(Hyundai/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 9 de agosto de 2022 às 06h00.
Última atualização em 9 de agosto de 2022 às 13h14.
Depois da alta de até 30% do IPVA 2022, motoristas estão encarando mais uma surpresa desagradável para o bolso: o reajuste do seguro de carro. Segundo levantamento da Minuto Seguros com as proteções dos modelos mais vendidos, a alta chega a 158% neste ano.
Todos os modelos analisados apresentaram aumentos no valor do seguro, para os dois perfis (feminino e masculino). O destaque foi o Cronos com aumento de 113% no perfil masculino, enquanto o HB20 registrou aumento de 158% no perfil feminino.
Os altos reajustes valem tanto no caso de novos seguros como na renovação das proteções.
O reajuste da proteção foi maior porque a sinistralidade voltou aos níveis anteriores à covid-19 e até ficou um pouco acima dele, explica Manes Erlichman, vice-presidente e diretor técnico da Minuto.
Além disso, os preços dos carros zero e seminovos foram fortemente reajustados por conta de um desequilíbrio entre oferta e demanda no ano passado. Segundo a consultoria KBB, a inflação dos carros novos chegou a 20% em 2021. No caso dos usados, os automóveis que têm entre quatro e dez anos de uso subiram mais de 22% no ano passado.
Como os carros ficaram mais caros, o custo da proteção sobe porque é proporcional ao valor de avaliação, já que inclui custos de peças e até a compra de um carro novo em eventual sinistro.
A alta compensa, em parte, a queda de até 35% nos preços dos seguros que vinha sendo observada desde 2017 até o ano passado. Em média, a queda dos preços da proteção no período foi de 12%, puxada pela diminuição do uso dos veículos e número de sinistros no período de restrições de mobilidade da pandemia.
Comparando junho de 2021 com o mesmo período em 2022, sete veículos ficam entre os 10 mais vendidos no país: HB20, Mobi, Kwid, Compass, Creta, Cronos e Novo Gol.
A Minuto Seguros ressalta que os preços valem para homem e mulher de 35 anos, casados, que vivam na cidade de São Paulo. Consumidores de outras faixas etárias e localidades podem ter reajustes diferentes. O preço também varia conforme o bairro da capital.
Além disso, a corretora considera valores orçados em 16 seguradoras, o que pode fazer com que as diferenças de preços sejam maiores, explica Erlichman, da Minuto. "Em média, retirando os seguros com preços mais díspares, a alta dos preços ficam entre 40% a 50%".
Veja abaixo o reajuste do preços do aluguel por modelo:
● O valor do seguro para o perfil masculino era de R$2.058,25 em 2021 e subiu para R$3.640,79 em 2022, um aumento de 76%.
● Já para o perfil feminino, o valor em junho de 2021 era de R$1.431,18. Já em 2022 o preço chegou a R$3.697,67, um aumento de 158%.
● O valor para o perfil masculino era de R$1.855,05 em 2021 e subiu para R$3.792,87 em 2022. Ou seja, um aumento de 104%.
● Para o perfil feminino, o valor em 2021 era de R$1.405,59, valor que aumentou para R$3.503,92 em 2022, uma variação de 149%.
● O valor para o perfil masculino era de R$1.838,42 em 2021 e subiu para R$3.217,03 em 2022, um aumento de 75%.
● Para o perfil feminino, o valor em 2021 era de R$1.374,24, valor que aumentou para R$3.175,66 em 2022, uma variação de 131%.
● O valor para o perfil masculino era de R$4.649,29 em 2021 e subiu para R$6.404,96 em 2022, um aumento de 37%.
● Para o perfil feminino, o valor em 2021 era de R$4.695,52, valor que aumentou para R$6.293,92 em 2022, variação de 34%.
● O valor para o perfil masculino era de R$2.633,78 em 2021 e subiu para R$4.925,24 em 2022, um aumento de 87%.
● Para o perfil feminino, o valor em 2021 era de R$2.382,62, valor que aumentou para R$4.242,53 em 2022, variação de 78%.
● O valor para o perfil masculino era de R$1.951,58 em 2021 e subiu para R$4.156,94 em 2022, um aumento de 113%.
● Para o perfil feminino, o valor em 2021 era de R$1.646,33, valor que aumentou para R$3.839,89 em 2022, variação de 133%.
● O valor para o perfil masculino era de R$2.038,52 em 2021 e subiu para R$3.433,44 em 2022, um aumento de 64%.
● Para o perfil feminino, o valor em 2021 era de R$1.684,13, valor que aumentou para R$3.386,20 em 2022, variação de 101%.
A proteção pesou demais no bolso e está buscando formas de economizar? A Minuto Seguro dá algumas dicas que podem reduzir de 15% a 20% do valor do seguro.
Primeiro é necessário verificar se a proteção tem coberturas ilimitadas para guincho. Para quem dirige na cidade e raramente viaja, não faz sentido ter uma cobertura que abranja 500 km, por exemplo.
Outro serviço que pode pesar é o número de chamadas para eletricista. Neste caso, pode valer mais a pena colocar um limite para estes serviços.
Outras coberturas que podem ser reduzidas são a indenização de danos a terceiros em caso de acidentes e indenização em caso de roubo e furto. Como os carros valorizaram dois dígitos em muitos casos, pode ser interessante aceitar que essa indenização seja equivalente a 90% da tabela Fipe, e não 100%.
A franquia, paga pelo motorista em caso de colisão, também pode ser maior, como forma de reduzir as parcelas do seguro. Neste caso, é interessante ter uma reserva de emergência que cubra o valor em caso de imprevistos.
Algumas proteções incluem carro reserva por sete dias ou mais em caso de problemas. Mas quem busca economizar pode dispensa-la e optar por usar serviços como o Uber durante o período em que o carro ficar no conserto.
Diante da inflação dos carros, seguradoras oferecem formas de pagamento estendidas como maneira de reter e atrair novos clientes.
O consumidor pode parcelar a proteção em até 12 vezes sem juros, e a seguradora geralmente aceita diversas bandeiras de cartões. Antes da pandemia, o parcelamento em até oito vezes era mais comum, e poderia ter cobrança de juros.
A Sompo é uma das que oferecem a possibilidade de parcelar o pagamento da proteção em até 12 vezes sem juros.
Já a Porto Seguro pode permitir o parcelamento do seguro em até seis vezes no cartão de crédito, mas dar desconto no valor e estender o tempo de pagamento caso o cliente contrate o cartão da seguradora. Neste caso, é possível ser isento de anuidade por 12 meses. Depois, na renovação, a continuidade da isenção vai depender do uso do plástico.