Marketing

Empresário vive o desafio de mudar a marca

Manter uma marca nova em ascensão é um grande desafio para as empresas hoje em dia. As companhias não disputam o consumidor apenas com os concorrentes do mesmo ramo, mas de vários setores (leia reportagem de EXAME). Mais desafiante ainda nesse mercado de concorrência total é mudar o nome de um produto em pleno processo […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h54.

Manter uma marca nova em ascensão é um grande desafio para as empresas hoje em dia. As companhias não disputam o consumidor apenas com os concorrentes do mesmo ramo, mas de vários setores (leia reportagem de EXAME).

Mais desafiante ainda nesse mercado de concorrência total é mudar o nome de um produto em pleno processo de consolidação. É o que vive o empresário Thai Quang Nghia, que lançou há um ano e meio a Yepp, marca de sandálias feitas com pneu reciclado, acessórios e bolsas. Como já existia no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) um nome semelhante, a empresa decidiu substituir o Yepp calçado prático em vietnamita, idioma natal de Thai por Goóc que significa raiz.

Agilidade

O empresário decidiu fazer a mudança em maio e já na metade do mês passado estava com 50% da capacidade produtiva reativada com os produtos Goóc. "Até agosto, estaremos com 100% da capacidade de produção ocupada com a nova marca", afirma o empresário, que desembarcou no Brasil vindo do Vietnã há 26 anos.

Apesar de rápida, a transformação para Goóc desencadeou uma série de demandas. Da criação do novo logotipo pela agência de publicidade até a confecção de botões e das telas de serigrafia, tudo precisou ser alterado. A fábrica, que emprega 150 trabalhadores, chegou a ficar sem faturar por algumas semanas. Thai calcula um prejuízo superior a 2 milhões de reais. E o custo estimado da mudança, incluindo os investimentos em marketing para relançar os produtos, chegou a 4,2 milhões de reais. (Clique aqui para ver mais dados).

Marketing

Para lançar a nova marca, a empresa vai despender 3 milhões de reais em propaganda até o fim do ano. O merchandising em programas de Rede Globo e da Rede TV! já começou. Além disso, serão veiculados anúncios em jornal e revista. Dentro de duas semanas, a empresa irá expor a nova marca na Francal, feira de internacional de calçados e acessórios, realizada em São Paulo. O estande, já remodelado com a marca Goóc, manterá o mesmo apelo visual do antigo projeto da Yepp, baseado em ambientação vietnamita.

Raízes

Thai afirma que, apesar da mudança da marca e do fim do sonho de yepp se tornar sinônimo de sandália no Brasil, nada mudou. O espírito do projeto e das sandálias continua o mesmo. "Esse é meu projeto de vida que baseio em três pilares: curiosidade pelo novo, respeito pela diversidade cultural e o 'viver em harmonia' [com os outros e com o meio ambiente]", afirma, dando as linhas gerais do conceito dos produtos e da campanha publicitária.

O empresário, que também é dono da fábrica de bolsas populares Domini, acredita que a mudança não afastará o consumidor. A nova sandália, inclusive, ganhou formas mais anatômicas e uma borracha mais macia, além é claro da estampa com o novo nome. Thai acredita que o sucesso dos cinco primeiros meses deste ano quando a empresa vendeu 700 mil unidades, o equivalente a 64% das vendas ao longo de 2004 conseguirá ser mantido mesmo com a estampa Goóc. A meta de faturamento para o ano, pelo menos, não sofreu alteração. A expectativa é fechar 2005 com uma receita bruta de 30 milhões de reais 131% a mais que em 2004.

Goóc
Custos para reformular a marca *
Novas matrizes para solados e tiras
R$ 300 mil
Novas telas de serigrafia e bordados
R$ 2 mil
Matéria-prima
R$ 700 mil
Investimento em marketing com a nova marca
R$ 3 milhões
Total
R$ 4,2 milhões
* estimativas da Goóc
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