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Conheça a estratégia que transformou Warren Buffet no maior investidor do mundo

A modalidade busca ações subvalorizadas com potencial de crescimento, permitindo ganhos elevados a um baixo custo de aquisição

Warren Buffett, diretor executivo da Berkshire Hathaway. (Getty/Getty Images)

Warren Buffett, diretor executivo da Berkshire Hathaway. (Getty/Getty Images)

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Publicado em 30 de outubro de 2024 às 12h25.

Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 12h28.

Entre as estratégias para quem busca oportunidades no mercado financeiro e mira rendimentos de longo prazo está o value investing”. Na modalidade, o investidor aplica o dinheiro em empresas de capital aberto, com ações negociadas na bolsa de valores.

A expressão, em tradução livre, quer dizer “investimento em valor”. Os chamados value investors estão a todo momento à procura de ações que, na sua visão, estão subvalorizadas pelo mercado em relação ao potencial.

Como explicam os especialistas da Nomad, fintech que oferece serviços financeiros para brasileiros no exterior, em um cenário positivo, é possível ter retornos bem acima da média.

No entanto, é preciso tomar alguns cuidados, como conhecer bem as empresas e o comportamento das ações, monitorar muito de perto os setores em que atuam, além de considerar o perfil de investidor e sua tolerância aos riscos.

Warren Buffett e o Value Investing

O value investing, explica a Nomad, tem origem na iniciativa do economista inglês Benjamin Graham, que comprou ações com baixo valor no mercado como forma de reduzir os riscos nos investimentos e esperar a melhor oportunidade de vender e potencializar a lucratividade.

Quem também adota a estratégia de buscar ações de empresas com potencial de valorização é o megainvestidor Warren Buffett. Outro que gosta de mirar nesses ativos é o bilionário Seth Klarman.

Os princípios do Value Investing

Segundo a Nomad, o value investing segue uma série de princípios:

  • Compra com desconto: investidores de valor procuram ativos negociados abaixo de seu valor intrínseco, acreditando que o mercado às vezes os precifica de maneira irracional.
  • Análise Fundamental: a análise fundamental desempenha um papel central no value investing, envolvendo uma avaliação criteriosa dos fundamentos financeiros de uma empresa, incluindo receita, lucros e balanço patrimonial.
  • Margem de segurança: garantir uma margem de segurança substancial é essencial, assegurando que o preço de compra seja consideravelmente inferior ao valor intrínseco, o que ajuda a proteger contra erros de avaliação.
  • Investimento de longo prazo: o value investing é muitas vezes associado a investimentos de longo prazo, permitindo que os investidores aproveitem as recompensas à medida que o mercado reconhece o valor real.
  • Ignorar volatilidade de curto prazo: investidores de valor mantêm a firmeza, ignorando a volatilidade de curto prazo e se concentrando em métricas fundamentais sólidas.
  • Independência de pensamento: o value investing muitas vezes adota uma abordagem contrária, não sendo influenciado por tendências de mercado ou pela multidão.
  • Resistência a emoções: disciplina e resistência às emoções, como ganância e medo, são fundamentais para tomar decisões de investimento racionais.
  • Qualidade e vantagens competitivas: investidores de valor tendem a preferir ativos de alta qualidade, empresas com vantagens competitivas sustentáveis e boa governança corporativa.
  • Diversificação consciente: embora o value investing possa envolver a compra de ativos individuais, muitos investidores de valor aplicam princípios de diversificação para reduzir riscos.
  • Reavaliação constante: investidores de valor reavaliam regularmente seus investimentos à medida que novas informações surgem e as condições de mercado mudam, ajustando suas posições conforme necessário.

Passo a passo do value investing

Na prática, os investidores compram ativos depreciados e prospectam uma valorização de médio a longo prazo. Uma avaliação técnica possibilita projetar seu potencial.

Segundo os especialistas da Nomad, o value investing é um modelo de média volatilidade, que tem nas análises o seu ponto de partida para identificar as ações com valores de negociação abaixo do potencial. O investidor deve analisar o cenário financeiro da empresa e seus demonstrativos contábeis para saber se o preço está aquém do que podem alcançar.

Depois da análise, é feita a compra das ações negociadas nas bolsas de valores e o acompanhamento do desempenho do mercad. O objetivo é atingir a valorização e ter lucro na operação.

Outra forma de ganhar com as ações é por meio da distribuição de rendimentos – estratégia válida para quem tem uma visão mais de longo prazo.

É fundamental ao investidor ter o entendimento quanto ao momento ideal para a venda dos papéis, ou seja, que ele defina um tempo de espera que não seja mais ou menos do que as previsões de preços do ativo negociado, como salientam os analistas da Nomad.

Qual estratégia usar?

A teoria mostra que há duas formas de abordagem para quem quer investir em ações com potencial de valorização. São elas:

- Deep Value Investing – maior exposição ao risco, com aquisição de ações com valor bem abaixo do mercado, de empresas que estão em início de liquidação ou em processo de recuperação judicial;

- High Quality Investing – menor exposição ao risco, com aquisição de ações de empresas sólidas no mercado, com boa reputação, mas que se encontram em uma situação financeira difícil.

Diferentemente do “growth investing”, que busca ativos com alto potencial de crescimento, o value investing estabelece uma relação entre o preço atual e o intrínseco de uma ação.

Como calcular o value investing?

Dá para calcular o value investing? Segundo o time da Nomad, não existe uma fórmula para decidir em qual ativo aplicar. No entanto, há alguns métodos e métricas que ajudam a determinar o valor de uma empresa e as chances de valorização ao longo do tempo.

No entanto, a análise fundamentalista (chamada de análise por múltiplos) é uma alternativa para que os números deem transparência à situação da companhia. Confira:

P/VP – Valor patrimonial da empresa em relação ao preço das ações (menor que 1,0 significa que a companhia está abaixo do seu valor patrimonial ou subprecificada);

P/L – Preço das ações dividido pelos lucros;

Dividend Yield – percentual de dividendos recebidos em relação ao preço atual da ação;

ROE – Retorno sobre patrimônio líquido;

ROIC – Retorno sobre Capital Investido.

Há quem prefira seguir a fórmula desenvolvida por Graham para calcular o valor intrínseco de uma ação:

VI = √ (22,5 × LPA × VPA)

(VI: valor intrínseco; LPA: lucro por ação; VPA: valor patrimonial da ação)

Atratividade e risco

Assim como em outros investimentos, o value investing traz vantagens e riscos. Veja quais são:

Vantagens

  • Ganhos elevados – a valorização das ações a longo prazo pode gerar rendimentos mais satisfatórios;
  • Baixo valor de aquisição – a compra de ativos subvalorizados dá ao investir maior poder de compra sem gastar tanto;
  • Tempo prolongado de análise – os objetivos a longo prazo permitem análises mais fundamentadas, baseadas em estudos e em um processo investigativo mais profundo.

Riscos

  • Imprevisibilidade – não é possível prever quais serão os resultados a curto, médio ou longo prazo;
  • Prejuízo – ao projetar a alta de determinados ativos, caso não ocorra, o investidor pode ter prejuízo em vez de lucro;
  • Prazo para retorno – a técnica não é válida para investidores que desejam retornos rápidos, pois só funciona para aplicações com expectativa de longo prazo.

Veja as dicas

Na hora de escolher os investimentos com base na estratégia do value investing, além do cálculo e da análise fundamentada, é preciso avaliar com profundidade levando-se em consideração aspectos gerais e financeiros. Conheça quais são os pontos de atenção listados pela Nomad:

- Ameaça da concorrência;

- Análises de balanços e demonstrações de resultados;

- Controle do endividamento e alavancagem;

- Geração de receitas e lucros crescentes;

- Qualidade e importância dos produtos;

- Taxa de juros e câmbio;

- Projetos e perspectivas futuros;

- Força de vendas;

- Imagem da marca;

- Nível de inflação;

- Perenidade do negócio e market share;

- Capacidade de transformação e adaptação;

- Qualidade da gestão, estrutura societária e critérios de governança.

Ainda segundo os especialistas da Nomad, para aplicar esse método, são fundamentais fatores como pesquisa, análise e paciência. Quem investe com base nessas premissas deve estar disposto a correr mais ou menos riscos e fazer análises estratégicas individuais.

A compra das ações é realizada por meio do home broker da corretora escolhida pelo investidor. Após a análise, entendimento dos motivos da depreciação e escolha da empresa e ativos, a ordem de compra deve ser lançada para execução na bolsa de valores.

Acompanhe tudo sobre:branded-contentInvestir Nomad

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