Fórmula 1 e 3M acirram briga por causa de seus logos semelhantes
Desde janeiro, 3M e F1 brigam por conta de logos muito similares; F1 foi a última a apresentar seu novo desenho, em novembro passado
Guilherme Dearo
Publicado em 26 de junho de 2018 às 11h47.
São Paulo - O antigo logo da Fórmula 1 , que trazia uma bandeira tremulante e o número 1 escondido dentro do desenho era muito bom e querido entre os fãs do esporte. No final de 2017, a marca resolveu mudar, trazendo um logo de traços mais simplificados, redondos e modernos, a ser usado a partir de 2018. O problema é que ele já existia.
Claro que a empresa não sabia disso. Mas a 3M (aquela dos post-its) já tinha uma marca de tecido compressor e suportes de joelho e tornozelo chamada Futuro com um logo quase idêntico, com a letra F estilizada. É, de fato, muita coincidência.
Desde o começo do ano, estava claro que as duas marcas iriam entrar em uma longa briga. Em janeiro, a 3M entrou com um processo de trademark contra a F1 por conta do desenho similar.
Pensando em linha do tempo, a 3M, sim, chegou primeiro. Em fevereiro de 2017 ela entrou com um pedido de registro de marca para seu logo com reconhecimento em todo o território europeu. O pedido foi aprovado em junho daquele ano.
Já a F1 revelou seu novo logo em novembro, com criação da agência Wieden+Kennedy. Naquele mês, ela entrou com um pedido de registro de marca na European Union of Intellectual Property Office (EUIPO), mas ele foi recusado.
A mudança faz parte da estratégia de re-branding da firma de investimentos Liberty Media, que passou a controlar o Formule 1 após pagar US$ 4,6 bilhões.
Agora, as duas marcas entram em um novo capítulo da disputa.
No fim de maio, a 3M se opôs oficialmente ao pedido de registro da F1, dizendo que esta última deveria parar de usar o desenho, sob risco de multa. A 3M pede que a F1 remova seu logo de suas roupas e também de outros produtos e serviços, dado que o desenho pode confundir o público.
Do outro lado, a F1 busca registrar seu novo logo para aplicá-lo em 26 categorias diferentes (de 45 ao todo, onde um logo pode ser registrado), como eventos esportivos, ingressos, games e televisão. A proibição do logo, claro, seria um desastre para a marca e seus parceiros, que teriam prejuízos com seus materiais de marketing.
Além do problema do desenho similar, o fato de a F1 querer colocar o logo em roupas registradas é o seu principal calo, já que a marca Futuro da 3M é, justamente, de vestimentas corporais.
Agora, a EUIPO tem dois meses para responder ao pedido da 3M contra a F1.