PETR3 x PETR4: entenda as diferenças entre as ações da Petrobras e qual vale mais a pena investir (SOPA Images/Getty Images)
Repórter de Invest
Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 13h01.
Investir na Petrobras tem sido a principal escolha de muitas pessoas, haja vista a sua valorização no último ano. Mas uma dúvida pode surgir na hora de comprar os papéis: escolher as ações ordinárias (PETR3) ou as preferenciais (PETR4)?
Em relatório, o BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) lembra que as ações ordinárias da petrolífera mantiveram uma média de prêmio de 19% sobre as preferenciais. Vale pontuar que a PETR3 permite ao acionista o direito a voto nas assembleias, enquanto a PETR4 garante ao investidor prioridade no recebimento de proventos. Entenda com mais detalhes as diferenças entre os dois tipos de papel.
Apesar disso, as ações não votantes da Petrobras têm apresentado um desempenho superior. Isso tem levado o prêmio histórico das ações ordinárias a diminuir para o menor nível em dez anos, a apenas 3%. “Embora essa tendência tenha começado há um ano, muitos investidores recentemente nos questionaram se isso é sustentável ou se há uma oportunidade de negociação favorável às ações PETR3”, dizem os analistas do BTG. Eles ainda alertam que essa diferença deve perdurar.
Entre 2016 e 2018, justamente no ápice da operação Lava-Jato, escândalos de corrupção envolvendo a estatal estampavam com frequência os noticiários. Na mesma toada, a pauta da privatização da Petrobras ganhou força — junto com ela, houve um impulso das ações com direito a voto (PETR3). O estímulo adicional foi a confiança de que os dividendos para ambos os papéis passariam a ser mais robustos.
Agora, com chances menores de que a petroleira deixe de ser uma empresa pública de economia mista para se tornar totalmente privada, pelo menos no curto prazo, os investidores estão menos inclinados a deter as ações votantes. Junto a isso, contribui para a valorização dos papéis preferenciais (PETR4) o programa de recompra de ações, anunciado em agosto. Ele é exclusivo para essa classe de ações, sendo que a companhia já comprou cerca de 60% do montante máximo estabelecido.
O BTG Pactual destaca que não prevê qualquer redução nos pagamentos dos dividendos das ações ordinárias da Petrobras, que representam 78% da participação econômica do governo na companhia. Os analistas ainda lembram que o diretor financeiro da estatal, Sergio Caetano Leite, recentemente afirmou que o programa de recompra de ações foi bem-sucedido e sinalizou a possibilidade de um programa maior.
“O programa provavelmente continuará focando exclusivamente em ações preferenciais (PETR4) já que recomprar ações ordinárias (PETR3) traria complexidade, fornecendo suporte técnico adicional para as preferenciais”, dizem os analistas. Além disso, eles alertam que apesar do potencial de valorização de PETR4 ser menor, é pouco provável que os investidores prefiram PETR3 considerando somente o desempenho histórico.
“Ambas as classes estão sendo negociadas com dividend yield (DY) muito semelhantes em 2024 — sendo 12,4% para as ordinárias e 12,8% para preferenciais, ou de 16% e 16,5%, respectivamente, considerando pagamentos extraordinários —, e continuamos comprando ambas.”
O banco mantém a recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo a US$ 16,35 para os recibos de ação (ADRs), que são negociados em Nova York.