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Tesouro Direto aumenta horário de resgate de títulos federais

A partir do dia 3 de dezembro, o investidor poderá vender seus títulos ao Tesouro das 9h30 às 5 horas da manhã do dia seguinte, o mesmo horário das compras

Dinheiro: antes, só era possível revender os papéis das 18h10 às 5 da manhã, o que criava problemas para alguns investidores (Thinkstock/Thinkstock)

Dinheiro: antes, só era possível revender os papéis das 18h10 às 5 da manhã, o que criava problemas para alguns investidores (Thinkstock/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2016 às 15h35.

Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 18h33.

O Tesouro Direto, sistema de negociação via internet de títulos públicos federais, anunciou hoje a mudança nas regras para resgate dos papéis.

A partir do dia 3 de dezembro, sábado, o investidor poderá vender seus títulos ao Tesouro das 9h30 às 5 horas da manhã do dia seguinte, o mesmo horário das compras.

Antes, só era possível revender os papéis das 18h10 às 5 da manhã, o que criava problemas para alguns investidores.

“A mudança é muito positiva, pois incrementa a liquidez do Tesouro Direto”, afirma Fabricio Tota, gerente de home broker da Socopa Corretora.

Segundo ele, a exigência de vender somente depois das 18h10 era um pouco incômodo. “Os investidores reclamavam que faziam as operações no trabalho ou esqueciam de fazer a operação”, diz.

Além disso, o investidor perdia oportunidades ao longo do dia quando havia flutuações das taxas. “Mas para o grande público, a maior vantagem é a liquidez a qualquer hora do dia”, diz.

Assim, o Tesouro Direto vai passar a informar das 9h30 às 5 da manhã do dia seguinte tanto taxas de compra dos títulos quanto de venda.

“Aí o cliente pede e liquida no dia seguinte”, afirma Tota, lembrando que algumas corretoras pedem mais um dia para liberar o dinheiro.

“No nosso caso é no dia seguinte, já temos um sistema para calcular o imposto e recolher e creditar os recursos em um dia”, explica.

Outra reivindicação do mercado e dos investidores é para aumentar o limite mensal de compras, hoje de R$ 1 milhão. Segundo Tota, esse valor é de 2012 e deveria ser corrigido.

“Talvez pudesse passar para R$ 1,7 milhão corrigindo pela inflação”, diz. A mudança seria importante já que o Tesouro Direto é cada vez mais visto como um porto seguro para os investidores.

A mudança no horário de venda havia sido anunciada pelo Tesouro Direto no meio do ano e estava prevista para outubro, mas a greve dos funcionários do Tesouro acabou atrasando o processo.

Segundo Tota, a Socopa tem hoje uma base de 10 mil clientes com alguma aplicação no Tesouro Direto. O número é significativo se for considerado que o total de investidores com aplicações no sistema, hoje de 360 mil.

“O Tesouro Direto atingiu 1 milhão de cadastros, mas investidores ativos são 360 mil”, explica.

A concorrência no mercado de Tesouro Direto também tem crescido, com corretoras isentando o investidor da taxa de administração.

Recentemente, a XP Investimentos, hoje a maior corretora independente do mercado, passou a isentar da taxa seus investidores, assim como a Easynvest.

Na Socopa, a taxa é de 0,10%. “Nosso custo é baixo e não pensamos em mudar”, afirma Tota, lembrando que o maior custo hoje para o investidor é da taxa de custódia da BM&FBovespa, de 0,30% ao ano.

“Se for tudo considerado, taxas das corretoras, da bolsa, TED para mandar e receber o dinheiro, o ganho de uma aplicação em Selic no Tesouro Direto ficaria em 98% do CDI”, afirma Tota.

O mercado assiste também à concorrência dos papéis privados isentos de imposto com o Tesouro Direto. As LCI e LCA perderam um pouco o espaço, mas este ano há uma onda de ofertas de papéis isentos de empresas, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas.

“Há uma grande procura por esses papéis também, mas acho que isso é positivo pois com os juros altos,  essas ofertas não roubam mercado do Tesouro, mas complementam”, afirma Tota. “Talvez quando os juros caírem aí tenhamos uma disputa maior”, diz.

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