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Para quem vale a pena investir nas debêntures da BNDESPar

Especialistas acreditam que os papéis oferecerão baixo risco e retorno superior ao dos títulos públicos, mas só são recomendados a investidores de longo prazo

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

    <hr>                                     <p class="pagina">Ao fazer o pedido de reserva das debêntures, que se limita a 15 mil reais em papéis de cada uma das séries, o investidor deverá indicar se deseja optar por uma taxa de juros mínima para comprar cada papel ou se prefere realizar a operação "à taxa de mercado", que será definida no bookbuilding. No primeiro caso, se a taxa de juros escolhida para a série prefixada for maior do que 0,80%, o pedido será desconsiderado. A mesma regra vale para a série ligada ao IPCA, que não pode superar 0,70%. "O ideal seria indicar remuneração próxima a essas taxas. Abaixo disso, é melhor investir em títulos públicos", aconselha Pedro Lérias, gestor de carteiras da Verax.<br><br>Entre os dois papéis ofertados, Lérias prefere a opção de compra do título de renda fixa vinculado à inflação. Os especialistas alertam, no entanto, que, se a inflação for maior do que a esperada nos próximos anos, a remuneração desses títulos não será vantajosa. "Esses papéis são interessantes quando os juros estão baixos", explica o educador financeiro Mauro Calil. O IPCA atingiu 3,14% em 2006, 4,46%  em 2007 e 5,90% em 2008. A expectativa do Banco Central é que o IPCA no próximo ano seja 4,5%, o que seria uma margem atraente para esse tipo de investimento. Caso algum imprevisto aconteça e a inflação chegue a, por exemplo, 10% ao ano, seria mais interessante ter em carteira títulos atrelados à taxa Selic, já que, nesse caso, o Banco Central seria obrigado a elevar os juros para combater os reajustes de preços.<br><br>Mauro Calil afirma, no entanto, que esse não é o cenário mais provável e que há boas chances de os títulos indexados à inflação oferecerem uma rentabilidade interessante ao investidor. "Atualmente a remuneração está melhor do que antes da crise financeira mundial, quando as debêntures pagavam entre 102% e 103% do CDI", diz Calil."Não devemos mais ver ofertas que paguem 125% do CDI como no auge da crise, mas, ao que tudo indica, agora o mercado deverá pagar entre o 108% e 110% do CDI".<br><br>Devido a essas condições interessantes, especialistas esperam uma nova safra de emissões de papéis indexados à inflação no mercado. Hoje esses títulos representam apenas 4% do patrimônio dos fundos aplicado em renda fixa. São esperados para os próximos meses emissões de títulos privados de empresas como Oi e Sabesp que paguem juros acrescidos da variação do IPCA. Recentemente a operadora de telefonia Vivo e a rede de ensino Anhanguera fizeram operações semelhantes. (Continua)</p>        <hr>                                                             <p class="pagina"><strong>Riscos<br></strong><br>Mas, antes de se arriscar, é preciso tomar alguns cuidados, como diversificar o portfólio de investimentos e não investir recursos que podem ser necessários no curto ou médio prazo. "Quem comprar essas debêntures deverá ter em mente que não deve ser sua única fonte de investimento", afirma Lérias.  "Além disso, os investidores provavelmente precisarão manter os papéis até a data de vencimento porque não conseguirão revendê-los no mercado secundário com a mesma facilidade dos títulos públicos."<br><br>Já a possibilidade de calote do BNDESPar foi considerada bastante pequena pelos especialistas. Como se trata de uma instituição diretamente ligada ao governo federal, os riscos de falência são bastante limitados. "O próprio histórico da empresa, que já fez outros tipos de ofertas, serve como garantia para o aplicador", diz Calil.<br><br>A primeira emissão de dívida do BNDESPar no mercado brasileiro foi feita em 2006, quando captou 600 milhões de reais. Em junho de 2007, a empresa emitiu 1,35 bilhão de reais em debêntures. Neste ano, a operação conta com a possibilidade de ampliar a emissão em até 35%, para até 1,35 bilhão de reais, conforme a demanda dos investidores. Para tornar pública essa oferta, a companhia investiu 1,8 milhão de reais em anúncios em jornais, rádio e revistas. Só faltou uma garota-propaganda, assim como fez o Banco do Brasil em oferta de ações anunciada pela atriz Fernanda Montenegro em 2006 e 2007.</p>        
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