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Extra cria editoria “Guerra” para tratar da situação do Rio

Segundo o jornal, a criação da editoria foi a forma encontrada para não deixar o olhar jornalístico acomodado diante da barbárie que ocorre na cidade

Violência no Rio: jornal Extra criou a editoria "Guerra" para cobrir a violência na capital carioca (Ricardo Moraes/Reuters)

Violência no Rio: jornal Extra criou a editoria "Guerra" para cobrir a violência na capital carioca (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2017 às 12h06.

O Jornal Extra tomou ontem a decisão de criar uma editoria nomeada de “guerra” para noticiar “tudo aquilo que foge ao padrão da normalidade civilizatória, e que só vemos no Rio [de Janeiro]”. A postura do jornal indica uma mudança não só na forma escrita de se pautar, mas sim “principalmente, no jeito de olhar, interpretar e contar o que está acontecendo ao nosso redor”.

De acordo com o comunicado “a criação da editoria de guerra foi a forma que encontramos de berrar: isso não normal! É a opção que temos para não deixar nosso olhar jornalístico acomodado diante da barbárie”. Para ver o vídeo em que Octávio Guedes, diretor de redação, comenta sobre a situação na íntegra, clique aqui.

“A partir de hoje, o leitor do EXTRA passará a encontrar, em nossas páginas do jornal impresso e no site, uma expressão que, até então, nossos jornalistas evitavam: guerra do Rio. Não se trata de uma simples mudança na forma de escrever, mas, principalmente, no jeito de olhar, interpretar e contar o que está acontecendo ao nosso redor.

O EXTRA continuará a noticiar os crimes que ocorrem em qualquer metrópole do mundo: homicídios, latrocínios, crimes sexuais... Mas tudo aquilo que foge ao padrão da normalidade civilizatória, e que só vemos no Rio, estará nas páginas da editoria de guerra. Um feto baleado na barriga da mãe não é só um caso de polícia.

É sintoma de que algo muito grave ocorre na sociedade. A utilização de fuzis num assalto a uma farmácia não pode ser registrada como uma ocorrência banal. A morte de uma criança dentro da escola ou a execução de um policial são notícias que não cabem mais nas páginas que tratam de crimes do dia a dia.

A criação da editoria de guerra foi a forma que encontramos de berrar: isso não normal! É a opção que temos para não deixar nosso olhar jornalístico acomodado diante da barbárie.

Temos consciência de que o discurso de guerra, quando desvirtuado, serve para encobrir a truculência da polícia que atira primeiro e pergunta depois.

Mas defendemos a guerra baseada na inteligência, no combate à corrupção policial, e que tenha como alvo não a população civil, mas o poder econômico das máfias e de todas as suas articulações.

Sabemos que não há solução fácil nem mágica para o problema. Guerra pressupõe vitórias, derrotas, avanços, recuos, acertos e erros.

É preciso paciência e consciência de que nada será resolvido a curto prazo. Mas temos a esperança de perder, um dia, o título de ser o único diário do planeta a ter uma editoria de guerra num país que se recusa a reconhecer que está em guerra.”

No Facebook ficou assim:

Este conteúdo foi originalmente publicado no site da AdNews.

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