Conto de fadas de Aki Kaurismaki sobre imigração conquista Cannes
"Le Havre", um filme repleto de humor e fraternidade, recebeu aplausos entusiasmados durante exibição no festival
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2011 às 12h51.
Cannes - Após o surpreendente e polêmico "A Árvore da Vida" ("Tree of Life"), de Terrence Malick, o 64º Festival de Cannes recebeu com aplausos entusiasmados nesta terça-feira "Le Havre", um filme repleto de humor e fraternidade do finlandês Aki Kaurismaki, que disputa a Palma de Ouro.
Filmado na cidade de Le Havre, o longa-metragem, no qual Andre Wilms interpreta um lustrador de sapatos que tenta salvar um menino africano que chega clandestino a este porto do norte da França, foi um dos mais aplaudidos até o momento no festival, no qual os críticos já foram submetidos a fortes doses de filmes deprimentes.
Apoiado por amigos e comerciantes em um bairro de Le Havre - que Kaurismaki recria nos anos 50 e 60 -, o protagonista protege o menino e o ajuda a viajar, de forma clandestina, a Londres, onde está sua mãe.
"Filmei um conto de fadas, mas a realidade é muito mais triste", afirmou Kaurismaki, na entrevista coletiva no Palácio dos Festivais de Cannes após a exibição do filme, que é interpretado em francês.
O cineasta finlandês admitiu que o mundo é mais obscuro que o mostrado no filme, marcado por belas imagens e um clima de ternura e nostalgia.
"Tinha 10 anos quando me decepcionei com a vida, mas decidi dizer que não estou (decepcionado), e criar esperança para os outros".
"Quanto mais cético e cínico me torno, mais ternos são meus sentimentos, não posso mudar. Com a idade, me tornei mais suave e até gosto dos meus personagens", disse o diretor.
"Le Havre" - terceiro filme do cineasta finlandês em Cannes, depois de "O Homem sem Passado" (2002) e "Luzes na Escuridão" (2006) - aborda o tema da imigração, um dos mais atuais na França e na Europa.
Além disso, o filme de Kaurismaki é um dos três procedentes de países escandinavos na disputa da Palma de Ouro, ao lado de "Melancholia", de Lars von Trier, e "Drive", de Nicholas Winding Refn, duas fitas dinamarquesas faladas em inglês.
O programa desta terça-feira inclui ainda a exibição do filme Pater, do francês Alain Cavalier, também na disputa do prêmio principal.
Além disso, fora de concurso, foi exibido o filme americano "Um novo Despertar" ("The Beaver"), dirigido e protagonizado pela vencedora do Oscar Jodie Foster, no qual Mel Gibson, que se viu no meio de um escândalo por gritar frases antissemitas e por gravações nas quais ofendia a esposa, interpreta um homem depressivo à beira da loucura.
O festival assiste ainda, também fora de concurso, um documentário em forma de homenagem sobre a carreira de Jean Paul Belmondo, um dos atores mais importantes do cinema francês, que completou 78 anos em abril.
Cannes - Após o surpreendente e polêmico "A Árvore da Vida" ("Tree of Life"), de Terrence Malick, o 64º Festival de Cannes recebeu com aplausos entusiasmados nesta terça-feira "Le Havre", um filme repleto de humor e fraternidade do finlandês Aki Kaurismaki, que disputa a Palma de Ouro.
Filmado na cidade de Le Havre, o longa-metragem, no qual Andre Wilms interpreta um lustrador de sapatos que tenta salvar um menino africano que chega clandestino a este porto do norte da França, foi um dos mais aplaudidos até o momento no festival, no qual os críticos já foram submetidos a fortes doses de filmes deprimentes.
Apoiado por amigos e comerciantes em um bairro de Le Havre - que Kaurismaki recria nos anos 50 e 60 -, o protagonista protege o menino e o ajuda a viajar, de forma clandestina, a Londres, onde está sua mãe.
"Filmei um conto de fadas, mas a realidade é muito mais triste", afirmou Kaurismaki, na entrevista coletiva no Palácio dos Festivais de Cannes após a exibição do filme, que é interpretado em francês.
O cineasta finlandês admitiu que o mundo é mais obscuro que o mostrado no filme, marcado por belas imagens e um clima de ternura e nostalgia.
"Tinha 10 anos quando me decepcionei com a vida, mas decidi dizer que não estou (decepcionado), e criar esperança para os outros".
"Quanto mais cético e cínico me torno, mais ternos são meus sentimentos, não posso mudar. Com a idade, me tornei mais suave e até gosto dos meus personagens", disse o diretor.
"Le Havre" - terceiro filme do cineasta finlandês em Cannes, depois de "O Homem sem Passado" (2002) e "Luzes na Escuridão" (2006) - aborda o tema da imigração, um dos mais atuais na França e na Europa.
Além disso, o filme de Kaurismaki é um dos três procedentes de países escandinavos na disputa da Palma de Ouro, ao lado de "Melancholia", de Lars von Trier, e "Drive", de Nicholas Winding Refn, duas fitas dinamarquesas faladas em inglês.
O programa desta terça-feira inclui ainda a exibição do filme Pater, do francês Alain Cavalier, também na disputa do prêmio principal.
Além disso, fora de concurso, foi exibido o filme americano "Um novo Despertar" ("The Beaver"), dirigido e protagonizado pela vencedora do Oscar Jodie Foster, no qual Mel Gibson, que se viu no meio de um escândalo por gritar frases antissemitas e por gravações nas quais ofendia a esposa, interpreta um homem depressivo à beira da loucura.
O festival assiste ainda, também fora de concurso, um documentário em forma de homenagem sobre a carreira de Jean Paul Belmondo, um dos atores mais importantes do cinema francês, que completou 78 anos em abril.