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Vendas do Tesouro Direto caem 16,6% em outubro

No mês, foram vendidos R$ 5,65 bilhões em títulos

Vendas de títulos públicos a pessoas físicas atingem R$ 5,65 bilhões em outubro (Priscila Zambotto/Getty Images)

Vendas de títulos públicos a pessoas físicas atingem R$ 5,65 bilhões em outubro (Priscila Zambotto/Getty Images)

Agência Brasil
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Publicado em 29 de novembro de 2024 às 18h44.

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As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 5,65 bilhões em outubro, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (29). Em comparação com setembro, o volume de vendas apresentou uma queda de 16,6%, mas, em relação a outubro do ano passado, houve um aumento de 69,8%, atingindo o melhor nível para o mês desde a criação do programa, em 2002.

O principal fator que impulsionou o volume de vendas foi o interesse por títulos corrigidos pela Taxa Selic, os juros básicos da economia. Além da aumento na demanda por esses papéis, também houve o vencimento de títulos antigos, que foram trocados por papéis novos. Em outubro, as vendas de títulos atrelados à Selic totalizaram R$ 2,52 bilhões, com os resgates (somando vencimentos e recompras) totalizando R$ 1,99 bilhão.

Títulos mais procurados

Entre os tipos de títulos mais procurados, destacaram-se os vinculados aos juros básicos, que responderam por 44,6% das vendas. Os papéis corrigidos pela inflação (medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) corresponderam a 38,1% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, somaram 12,4%.

O Tesouro Renda+, destinado ao financiamento de aposentadorias e lançado no início de 2023, respondeu por 3,7% das vendas. Já o Tesouro Educa+, criado para financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 1,2% das vendas.

O interesse por papéis vinculados à Selic é explicado pelo alto nível da taxa de juros, que estava em 10,5% ao ano até outubro, sendo elevada para 11,25% ao ano. Com a expectativa de novas altas na Selic, esses papéis continuam a ser atrativos. Os títulos atrelados à inflação também têm ganhado destaque, devido à previsão de aumento da inflação oficial nos próximos meses.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 147,04 bilhões no final de outubro, uma alta de 2,73% em relação ao mês anterior, quando totalizou R$ 143,12 bilhões. Em comparação com outubro do ano passado, o valor aumentou 17,66%, quando o estoque era de R$ 123,36 bilhões. Esse crescimento ocorreu porque as vendas superaram os resgates em R$ 2,53 bilhões no último mês.

Em termos de número de investidores, 320.183 pessoas se cadastraram no programa em outubro. O total de investidores superou pela primeira vez a marca de 30 milhões, atingindo 30.235.353 participantes. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumulou um aumento de 15,4%. Já o número de investidores ativos (com operações em aberto) foi de 2.698.426, marcando um aumento de 11,2% no período.

O crescente interesse de pequenos investidores pode ser observado nas vendas de até R$ 5 mil, que representaram 80,7% do total de 782.713 operações de vendas realizadas em outubro. Somente as operações de até R$ 1 mil representaram 56,3% do total. O valor médio por operação foi de R$ 7.215,21.

A maioria dos investidores tem demonstrado preferência por papéis de curto prazo. 68,2% das vendas foram de títulos com vencimento de até cinco anos, enquanto os títulos com vencimento entre cinco e dez anos corresponderam a 9,4% do total. Os papéis com prazos acima de dez anos representaram 22,4% das vendas.

O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.

Captação de Recursos

Criado em janeiro de 2002, o Tesouro Direto permite que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a intermediação de agentes financeiros. Para isso, o aplicador paga uma taxa semestral à B3, a bolsa de valores brasileira, que custodia os títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas de o governo captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos, com a garantia de devolução do valor investido, acrescido de um adicional, que pode variar conforme a Selic, índices de inflação, câmbio ou taxa previamente definida, no caso dos papéis pré-fixados.

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