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Campanha contra violência sexual é lançada em São Paulo

A estimativa, segundo ela, é que mais de 500 mil mulheres tenham sofrido violência sexual no país em 2013


	Violação: a estimativa é que mais de 500 mil mulheres tenham sofrido violência sexual no país em 2013
 (Getty Images/Getty Images)

Violação: a estimativa é que mais de 500 mil mulheres tenham sofrido violência sexual no país em 2013 (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 07h19.

Somente 10% dos casos de violência sexual e estupros são denunciados no país, informou a Plan Internacional Brasil, uma organização humanitária pelos direitos da criança e do adolescente, durante o lançamento da campanha Quanto Custa a Violência Sexual contra Meninas?, ontem (16) à noite em São Paulo.

Em 2013, tivemos mais de 50 mil casos denunciados [no país], afirmou a especialista de gênero da entidade, Viviane Santiago. A estimativa, segundo ela, é que mais de 500 mil mulheres tenham sofrido violência sexual.

A campanha tem o objetivo não só de mostrar, por meio de dados, que esses crimes ocorrem, mas também quebrar o tabu envolvido na questão e interromper o silêncio, que atrapalha as vítimas na hora de denunciar.

O documentário Filha da Índia (India's Dauther), da diretora Leslee Udwin, presente no evento, foi uma maneira de sensibilizar a sociedade para a questão, disse Viviane.

O filme conta uma história real de violência sexual, na qual um grupo de seis homens aborda uma estudante de medicina, de 23 anos, dentro de um ônibus na Índia, em dezembro de 2012.

Eles a estupram e ela morre dias depois no hospital devido aos ferimentos sofridos.

Esse é o estopim para uma série de manifestações nas ruas do país, que mostraram a indignação da sociedade contra esse tipo de violência.

Esperamos que, com o choque da questão do estupro coletivo na Índia, as pessoas se perguntem como está essa situação aqui no Brasil". Segundo Viviane, o debate tem o objetivo de saber se o país está longe ou perto "de uma realidade tão chocante.

Leslee ressaltou que não se pode tratar somente os sintomas de um mal tão grave, como é a violência sexual. Ela reiterou a importância de instruir mulheres e meninas para que denunciem os crimes, mas disse que isso não é suficiente.

A solução para um problema desafiador como esse, de acordo com a diretora, é promover educação a fim de mudar a mentalidade das pessoas.

A coordenadora adjunta de Políticas para Crianças e Adolescentes, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Kátia Cristina dos Reis, disse que é importante transmitir a crianças e adolescentes informações sobre a violência sexual e os mecanismos de denúncia.

Ela lembra que existem leis que tratam da questão, mas que há impunidade.

Temos legislação que protege crianças e adolescentes, legislação que pune a violência sexual, mas temos que avançar na responsabilização, acrescentou.

Estamos vivendo um retrocesso, disse Viviane ao se referir à retirada da discussão de equidade de gênero dos planos de educação de estados e municípios.

Segundo ela, pensar o gênero dentro da perspectiva da educação é pensar em desconstruir a desigualdade que ainda existe na sociedade. Fazer o enfrentamento [à violência sexual] é modificar a maneira como ensinamos meninos e meninas, acrescentou.

Para a campanha de combate à violência sexual contra meninas, a Plan Internacional elaborou materiais informativos sobre a identificação de abuso e violência sexual, como denunciar os crimes e procurar a rede de atendimento.

Além disso, o documentário Filha da Índia será exibido em outras cidades, entre elas o Rio de Janeiro, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Recife e Teresina.

Confira o trailer do documentário Filha da Índia (India's Dauther):

https://youtube.com/watch?v=YROBVxk17cM

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