E o prejuízo é grande. Segundo estudo da Adobe, em 2015, o valor total da publicidade digital bloqueada no mundo foi de 21,8 bilhões de dólares.
Para o combate, eles não pretendem bater de frente com os programas que bloqueiam anúncios (embora outros já tenham tentado algo parecido). Muito menos brigar com os usuários e consumidores.
Afinal, o usuário não comete nenhum "delito" ao se recusar a ver publicidade.
A ideia, sim, é regulamentar a publicidade na internet e criar anúncios "amigáveis", de modo que as pessoas parem de evitá-los a qualquer custo.
"A publicidade é a base da diversidade de informação, entretenimento e serviço na Internet grátis e livre, mas isso não dá direito aos negócios de abusarem da boa vontade dos consumidores", disse Randall Rothenberg, presidente e CEO do IAB, em um comunicado oficial.
O grupo pretende criar padrões globais para os anúncios. A tecnologia, que unificaria a criação desses anúncios nas plataformas digitais, seria responsabilidade do IAB Tech Lab.
A ferramenta, supostamente, iria categorizar e rankear os anúncios de acordo com seu tipo: tempo de carregamento na página, quantidade de pixels etc.
Somente anúncios que respeitassem diversos critérios de qualidade entrariam nas páginas das companhias. Espera-se, assim, que esses "anúncios de qualidade" não espantem os consumidores.
Recentemente, o Google anunciou que iria "derrubar" páginas que permitissem anúncios abusivos, como aqueles que tentam enganar o usuário via "caça-cliques" ou que criam janelas pop-ups grandes e intrusivas.
A coalização pretende criar os novos anúncios a partir de pesquisas com os consumidores, para identificar os tipos de publicidade que eles amam ou odeiam.
A primeira versão do programa pode estar pronta no final de 2016. Em 2017, chegaria ao mercado.
A coalização já conta com um site oficial.
Brasil
Atualmente, o Brasil é o sétimo país com mais usuários ativos de ad blockers: 2,9 milhões de pessoas.
Segundo uma pesquisa da Teads, feita pela Research Now, 64% dos brasileiros dizem que os anúncios intrusivos são o principal motivo para eles usarem os bloqueadores.
46% dos usuários citaram a publicidade tipo pre-roll (que aprece antes dos vídeos) como o tipo mais irritante de anúncio.
85% também reclamam do tipo pop-up (aquela janela que abre no meio da tela).
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1. Proibido colar cartazes
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1/18 (JUNG YEON-JE/AFP)
São Paulo - Com o AdWords, o
Google é uma boa plataforma de anúncios para milhões de clientes ao redor do mundo. Aliás, sua vultosa receita vêm, justamente, dos anúncios. Mas não é qualquer coisa que a empresa permite anunciar em suas páginas. Dos óbvios (armas e drogas) aos inusitados, são muitos produtos banidos. As
políticas do AdWords deixam claro todos os produtos e serviços restritos ou proibidos. Também há normas sobre práticas proibidas, como anúncios maliciosos, abusivos ou que fazem coleta indevida de dados. Na semana passada, um novo item entrou na lista de coisas proibidas: os
empréstimos consignados que não deixam claro os termos do empréstimo,
nos EUA chamados de "payday loans". Para o Google, pessoas desesperadas em busca de empréstimo acabam fazendo uma consulta online antes de procurar um banco de confiança. Assim, acabam encontrando serviços desonestos e fraudulentos.
Confira, nas imagens, 15 exemplos curiosos de anúncios proibidos e também diversos casos de anúncios restritos.
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2. 1. Fogos de artifício
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2/18 (Thinkstock/Wavebreakmedia Ltd)
Os fogos de artifício entram na lista de produtos explosivos que podem causar danos às pessoas.
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3. 2. Praça da Paz Celestial
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3/18 (REUTERS/Stringer/Files)
O massacre de 1989 da Praça da Paz Celestial na China (Praça Tiananmen) é assunto proibido pelo governo chinês. O Google, "gentilmente", baniu esse tipo de coisa na China. Mesmo assim, o site é bloqueado por lá. Tibete e Taiwan também são assuntos banidos.
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4. 3. Paintball
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4/18 (Wikipedia)
As armas de paintball entram na lista de armas "de esporte" vetadas. Armas de ar comprimido também são banidas.
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5. 4. Cigarros
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5/18 (Matias Nieto/Cover/Getty Images)
Qualquer cigarro ou produto contendo tabaco é proibido.
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6. 5. Empréstimos
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6/18 (.)
O mais novo serviço a ser proibido. Os empréstimos consignados podem atrair tratantes atrás de pessoas desesperadas. Para um serviço financeiro do tipo ser anunciado, só deixando claro todos os termos do acordo e uma confirmação no site do anunciante de que as taxas são tão baixas quanto as taxas médias de empréstimos em banco.
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7. 6. Bombas e explosivos
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7/18 (Getty Images)
Por motivos óbvios, bombas e explosivos são proibidos. Armas químicas entram na lista.
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8. 7. Identidades falsas
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8/18 (Wikimedia Commons)
Serviços oferecendo identidades falsas são banidos.
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9. 8. Vídeos do Estado Islâmico
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9/18 (Ho/AFP)
Ninguém precisa compartilhar e ver atrocidades do grupo terrorista Estado Islâmico. Aliás, qualquer vídeo de violência explícita é banido.
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10. 9. Falsificação acadêmica
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10/18 (Thinkstock)
Sabe aquele velho truque de "pagar para alguém fazer o TCC"? Pois é, o Google proíbe em seus anúncios.
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11. 10. Serviços de hackers
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11/18 (BrianAJackson/Thinkstock)
Serviços de hackers ou instruções sobre hackeamento de softwares são banidos.
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12. 11. Drogas
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12/18 (Thinkstock)
Drogas, naturais ou sintéticas, são banidas. Qualquer coisa relacionada a elas também não podem (cachimbos, sedas, bongs).
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13. 12. Armas de fogo
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13/18 (Thinckstock/Thinkstock)
Outro produto obviamente banido.
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14. 13. Facas perigosas
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14/18 (Stock.xchng/ Andrew Martin/Thinkstock)
O Google não vai proibir um belo faqueiro de casamento, mas não permite facas "perigosas" - aquelas que parecem menos uma faca de manteiga e mais uma arma branca.
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15. 14. Animais em risco
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15/18 (Wikimedia commons/Jeroen Kransen)
Qualquer anúncio que venda animais em risco de extinção ou que lucre com eles é banido. Não vale, portanto, marfim de elefante, barbatana de tubarão, óleo de baleia e outros itens.
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16. 15. Produtos falsificados
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16/18 (ALEXANDRE BATTIBUGLI)
Produtos piratas, obviamente, não podem ser anunciados.
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17. Os restritos
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17/18 (Getty Images)
O Google ainda restringe diversos tipos de anúncios. Ou seja, são anunciados de forma limitada e devem seguir regras muito específicas e duras. Eis algumas coisas restritas: jogos de azar, apostas, serviços de encontro, serviços internacionais de casamento arranjado, conteúdo sexualmente sugestivo, bebidas alcoólicas, imagens de nudez, mercadorias voltadas para o público adulto, Viagra, medicamentos sem prescrição médica.
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18. Agora confira as cervejas mais vendidas
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18/18 (Divulgação)