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Ação #somostodosmacacos foi criada por agência e Neymar pai

Slogan foi planejado pela Loducca após episódio de racismo com o atacante há 15 dias

O jogador Neymar com seu filho, em apoio a Daniel Alves, do Barcelona: #somostodosmacacos, escreveu Neymar (Reprodução/Instagram/neymarjr)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 13h33.

São Paulo - O movimento #somostodosmacacos, que tomou as redes sociais nos últimos dias, teve criação assinada pela agência de publicidade Loducca, que ajuda a gerenciar a imagem de Neymar.

A ação foi planejada bem antes do post no Instagram do jogador que revelou a hashtag. Duas semanas antes exatamente, explica Guga Ketzer, sócio-diretor de criação da agência.

Após um jogo contra o Granada no dia 13 de abril, Neymar foi alvo de insultos racistas de torcedores rivais, que emitiram sons de macacos para o atacante brasileiro.

"Quando ele foi hostilizado, o Neymar (pai) e sua equipe nos procuraram e disseram: o Junior precisa se posicionar. E então sentamos juntos para discutir o formato disso", explica.

A ação e um vídeo baseado na hashtag já estavam a postos no domingo, à espera de um episódio que servisse como oportunidade para publicação. Ketzer nega que a iniciativa de Daniel Alves de comer a banana em campo tenha sido orquestrada. "Não foi combinado. Vimos ali a oportunidade de aproveitar o timing", diz.

Sobre a frase em si, abraçada por uns e acusada de levantar estereótipos por outros, Ketzer afirma que nasceu da ideia de devolver o insulto "na mesma moeda". "Pensamos em algo que tirasse o poder da pessoa preconceituosa. Como o que acontece na infância: um apelido pega se você ficar bravo".

Uma vez no ar, o movimento explodiu. Rapidamente atingiu de torcedores anônimos a artistas e políticos, como o primeiro ministro-italiano, Matteo Renzi, e a presidente Dilma Rousseff.

Por outro lado, para críticos, a estratégia de marketing teve efeito contrário. Parte dos internautas passaram a questionar a autenticidade da mensagem quando descobriram que ela teve ajuda profissional.

Ketzer rebate a ideia que a ação tenha teor publicitário e defende sua veracidade. "Não é uma campanha, não estamos vendendo nada. A finalidade que ela teve foi dar vazão à voz do Neymar. Ajudamos com as nossas ferramentas. Tentar desmerecer o movimento pelo fato de ter uma agência por trás é tão preoconceituoso quanto o torcedor que joga a banana", disse.

Segundo o executivo da Loducca, a agência não prevê novas ações inspiradas no movimento. "Nosso papel foi iniciar a discussão do absurdo do racismo, que agora não é mais nossa nem do Neymar ou do Daniel Alves, é aberta ao mundo inteiro".

A Loducca assina a marca NJR, que acompanha produtos e campanhas oficiais de Neymar.

//instagram.com/p/nT1mL6xtty/embed/

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São Paulo - O movimento #somostodosmacacos, que tomou as redes sociais nos últimos dias, teve criação assinada pela agência de publicidade Loducca, que ajuda a gerenciar a imagem de Neymar.

A ação foi planejada bem antes do post no Instagram do jogador que revelou a hashtag. Duas semanas antes exatamente, explica Guga Ketzer, sócio-diretor de criação da agência.

Após um jogo contra o Granada no dia 13 de abril, Neymar foi alvo de insultos racistas de torcedores rivais, que emitiram sons de macacos para o atacante brasileiro.

"Quando ele foi hostilizado, o Neymar (pai) e sua equipe nos procuraram e disseram: o Junior precisa se posicionar. E então sentamos juntos para discutir o formato disso", explica.

A ação e um vídeo baseado na hashtag já estavam a postos no domingo, à espera de um episódio que servisse como oportunidade para publicação. Ketzer nega que a iniciativa de Daniel Alves de comer a banana em campo tenha sido orquestrada. "Não foi combinado. Vimos ali a oportunidade de aproveitar o timing", diz.

Sobre a frase em si, abraçada por uns e acusada de levantar estereótipos por outros, Ketzer afirma que nasceu da ideia de devolver o insulto "na mesma moeda". "Pensamos em algo que tirasse o poder da pessoa preconceituosa. Como o que acontece na infância: um apelido pega se você ficar bravo".

Uma vez no ar, o movimento explodiu. Rapidamente atingiu de torcedores anônimos a artistas e políticos, como o primeiro ministro-italiano, Matteo Renzi, e a presidente Dilma Rousseff.

Por outro lado, para críticos, a estratégia de marketing teve efeito contrário. Parte dos internautas passaram a questionar a autenticidade da mensagem quando descobriram que ela teve ajuda profissional.

Ketzer rebate a ideia que a ação tenha teor publicitário e defende sua veracidade. "Não é uma campanha, não estamos vendendo nada. A finalidade que ela teve foi dar vazão à voz do Neymar. Ajudamos com as nossas ferramentas. Tentar desmerecer o movimento pelo fato de ter uma agência por trás é tão preoconceituoso quanto o torcedor que joga a banana", disse.

Segundo o executivo da Loducca, a agência não prevê novas ações inspiradas no movimento. "Nosso papel foi iniciar a discussão do absurdo do racismo, que agora não é mais nossa nem do Neymar ou do Daniel Alves, é aberta ao mundo inteiro".

A Loducca assina a marca NJR, que acompanha produtos e campanhas oficiais de Neymar.

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