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Cinema torna-se vitrine do Rio para turistas

Grandes lançamentos mundiais como "Rio" e "Velozes e furiosos 5 – Operação Rio" dão visibilidade à capital carioca e alimentam o turismo na cidade

Rio: filme foi visto por mais de 5 milhões de brasileiros (Divulgação/FOX Film do Brasil)
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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2011 às 15h53.

São Paulo – O Rio de Janeiro vive uma fase de lua de mel com o cinema. Depois do sucesso de “Rio” e da passagem de Robert Pattinson e Kristen Stewart pela cidade para as filmagens de Amanhecer, da Saga Crepúsculo, estreia hoje (6) Velozes e furiosos 5 – Operação Rio, mais uma ficção ambientada nas ruas cariocas.

De acordo com dados da RioFilme, o Rio concentrou cerca de 50 das 92 produções internacionais feitas no Brasil. Até 2013, 18 filmes com investimento da RioFilme já tem lançamento nacional confirmado.

O fenômeno não é mera coincidência. De 2008 para 2010, o investimento total da Prefeitura do Rio de Janeiro em cinema, por meio da RioFilme, saltou de R$ 1,1 milhão para R$ 18,5 milhões. O investimento direto em filmes subiu de módicos R$ 887 mil para R$ 12 milhões em dois anos.

A expectativa da Prefeitura do Rio para os próximos anos é consolidar o Rio de Janeiro como o principal pólo de cinema no Brasil e na América Latina. De 2009 a 2012, será investido um total de R$ 90 milhões no setor.

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E os esforços para colocar o Rio nas telas já se traduz em resultados. A animação “Rio”, que estreou em abril deste ano, arrecadou em três semanas mais de R$ 58 milhões, tendo sido vista por mais de 5 milhões de pessoas - só no Brasil. Mundialmente, o filme já arrecadou mais de US$ 372 milhões desde sua estreia, segundo o site Box Office Mojo, que monitora os lançamentos globais.

Depois de uma safra de filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite, que fizeram enorme sucesso no exterior retratando a violência da capital carioca, a obra de Carlos Saldanha catapultou os cenários exóticos do Rio de Janeiro para telonas de 150 países do mundo, pintando com uma imagem colorida a futura sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Para o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o filme não poderia ter vindo em melhor hora. Segundo ele, “Rio” espelha o grande momento pelo qual passa o Brasil e o Rio de Janeiro: “A população vive em alto astral com o resgate de sua auto-estima e um calendário de eventos extraordinário. O filme contribui para a internacionalização de nossa cidade, que se firma como um dos melhores destinos turísticos do mundo. Essa combinação de filme, Olimpíadas, Copa do Mundo, pacificação, investimentos, petróleo e gás dá à cidade uma perspectiva de futuro fantástica”.



Ainda não se pode medir o impacto individual de "Rio" no aumento da procura por pacotes turísticos para o Rio de Janeiro, mas especialistas do setor já percebem a influência dele. "O filme 'Rio' está trazendo um reflexo importante na divulgação do destino para varias faixas etárias e atendendo a vários grupos de potenciais consumidores. Nas agências dos Estados Unidos, nosso maior mercado, o efeito foi muito grande. Chegamos a observar agências americanas que levaram seus clientes para assistir ao filme, na tentativa de promover pacotes e viagens para o Rio de Janeiro", afirma Paulo Senise, superintendente do Rio Convention & Visitors Bureau .

De acordo com estimativas da Riotur, 2011 deve fechar com um saldo ainda mais positivo do que 2010 no que se refere ao número de turistas que chegam ao Rio de Janeiro. O otimismo é justificado por uma pesquisa divulgada no anuário da Embratur, que  apontou um crescimento de 8% no fluxo de turistas internacionais em 2010, comparado à temporada anterior.

A cidade recebeu 1.610 milhão de visitantes estrangeiros no ano passado, contra 1.490 milhão em 2009, um acréscimo de 120 mil pessoas.

Para 2011, o setor deve bater a melhor taxa dos últimos cinco anos, tendo em vista que a cidade recebeu um fluxo de turistas internacionais maior do que o esperado durante o carnaval.

Resta saber se a cidade está pronta para absorver todo esse aumento de demanda e se terá infra-estrutura para receber todas essas pessoas, provendo os serviços e a segurança necessárias para garantir uma experiência satisfatória.

O presidente da Embratur, Mário Moysés, já afirmou que o Rio precisa construir 9 mil quartos até a Copa do Mundo para atender os turistas que virão para o evento. Segundo um levantamento da ABIH-RJ (Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro), a taxa média de ocupação anual dos hotéis chegou a 73,75% em 2010 e deve subir de seis a oito pontos percentuais neste ano.

O problema não se esgota na acomodação. Gargalos como infra-estrutura de transporte local e aéreo também terão que ser resolvidos se a cidade quiser evitar desapontar os turistas que se encantaram com o Rio pintado nas telas.

Segundo Cabral, a questão será endereçada. “O Rio de Janeiro vai receber nos próximos três anos US$ 102 bilhões em investimentos públicos e privados em diversos setores produtivos: da energia nuclear à petroquímica, da siderurgia ao óleo e gás, da hotelaria a modernos centros de pesquisa tecnológicos”, diz o governador.

*Atualizado às 15h53 de 09/05/2011

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