Redação Exame
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 15h19.
Chris Giancarlo se tornou uma das vozes mais respeitadas, e provocadoras, do debate sobre o futuro do dinheiro. Ex-presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC), ele ganhou o apelido de “Crypto Dad” após defender, em 2017, a aprovação dos primeiros contratos futuros de bitcoin em mercados regulados dos EUA.
A decisão, polêmica à época, abriu caminho para uma nova era na integração entre ativos digitais e o sistema financeiro tradicional. Mas, para Giancarlo, aquilo era só o começo.
Hoje, ele é um dos maiores defensores da criação de um dólar digital soberano, liderando o Digital Dollar Project e alertando que os EUA estão atrasados na disputa pelas regras, e pelos valores, do novo sistema monetário global. As informações foram retiradas da Forbes.
Giancarlo defende que a moeda do futuro precisa carregar mais do que valor econômico: precisa carregar valores sociais fundamentais. Enquanto a China avança com um yuan digital projetado para controle estatal e vigilância, ele propõe um modelo de CBDC (moeda digital de banco central) baseado nos princípios democráticos: privacidade, inclusão, liberdade econômica e transparência.
“Dinheiro é importante demais para ser deixado nas mãos dos banqueiros centrais”, afirma.
Essa provocação não é retórica. Segundo ele, estamos vivendo a transição para a “internet do valor”, em que moedas digitais terão papel semelhante ao que o e-mail e a web tiveram na informação. E o risco é que esse novo sistema seja dominado por valores autoritários se os EUA e outras democracias não liderarem o processo.
Como presidente da CFTC entre 2014 e 2019, Giancarlo foi o responsável por aprovar os primeiros futuros de bitcoin lançados pela CME e Cboe em 2017. A decisão foi polêmica, mas estratégica.
“O mercado precisa testar o valor das inovações. Não políticos”, declarou.
A partir dali, mais de 12 mil produtos foram lançados sob regulação da CFTC, muito mais que em qualquer outro órgão similar no mundo. Essa abordagem mais aberta à inovação inspirou parte da estrutura regulatória atual dos criptoativos nos EUA.
Hoje, Giancarlo atua fora do governo, mas com ambição ainda maior: criar uma moeda digital oficial que preserve a influência global do dólar, sem abrir mão dos princípios liberais que o consagraram.
Um ponto central da defesa de Giancarlo é a inclusão financeira. Hoje, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo estão fora do sistema bancário tradicional. A proposta de moedas digitais, especialmente as baseadas em tokens e não em contas bancárias, poderia incluir milhões sem depender de identidade formal ou instituições centralizadas.
Isso representa um desafio e uma oportunidade para instituições financeiras, reguladores e empresas de tecnologia: adaptar seus modelos a uma realidade em que transações ocorrem em tempo real, com menor custo, maior transparência e sob novas regras.
A transformação das moedas não é um assunto apenas de bancos centrais. Empresas, investidores e reguladores precisam entender que essa mudança impactará diretamente o mercado financeiro, os sistemas de pagamento, as estratégias de política monetária e a segurança de dados.
Giancarlo alerta que quem definir os padrões técnicos e regulatórios agora, definirá quais valores dominarão o sistema financeiro nas próximas décadas.
E para profissionais do setor financeiro, entender a dinâmica das moedas digitais — e seus desdobramentos — não é mais opcional: é imperativo estratégico.
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