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Onde investir em 2014, segundo o Santander

Carteira de investimento ideal para este ano deve ter boa parcela de renda fixa e ser diversificada


	Papel, caneta e calculadora: Com cenário mais favorável para os países desenvolvidos, ativos estrangeiros devem estar no portfólio
 (Stock.xchng)

Papel, caneta e calculadora: Com cenário mais favorável para os países desenvolvidos, ativos estrangeiros devem estar no portfólio (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 10h19.

São Paulo - Em encontro com a imprensa realizado na última terça-feira, a Santander Asset Management - gestora com 50% de participação do banco Santander e 50% da Warbug Pincus e General Atlant -, falou sobre o cenário de investimentos para 2014 e sugeriu o porfólio ideal para o ano que se inicia. 

Segundo o economista-chefe da Asset, Ricardo Denadai, o cenário global para este ano se apresenta mais favorável aos países desenvolvidos e os países emergentes se tornam menos atrativos.

No Brasil, a dupla formada por baixo crescimento e alta inflação deve continuar a ditar o tom da economia. "Nós projetamos para 2014 um crescimento de 1,9% para o PIB [Produto Interno Bruto], uma inflação pelo IPCA de 6% e uma taxa Selic aos 10,5%", disse Denadai.

Diante desse cenário, o portfólio de investimentos ideal para este ano, segundo a Santander Asset Management, deve contemplar quatro vertentes:

1 Investimento em fundos referenciados DI com crédito privado

"Com os juros acima de 10%, os fundos DI, principalmente aqueles turbinados com crédito privado, aparecem como uma boa alternativa", justifica Ricardo Denadai. 

Os fundos referenciados DI investem em títulos atrelados à variação do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa média de juro das operações realizadas entre bancos, que tende a acompanhar a flutuação da taxa Selic. 

Dentro da estratégia de perseguir o desempenho do CDI, o fundo pode investir em títulos pós-fixados públicos e em títulos privados, emitidos por empresas, sendo que cada gestor define a porção que cada tipo de título ocupará na carteira.

Trata-se, em geral, de um investimento de baixo risco. Contudo, quanto mais crédito privado houver na carteira, maior o risco.

2 Investimento em fundos de renda fixa com crédito privado e fundos multimercados

Usando a mesma justificativa da taxa Selic acima dos 10% ao ano, Denadai recomenda que os portfólios incluam fundos de renda fixa, sobretudo aqueles que investem em títulos privados. 

Como o risco das empresas é maior que o do governo, elas costumam emitir títulos com remunerações mais vantajosas do que os títulos do Tesouro Nacional. 

Os fundos multimercados, também recomendados pela Asset, podem investir em ativos de renda fixa e de renda variável, buscando a melhor estratégia de acordo com o momento. "São fundos que têm a vantagem de garantir maior flexibilidade ao gestor em um cenário volátil, como o atual", explica Denadai. 

3 Diversificação ainda maior

Com o cenário doméstico enfraquecido, Ricardo Denadai defende que a diversificação é cada vez mais necessária. "E o investidor não deve restringir sua diversificação a ativos do mercado nacional. O portfólio deve incluir também ativos no exterior", afirma.


Considerando que as perspectivas para a economia brasileira ainda não são positivas e, portanto, o mercado financeiro pode continuar volátil, investir em diferentes aplicações, incluindo produtos do mercado internacional, pode ser a saída para que o investidor suavize eventuais prejuízos, segundo a Asset.

Existem restrições para o investidor pessoa física investir diretamente em ativos no exterior. Porém, muitos fundos multimercados abertos a investidores individuais em geral já investem até 20% de seus recursos lá fora ou fazem operações que acompanham o desempenho de investimentos estrangeiros.

4 Evitar fundos de ações indexados e privilegiar fundos com gestão ativa

Ricardo Denadai defende que, ainda que o cenário macroeconômico justifique o pessimismo em relação à Bovespa, o ano de 2014 começa com uma expectativa mais ajustada do que nos anos anteriores.

"O cenário continua difícil, mas a impressão é de que o espaço para decepções é menor porque o ano começa com a expectativa mais ajustada e com o pessimismo mais refletido nos preços das ações do que nos anos anteriores", diz o economista-chefe da Asset.

Por essa razão, ele justifica que faz sentido para o investidor com mais apetite por risco investir na Bolsa, contanto que o investimento não seja feito por meio de fundos indexados, que buscam replicar o comportamento de índices, como o Ibovespa. 

"Diante de todos os desafios, os investimentos em fundos com gestão mais ativa, que fazem uma maior seleção das ações, faz mais sentido do que o investimento em fundos indexados", afirma Denadai. 

O portfólio do investidor conservador

Ainda que as sugestões acima reflitam o portfólio ideal na visão da Santander Asset Management, para quem não aceita correr muitos riscos ao investir, a estratégia deve ser diferente. 

De acordo com Luciane Ribeiro, diretora da Asset, para o investidor conservador a carteira deve ser composta da seguinte forma: "Nada de investimento em Bolsa, 80% em produtos conservadores, como fundos de renda fixa sem risco, 10% em fundos multimercados com capital protegido e de 10 a 15% em fundos de investimento que aplicam no exterior", diz.

Nos fundos com capital protegido, caso a rentabilidade seja negativa, o investidor não perde dinheiro, recebendo de volta o valor investido inicialmente.

Em linha com as recomendações feitas para 2014, a gestora lançou nesta semana dois fundos que investem em ativos no exterior. E conforme Luciane sinalizou, novos fundos com capital protegido podem ser lançados para atrair mais investidores ao longo do ano. 

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