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Pequenos reparos no carro que reduzem os gastos com combustível

Seu carro está bebendo demais? Trocando peças simples e baratas, você pode cortar o gasto com combustível até pela metade

Mecânico de automóveis: principal veneno para o automóvel, o combustível adulterado é responsável pela “asfixia” do motor (Andreas Rodriguez/Thinkstock)

Mecânico de automóveis: principal veneno para o automóvel, o combustível adulterado é responsável pela “asfixia” do motor (Andreas Rodriguez/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 10h16.

Última atualização em 30 de novembro de 2016 às 11h06.

Você comprou um automóvel usado porque soube que ele é capaz de fazer 10 quilômetros com 1 litro de combustível. Mas descobriu que ele não está passando dos 7 km/l.

Ou, então, você comprou um carro zero e após um ou dois anos de uso percebeu que ele está bebendo bem mais do que quando saiu da concessionária.

Em geral o grande culpado é um só: falta de manutenção. Se for isso, a solução é simples e – melhor de tudo – barata.

Às vezes, basta um filtro de óleo entupido para o gasto ser até 20% maior. Caso várias peças tenham problemas, o consumo pode dobrar. Entram nessa lista velas, catalisador e filtros de ar e combustível, sem falar do próprio óleo, que pode estar fora da especificação correta – afinal, não falta motorista que confia mais no frentista que no manual do proprietário.

Os sintomas começam a se agravar por volta dos 50.000 quilômetros, mas podem aparecer já aos 20.000. Tudo vai depender da condição de uso severo (trânsito urbano pesado, excesso de estradas de terra), abastecimento com combustível de má qualidade ou a simples falta de troca de filtros.

“O que acontece é que a pessoa compra um automóvel novo e não faz mais nada. Nem as revisões de autorizada ela respeita.

Quando alguém compra esse carro como usado, pode estar levando para casa uma verdadeira bomba-relógio”, afirma o mecânico Vinicius Losacco. “O mais curioso é que basta você gastar uns 400 reais para deixar o carro em ordem.”

Em parte, esse problema ocorre porque os automóveis estão mais duráveis e, portanto, suportam mais tempo sem a manutenção obrigatória. Mesmo assim, não há milagres. Um filtro de ar, por exemplo, deve ser trocado em média a cada 10.000 quilômetros.

“E não vale dar aquela batidinha, não. A sujeira que é acumulada internamente não sai batendo”, diz Losacco. Aliás, tanto a tal batidinha quanto o uso de jato de ar comprimido podem provocar danos na estrutura do elemento filtrante.

A mesma displicência se vê com o filtro de óleo, responsável por impedir a circulação de impurezas no motor.

Como quem vai vender o carro geralmente não está tão preo­cupado com a manutenção preventiva, o consumo de combustível a mais causado por um simples filtro de óleo sujo pode chegar a 20%.

O óleo sujo perde suas propriedades de lubrificação, aumentando o atrito entre os componentes móveis dentro do motor. E, assim, ele passa a beber mais.

Principal veneno para o automóvel, o combustível adulterado é responsável pela “asfixia” do motor.

Câmara de combustão contaminada, válvulas com folga além do especificado e filtro sujo fazem com que o automóvel perca rendimento.

A reação do motorista é automática: pisar mais para compensar a falta de potência.

Neste caso, checar a abertura da folga da vela determina a qualidade da queima do combustível. Para cada motor, há uma especificação própria.

Por fim, um dos itens que mais sofrem é o catalisador, que chega a derreter com o tempo. No passado, havia uma moda de retirar o catalisador para ganhar potência. Mas esse ganho só acontece a 6.000 ou 6.500 rpm, sem falar que o carro perde torque. E isso se traduz em maior consumo.

Vale dizer que tudo é uma reação em cadeia: gasolina batizada entope o filtro, assim como velas ruins com filtros contaminados vão sobrecarregar o trabalho do catalisador. Este último, aliás, é um sofredor. Tudo o que estiver errado antes será descontado no catalisador.

Outro problema do catalisador é a pirataria, estimulada pelos preços altíssimos praticados pelas redes autorizadas. Segundo o setor de reposição, mais de 80% do mercado é atendido com peças falsas. As conseqüências extrapolam o consumo alto. Os falsos poluem acima do permitido e causam problemas de saúde. Aí o prejudicado deixa de ser só seu bolso.

CausaO problemaQuanto sobe o consumoQuando trocarQuanto custa
VelasQueima incorreta do combustível, por desgaste ou contaminação, ocasionando folga ou obstruçãoaté 25%A cada 20.000 km (uso normal) ou 15.000 km (uso severo), na média150 reais o jogo, em média
Filtro de arPode estar entupido com poeira e outras partículas sólidas, deixando mais rica a mistura ar-combustível10% a 20%A cada 15.000 km (uso normal) ou 7.500 (uso severo)50 a 70 reais, em média
Filtro de óleoQuando contaminado por partículas poluentes e combustível adulterado, aumenta o atrito das peças do motor10% a 20%A cada troca de óleo do motor40 a 70 reais, em média
Filtro de combustívelSe estiver sujo, empobrece a mistura ar-combustível. Além de sobrecarregar a bomba de combustível, ela pode até queimar. Caso isso ocorra, o prejuízo é a partir de 200 reais20%A cada 10.000 km (uso normal) ou 8.000 (uso severo), em média50 reais, em média
Catalisador *Pode ter se derretido parcial ou completamentede 5% a 10%A cada 80.000 km (uso normal) ou 40.000 km (uso severo), em médiaa partir de 350 reais no mercado de reposição
ÓleoO motor pode sofrer carbonização causada por óleo fora de especificação prevista no manualaté 10%A cada 10.000 km (uso normal) ou 5.000 (uso severo), em média40 a 90 reais, em média
Alinhamento e balanceamentoAtrito irregular dos pneus com o solo, diminuindo o desempenho. Nesse caso, também há um aumento no desgaste dos pneusaté 10%A cada 10.000 km (uso normal) ou 5.000 km (uso em estradas esburacadas), em média150 reais, em média

Obs 1: Na dúvida, siga sempre o manual do proprietário do veículo.

Obs 2: Uso severo entende-se por tráfego urbano intenso, quando a velocidade média é menor que 10 km/h, ou em estradas de terra muito empoeiradas e esburacadas.

Essa matéria foi originalmente publicada no Guia Quatro Rodas.

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