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Preço dos imóveis nos EUA é o mais atrativo em uma década

Os valores médios de venda dos imóveis não param de cair há cinco anos – o que cria oportunidades para brasileiros

Condomínio em Miami: preços nos EUA são os mais atrativos em uma década (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 19h09.

São Paulo – Os preços médios dos imóveis nos Estados Unidos são atualmente os mais baixos desde novembro de 2001, o que pode representar uma oportunidade para os brasileiros que planejam adquirir uma moradia em cidades como Miami ou Nova York.

Segundo dados da Associação Nacional de Corretores, o preço médio de uma residência alcançou 154.700 dólares em janeiro. Para se ter uma ideia do impacto da crise das hipotecas sobre o mercado imobiliário, em 2007 o valor médio de um imóvel era de 219.000 dólares – ou quase 42% superior ao atual.

Quando comparado aos preços brasileiros, os imóveis nos EUA parecem ainda mais atrativos. Com 265.000 reais (o equivalente a 154.7000 pelo câmbio de hoje), é quase impossível encontrar um apartamento novo de 50 metros quadrados em bairros bem-localizados de São Paulo ou do Rio de Janeiro.

Outra vantagem interessante de comprar um imóvel nos EUA são os juros dos financiamentos. Segundo reportagem publicada ontem no Wall Street Journal, empréstimos imobilários para pagamento em 30 anos embutem uma taxa fixa média de 3,87% ao ano.

Isso quer dizer que mesmo quem tem o dinheiro no bolso para realizar a aquisição à vista pode deixar os recursos aplicados em títulos públicos do governo brasileiro e usar os juros recebidos para pagar as prestações nos EUA, botando parte dos lucros no bolso.

Para que não haja risco de perda com a operação, é recomendável fazer hedge contra a variação cambial com a compra de contratos futuros de dólar na BM&FBovespa. Mesmo com esse custo adicional, a diferença de juros nos dois países é tão grande que a operação ainda valerá a pena.

Os preços nos Estados Unidos continuam deprimidos porque os americanos não estão conseguindo pagar suas hipotecas. Cerca de 4 milhões de residências foram retomadas pelos bancos desde o início da crise em 2008. Esses imóveis são aos poucos colocados à venda pelos bancos, elevando a oferta. O número de casas em construção ou que ficarão prontas nos próximos meses também é elevado.


Já os bancos têm sido bem mais exigentes na aprovação de empréstimos desde as perdas bilionárias com hipotecas de segunda linha em 2008 e 2009. Comprovar uma renda compatível com o valor das prestações do financiamento não era um impeditivo para a liberação do crédito, mas agora passou a ser.

Apesar de as vendas já estarem mais aquecidas do que no ano passado, especialistas do mercado imobiliário americano ainda estão céticos em relação a uma iminente recuperação dos preços.

Custos e burocracia

Quem está interessado em comprar um imóvel nos Estados Unidos deve se lembrar que, apesar dos preços atrativos, será necessário arcar com outros custos. Quem não viaja regularmente a trabalho para os EUA terá de comprar uma passagem sempre que quiser aproveitar o conforto da residência americana. Além disso, brasileiros precisam tirar visto para ingressar no país.

O principal empecilho, no entanto, são as regras para a transmissão de herança. Quando o proprietário de um imóvel nos EUA morre, quase a metade do valor do bem é arrecadado pelo governo americano por meio de um imposto sobre os bens de ente falecido. O que muitos brasileiros costumam fazer é abrir uma empresa em um terceiro país e comprar o imóvel por meio dessa companhia. Dessa forma, o comprador consegue fugir da tributação.

Outro detalhe importante é que quem compra imóvel nos EUA também terá de entregar ao Banco Central uma declaração anual de bens no exterior. Obrigatória para todo brasileiro que possui mais de 100.000 dólares lá fora, a declaração é apenas informativa e não envolve custos - só será necessário pagar uma multa em caso de omissão ou prestação de informações incorretas.

Em relação à documentação do imóvel, a burocracia será parecida com a brasileira. Será necessário pagar pela escritura e pela transferência do documento do imóvel. As despesas seguintes também são semelhantes: condomínio, manutenção, seguro e o equivalente ao IPTU (o imposto municipal que serve para custear iluminação pública, segurança, manutenção das vias, etc.).

Se o apartamento for posteriormente alugado, a renda obtida fica sujeita a uma tributação anual. Em caso de revenda do imóvel no futuro, será necessário pagar impostos sobre o ganho de capital.

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São Paulo – Os preços médios dos imóveis nos Estados Unidos são atualmente os mais baixos desde novembro de 2001, o que pode representar uma oportunidade para os brasileiros que planejam adquirir uma moradia em cidades como Miami ou Nova York.

Segundo dados da Associação Nacional de Corretores, o preço médio de uma residência alcançou 154.700 dólares em janeiro. Para se ter uma ideia do impacto da crise das hipotecas sobre o mercado imobiliário, em 2007 o valor médio de um imóvel era de 219.000 dólares – ou quase 42% superior ao atual.

Quando comparado aos preços brasileiros, os imóveis nos EUA parecem ainda mais atrativos. Com 265.000 reais (o equivalente a 154.7000 pelo câmbio de hoje), é quase impossível encontrar um apartamento novo de 50 metros quadrados em bairros bem-localizados de São Paulo ou do Rio de Janeiro.

Outra vantagem interessante de comprar um imóvel nos EUA são os juros dos financiamentos. Segundo reportagem publicada ontem no Wall Street Journal, empréstimos imobilários para pagamento em 30 anos embutem uma taxa fixa média de 3,87% ao ano.

Isso quer dizer que mesmo quem tem o dinheiro no bolso para realizar a aquisição à vista pode deixar os recursos aplicados em títulos públicos do governo brasileiro e usar os juros recebidos para pagar as prestações nos EUA, botando parte dos lucros no bolso.

Para que não haja risco de perda com a operação, é recomendável fazer hedge contra a variação cambial com a compra de contratos futuros de dólar na BM&FBovespa. Mesmo com esse custo adicional, a diferença de juros nos dois países é tão grande que a operação ainda valerá a pena.

Os preços nos Estados Unidos continuam deprimidos porque os americanos não estão conseguindo pagar suas hipotecas. Cerca de 4 milhões de residências foram retomadas pelos bancos desde o início da crise em 2008. Esses imóveis são aos poucos colocados à venda pelos bancos, elevando a oferta. O número de casas em construção ou que ficarão prontas nos próximos meses também é elevado.


Já os bancos têm sido bem mais exigentes na aprovação de empréstimos desde as perdas bilionárias com hipotecas de segunda linha em 2008 e 2009. Comprovar uma renda compatível com o valor das prestações do financiamento não era um impeditivo para a liberação do crédito, mas agora passou a ser.

Apesar de as vendas já estarem mais aquecidas do que no ano passado, especialistas do mercado imobiliário americano ainda estão céticos em relação a uma iminente recuperação dos preços.

Custos e burocracia

Quem está interessado em comprar um imóvel nos Estados Unidos deve se lembrar que, apesar dos preços atrativos, será necessário arcar com outros custos. Quem não viaja regularmente a trabalho para os EUA terá de comprar uma passagem sempre que quiser aproveitar o conforto da residência americana. Além disso, brasileiros precisam tirar visto para ingressar no país.

O principal empecilho, no entanto, são as regras para a transmissão de herança. Quando o proprietário de um imóvel nos EUA morre, quase a metade do valor do bem é arrecadado pelo governo americano por meio de um imposto sobre os bens de ente falecido. O que muitos brasileiros costumam fazer é abrir uma empresa em um terceiro país e comprar o imóvel por meio dessa companhia. Dessa forma, o comprador consegue fugir da tributação.

Outro detalhe importante é que quem compra imóvel nos EUA também terá de entregar ao Banco Central uma declaração anual de bens no exterior. Obrigatória para todo brasileiro que possui mais de 100.000 dólares lá fora, a declaração é apenas informativa e não envolve custos - só será necessário pagar uma multa em caso de omissão ou prestação de informações incorretas.

Em relação à documentação do imóvel, a burocracia será parecida com a brasileira. Será necessário pagar pela escritura e pela transferência do documento do imóvel. As despesas seguintes também são semelhantes: condomínio, manutenção, seguro e o equivalente ao IPTU (o imposto municipal que serve para custear iluminação pública, segurança, manutenção das vias, etc.).

Se o apartamento for posteriormente alugado, a renda obtida fica sujeita a uma tributação anual. Em caso de revenda do imóvel no futuro, será necessário pagar impostos sobre o ganho de capital.

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