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Robô Warren lança corretora de bitcoins

Assim como o robô de investimentos, a plataforma de negociação de moedas virtuais aposta no modelo descontraído e transparente para atrair usuários

Bitcoin (Thomas Trutschel/Getty Images)

Bitcoin (Thomas Trutschel/Getty Images)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 8 de março de 2018 às 18h40.

Última atualização em 9 de março de 2018 às 10h18.

São Paulo — O Warren vai lançar sua própria corretora de criptomoedas, a Elliot, que começará a funcionar a partir de abril. Assim como o robô de investimentos, a plataforma de negociação de moedas virtuais aposta no modelo descontraído e transparente para atrair usuários.

Espelhando o Warren, a interação como Elliot começa numa conversa descontraída com o chatbot. Por meio dessa interação, será traçado o perfil de risco do investidor e, com isso, serão aplicadas as travas necessárias para “proteger” o cliente de riscos que não se enquadrem no seu perfil.

“No primeiro momento, o cliente poderá comprar e vender somente bitcoins. A ideia é ampliar o cardápio de criptomoedas mais para frente”, diz Tito Gusmão, um dos fundadores do grupo Warren. “Queremos mostrar que investir em moedas digitais pode ser fácil, seguro e simples, desde que seja feito da forma correta.”

Marcelo Maisonnave, também sócio do grupo, explica que um dos diferenciais da Elliot é a segurança. “Diferente do que tem sido feito no mercado de bitcoin, a Elliot já nasce com regras de compliance bem definidas e alinhadas com as orientações do Banco Central, inclusive com auditoria externa. Entendemos que, dessa forma, trazemos mais segurança para o investidor, para nós e para a sociedade”, afirma.

Segundo ele, a Elliot vai adotar as mesmas práticas regulatórias do mercado financeiro, que já são aplicadas aos investimentos tradicionais, uma vez que a negociação de criptomoedas ainda não é regulada no Brasil. “Mesmo que o Banco Central ou a CVM não nos obrigue a tomar esse cuidado, nós entendemos que ele é importante.”

Warren

Os sócios da Warren Tito Gusmão, André Gusmão, Marcelo Maisonnave e Rodrigo Grundig (da esquerda para a direita) (Warren/Divulgação)

Para abrir uma conta e operar criptomoedas na corretora, o investidor passará por um processo de identificação de tolerância ao risco, conhecido como suitability. Todas as transferências de valores e resgates terão, obrigatoriamente, que ser feitas para conta de mesma titularidade —eliminando risco de uso de moedas digitais para caixa 2 e práticas de lavagem de dinheiro.

Os usuários também não poderão transferir os bitcoins comprados na Elliot para outra carteira virtual —se o investidor desistir de ter a criptomoeda na plataforma, terá de vendê-la para resgatar o dinheiro. Os investidores também vão poder vender as moedas virtuais e manter o dinheiro na carteira digital da Elliot, cujos recursos serão remunerados pela renda fixa (Tesouro Selic) —como acontece com a Nuconta, por exemplo, do Nubank.

Segundo os fundadores, a conciliação do dinheiro (processo de transferência da conta pessoal para a conta na Elliot e reconhecimento da entrada do dinheiro pela plataforma) será feita no mesmo dia e a compra de moedas acontecerá em instantes, com cotações online. O resgate poderá ser feito a qualquer momento e concretizado em um dia útil.

“Essas regras impedem fraudes entre os usuários, o que é nossa principal preocupação. Queremos que o Banco Central nos olhe como exemplo na hora de regular esse tipo de atividade”, diz Maisonnave.

A Elliot não vai cobrar taxa de depósito, taxa de resgate ou outras taxas que existem em plataformas semelhantes no mercado. A corretora vai cobrar uma taxa única de 0,5% por transação (compra ou venda) de moeda digital.

Para negociar bitcoins na Elliot não será preciso ser cliente do Warren —são empresas diferentes que pertencem ao mesmo grupo. Mas os usuários do Warren poderão aproveitar o cadastro no robô de investimentos para abrir uma conta na Elliot mais rapidamente. A versão Beta do Elliot deve estar disponível em abril e a fila de espera para abrir conta já supera 12 mil pessoas.

Cuidados

Para comprar a moeda digital mais popular e outras criptomoedas, é preciso estar disposto a encarar um altíssimo risco de perder dinheiro —maior do que qualquer outro investimento do mercado financeiro.

O negócio é volátil: os preços chegam a cair ou subir dois dígitos em um mesmo dia. Apesar da tendência de alta, da mesma forma que a moeda valorizou bruscamente em pouco tempo, pode despencar com a mesma intensidade.

Por isso, especialistas em finanças pessoais recomendam que o investidor destine, no máximo, 1% de seus recursos para a compra de moedas virtuais. Tem que ser um dinheiro que não fará falta, em caso de perda.

Os bitcoins e outras criptomoedas são recomendados apenas para investidores extremamente arrojados, que procuram diversificar investimentos e topam encarar a alta volatilidade para experimentar a tecnologia.

“Nossa ideia é trazer pessoas que acreditam nas criptomoedas e não estejam só pensando em especular para ganhar dinheiro”, diz Maisonnave. Vale lembrar que, apesar de a negociação com moedas virtuais ainda não ser regulamentada no Brasil, a Receita Federal já sinalizou que o ganho de capital auferido com a venda das criptomoedas está sujeito à tributação e deve ser declarado.

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