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Plano da Petrobras não tem surpresas, mas abre espaço para mais dividendos; PETR3 sobe 5,60%

Companhia divulgou íntegra de plano estratégico para 2025 e 2029, aumentando investimentos, mas, também, reduzindo posição mínima de caixa, o que agradou investidores; petroleira também anunciou R$ 20 bi em dividendos extraordinários em 2024

Petrobras: redução da posição de caixa pode abrir espaço para mais dividendos (Wagner Meier/Getty Images)

Petrobras: redução da posição de caixa pode abrir espaço para mais dividendos (Wagner Meier/Getty Images)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 15h35.

Mais dividendos à frente? O anúncio da Petrobras de US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) em dividendos extraordinários em 2024 ficou em linha (e mesmo levemente abaixo) das expectativas dos analistas, mas a ação está entre as maiores altas nesta sexta-feira: a ação ordinária avançava 5,60%, para R$ 43,30, e a preferencial, 4,3%, para R$ 39,54.

O otimismo dos investidores tem algumas razões. A primeira é a de que o anúncio de dividendos extraordinários mostra uma preocupação da companhia em equilibrar crescimento e remuneração aos acionistas -- sendo a União o principal deles (dos R$ 20 bilhões a serem pagos, R$ 5,7 bilhões irão para os cofres públicos).

A segunda tem a ver com o plano estratégico de 2025 a 2029 integralmente anunciado hoje. O anúncio não foi uma surpresa, dado que a companhia já havia divulgado os principais números, mas algumas das cifras trouxeram novidades e deixaram espaço para aumentar a fatia de dividendos a serem distribuídos.

A companhia projeta dividendos ordinários em uma faixa que começa em US$ 45 bilhões para o período, com flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões. Nesta quinta, informou que a faixa de dividendos ordinários iria de US$ 45 bilhões a US$ 55 bilhões.

Mas, para os analistas de mercado, os detalhes do plano estratégico abrem espaço para um dividendo mais poupudo do que o mínimo.

A Petrobras revisou para cima seu teto de dívida bruta para US$ 75 bilhões (de US$ 65 bilhões no plano atual), definindo uma faixa de referência de US$ 55 bilhões a US$ 75 bilhões com convergência para o nível de US$ 65 bilhões.

O indicador é importante porque a política atual de remuneração aos acionistas da Petrobras prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre caso a dívida bruta (incluindo arrendamentos) seja igual ou inferior ao nível máximo definido pelo plano estratégico em vigor (US$ 65 bilhões, conforme o plano estratégico atual). Considerando a entrada de novas unidades de produção, a dívida bruta da Petrobras ultrapassaria ligeiramente esse nível de referência atual até 2025, destacam os analistas do Goldman Sachs.

Mas, observam os analistas, a empresa também revisou sua posição mínima de caixa para baixo, para US$ 6 bilhões (de US$ 8 bilhões no plano de negócios anterior).

"Acreditamos que isso pode ser bem recebido pelo mercado e criar riscos de alta para o pagamento de dividendos extraordinários no futuro próximo. Como lembrete, a administração da Petrobras tem sido vocal sobre operar a empresa com um nível mínimo de caixa, o que acreditamos abrir espaço para remuneração adicional aos acionistas no futuro previsível", escreve o time do Goldman.

A equipe do banco calcula que a Petrobras pode distribuir até US$ 58 bilhões em dividendos ordinários, um pouco acima do teto do plano. O banco manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 48,10 e de R$ 43,70, para as ações ordinárias e preferenciais, respectivamente.

Já o Citi destaca que o fluxo de caixa operacional projetado entre US$ 190 bilhões e US$ 210 bilhões ficou acima do esperado, mas diz que o plano estratégico, em geral, ficou em linha com as expectativas.

"Nossa visão de preços de petróleo mais baixos ainda sustenta nossa visão neutra para a tese de investimento, apesar dos bons dividendos de curto prazo da Petrobras."

No ano, as ações ordinárias da Petrobras subiram 10,14% e as preferenciais, 4,66%.

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