Designers criam logos da Copa de 2022, acusada de escravidão
Designers recriaram logos dos patrocinadores da Copa de 2022, no Catar, acusada de trabalho escravo e centenas de mortes
Guilherme Dearo
Publicado em 26 de maio de 2015 às 12h43.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h42.
São Paulo - Ainda distante, a Copa do Mundo Fifa do Catar , em 2022, já está sofrendo duras críticas. Mais de 1200 trabalhadores já morreram por conta das péssimas condições de trabalho, outros tantos se suicidaram. Além disso, há diversas acusações de trabalho análogo à escravidão nas obras da Copa - estádios, estradas, novos prédios. Eles já chegam endividados, têm o passaporte retido, sofrem em alojamentos pequenos no calor de 50 graus. Enquanto a Fifa nega problemas, o caos persiste. Algumas marcas não esperaram para se complicar. A Emirates , por exemplo, clássica patrocinadora do evento, retirou o seu apoio. Outras ainda continuam: Coca-Cola, Adidas, Sony são alguns dos exemplos. Para criticar esse "apoio" das marcas aos graves problemas da Copa, designers se reuniram para repensar os logos dos patrocinadores. Como eles seriam se incluíssem a questão da escravidão em sua identidade? O site americano The Roosevelts publicou as recriações dos designers para 2022. Eles chamaram de "anti-logos", ou seja, um logo que não enobrece os atributos da marca, sim evidencia as coisas ruins. Os logos trazem os dizeres "Apoiando com orgulho os abusos aos direitos humanos na Copa do Mundo de 2022". Confira, na galeria de imagens, as recriações.
O novo logo traz dois chicotes formando o símbolo dos "arcos dourados" ou o M da marca.
Essa outra recriação do McDonald's aproveita os arcos dourados e constrói um cadeado, também em alusão ao trabalho escravo.
Aqui eles usaram o logo original da Visa, mas com escravos suportando o peso das imensas letras.
As três listras da Adidas se transformam em pesadas colunas que precisam ser levantadas pelos escravos. Aproveitando o slogan da marca "Impossible is nothing" ("Nada é impossível"), eles completaram: "Nada é impossível... com trabalho escravo".
Além das mãos acorrentadas, o anti-logo faz uma brincadeira com o nome "Hyundai" e escreve "Hyundie". "Die" signfica "morrer" e soa como "dai".
Aproveitando que há uma coroa no logo da Budweiser, essa recriação escreveu: "Você não pode ser rei sem escravos".
O slogan da Sony é "Make.Believe" ("Faça, acredite"). Na recriação, escreveram: "Make.Slavery" ("Faça, escravidão").
Aqui eles reimaginaram a lata de Coca-Cola como uma granada.
Nesse anti-logo da Adidas, as suas listras se transformaram em lápides em um cemitério.
Homens caem das letras da KIA, em alusão aos acidentes de trabalho nas obras da Copa.
Mais lidas
Mais de Marketing
O som do desejo: como a música nas lojas de luxo influencia o comportamento do consumidorBrics 2025: identidade visual destaca Samaúma como símbolo de cooperação global'Bruninho esteve aqui': bar em Belo Horizonte ganha fama após visita de Bruno MarsFernanda Torres e Montenegro respondem à IA em campanha de Natal do Itaú