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Ascensão de João Fonseca atrai novas marcas e movimenta o tênis brasileiro

Acordos recentes com Itaú e Mercado Livre chegam em uma temporada em que o tenista de 19 anos acumulou quase R$ 10 milhões em premiações

João Fonseca, 19, vive temporada de dois títulos, quase R$ 10 milhões em prêmios e novos acordos de patrocínio com Itaú e Mercado Livre (Rio Open/Reprodução)

João Fonseca, 19, vive temporada de dois títulos, quase R$ 10 milhões em prêmios e novos acordos de patrocínio com Itaú e Mercado Livre (Rio Open/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 05h59.

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A ascensão meteórica de João Fonseca no tênis mundial não se limita às quadras. Aos 19 anos, o jovem brasileiro tornou-se um dos nomes mais cobiçados do marketing esportivo, atraindo marcas de peso como Itaú e Mercado Livre em acordos recentes que reforçam seu potencial comercial.

O tenista encerrou sua participação no ATP Tour 2025 após ser eliminado por Karen Khachanov na segunda rodada do Masters 1000 de Paris, no final de outubro. Apesar da despedida precoce do torneio parisiense, a temporada foi marcada por 20 competições disputadas e dois títulos — o ATP 250 de Buenos Aires e o ATP 500 da Basileia.

Somente em premiações neste ano, Fonseca já embolsou US$ 1.705.780 (aproximadamente R$ 9,2 milhões), elevando seus ganhos totais na carreira para US$ 2.532.513 (cerca de R$ 13,6 milhões).

Do US Open juvenil ao top 30 mundial

A trajetória de João Fonseca é marcada por precocidade e conquistas expressivas. Em 2022, integrou a delegação brasileira que venceu a Copa Davis Juvenil. No ano seguinte, aos 17 anos, conquistou o US Open juvenil, sinalizando o potencial que viria a confirmar nas categorias profissionais.

Em dezembro de 2024, o tenista obteve a premiação mais expressiva de sua carreira até então ao vencer o ATP Next Gen, torneio disputado na Arábia Saudita, faturando R$ 2,8 milhões.

Atualmente no 28º lugar do ranking mundial, Fonseca continua quebrando barreiras: tornou-se o primeiro brasileiro convidado para disputar a Laver Cup, tradicional competição criada por Roger Federer em 2017.

O apelo comercial de um 'fenômeno'

Os recentes patrocínios reforçam o magnetismo comercial do atleta. O Itaú firmou um acordo pontual para o amistoso contra o espanhol Carlos Alcaraz, marcado para esta segunda-feira, 8, em Miami, e também adquiriu o naming right do duelo no Loan Depot Park.

O Mercado Livre, por sua vez, anunciou na quinta-feira, 4, uma parceria apresentada em campanha que mostra Fonseca recebendo uma máquina de cortar cabelo — referência à promessa feita após a conquista do ATP 500 da Basileia, episódio que viralizou nas redes sociais.

"João Fonseca é um fenômeno. Apesar da pouca idade, demonstra uma maturidade e uma performance ímpar. Fora das quadras, o jovem atleta já encontra-se cercado de grandes e poucas (o que é o ideal para construir uma associação efetiva) marcas internacionais", avalia Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

O portfólio de patrocinadores já inclui nomes de peso como ON Running, Rolex, JF Living e Yonex Tennis, comprovando o interesse do mercado publicitário pelo tenista.

O efeito Fonseca no tênis brasileiro

Para especialistas do setor, o momento vivido por João Fonseca transcende os benefícios individuais e pode impulsionar toda a indústria do tênis no Brasil.

"O nome dele está em alta durante toda a temporada, ou seja, é o timing perfeito para instituições, marcas e clubes potencializarem sua atuação em torno desse esporte", comenta Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência que comercializa pacotes para torneios internacionais como Roland Garros e Wimbledon.

A comparação com Gustavo Kuerten, o Guga, maior ídolo do tênis brasileiro, é inevitável. Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, vê potencial para que Fonseca supere marcas históricas. "Ver surgir um novo fenômeno brasileiro do esporte é sempre uma grande notícia. Pelo histórico recente do atleta, percebemos que existe uma bela história nos seus próximos anos, mesmo em um esporte disputadíssimo e com grandes estrelas pelo mundo."

A era digital e a construção acelerada de ídolos

Um dos diferenciais da geração de Fonseca é a velocidade com que conquistas e imagem se propagam. "Com os recursos de comunicação atuais e a forma como o esporte é consumido em múltiplos canais, é razoável pensar que João possa ter, mesmo antes de repetir os feitos de Guga, contratos de patrocínio maiores, em termos relativos, do que ele teve", aponta Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil.

O poder dos atletas, segundo o executivo, está crescendo mais do que o dos torneios e dos esportes. "As figuras individuais são atrações de peso cada vez maior na indústria."

Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM, reforça esse argumento. "A era digital mudou a dinâmica da construção de ídolos: redes sociais e a velocidade da informação fazem com que seu nome, rotina e conquistas se propaguem rapidamente, acelerando não só sua projeção, mas também a criação de oportunidades para ele e para as marcas que queiram se associar a essa ascensão", afirma.

Segundo os especialistas, a imagem de “bom moço”, somada ao histórico recente e à pouca idade, torna João Fonseca um perfil interessante para marcas que buscam associação com atletas em ascensão. Para eles, o caso do tenista também mostra como, na era digital, o intervalo entre desempenho em quadra e acordos comerciais pode se encurtar rapidamente — desde que haja resultados e visibilidade para sustentar esse movimento.

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