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Ouro é a melhor aplicação de abril; Ibovespa, a pior

Renda fixa prefixada também apresentou bom desempenho, ao contrário da pós-fixada, cuja remuneração recuou com a Selic

Aplicações em renda variável tiveram desempenho negativo em abril (Germano Lüders/EXAME.com)

Aplicações em renda variável tiveram desempenho negativo em abril (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2012 às 19h32.

São Paulo – O Ibovespa teve novamente em abril o pior desempenho mensal entre as aplicações financeiras. O tombo de 4,37% da Bolsa arrastou para baixo também os fundos de renda variável. A aplicação mais rentável do mês foi o ouro, com alta de 3,65%, o que reflete a aversão a risco percebida na Bolsa. A alta do dólar, a maior entre os indicadores acompanhados, foi puxada pelo cenário externo negativo e a atuação do Banco Central na compra da moeda americana.

A queda da Selic de 9,75% para 9,00% ao ano no dia 18 beneficiou os títulos públicos prefixados (LTNs e NTN-Fs) e os que têm uma parte da remuneração prefixada (NTN-Bs), que estiveram entre as aplicações mais rentáveis do mês. Os fundos multimercados, que têm liberdade para pesar a mão nos títulos públicos mais favoráveis em cada contexto econômico, tiveram um desempenho intermediário. Os fundos de renda fixa, que também podem aplicar em prefixados, vêm em seguida.

Já os investimentos atrelados à Selic tiveram um desempenho mais fraco. Os fundos DI e as LFTs tiveram rentabilidade entre 0,60% e 0,70%. Foram considerados os desempenhos dos títulos públicos de menor prazo, que vencem em 2013. A exceção ficou por conta das NTN-Bs – como a de vencimento mais curto vence em agosto de 2012, foi considerada a segunda mais curta, com vencimento em maio de 2013, mais próximo do fim do prazo dos demais títulos da tabela.

No ano, os investimentos mais rentáveis na média continuam sendo os de renda variável. Quem está na frente agora são os fundos de dividendos (alta de 13,06%), seguidos dos fundos de small caps (alta de 12,79%) e dos fundos de ações livres (alta de 9,79%). Veja a tabela com as rentabilidades do mês:

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Aplicação No mês (%) No ano (%) Fechamento em
Dólar Comercial 4,42 2,06 30/04/2012
Ouro (BM&F) 3,65 4,74 27/04/2012
Fundos Multimercados Macro 1,77 6,62 25/04/2012
NTN-B (vencimento em 15/05/2013) 1,09 5,00 27/04/2012
LTN (vencimento em 01/01/2013) 1,08 4,33 27/04/2012
NTN-F (vencimento em 01/01/2013) 1,06 4,28 27/04/2012
Fundos Multimercados Juros e Moedas 1,01 4,12 25/04/2012
Fundos Multimercados Multiestratégia 0,98 5,49 25/04/2012
Fundos de renda fixa 0,87 3,72 25/04/2012
LFT (vencimento em 07/03/2013) 0,72 3,26 27/04/2012
Selic 0,68 3,18 29/04/2012
CDI 0,67 3,14 29/04/2012
Fundos referenciado DI 0,63 3,20 25/04/2012
IPCA (estimativa) 0,53 1,76 20/04/2012
Poupança 0,52 2,23 27/04/2012
Fundos de Ações - Dividendos -0,32 13,06 25/04/2012
Fundos de Ações Livres -1,45 9,79 25/04/2012
Fundos de Ações - Small Caps -1,54 12,79 25/04/2012
Fundos de ações Ibovespa Ativo -2,24 9,16 25/04/2012
Ibovespa -4,37 8,70 27/04/2012

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa e Anbima


Más notícias da China e da Europa

Depois da forte alta no início do ano, a Bolsa iniciou em março um movimento de queda, acentuado em abril pelas más notícias vindas principalmente da Europa e da China. Cortes modestos nas despesas do governo espanhol elevaram o custo das dívidas da Espanha e da Itália; enquanto isso, na França, o bom desempenho do socialista François Hollande no primeiro turno das eleições causou no mercado temores de perda de apoio francês às medidas de austeridade necessárias à recuperação europeia.

Já na China, o desaquecimento econômico se confirmou, impactando a Bolsa brasileira diretamente. “No Brasil, os bancos também ficaram em uma ‘sinuca de bico’, com o aumento da inadimplência de um lado e a pressão para baixar os spreads do outro”, diz Fernando Góis, analista da Rico/Octo Investimentos, lembrando o mau desempenho das ações do setor bancário em abril.

Ele lembra que, se as altas no início do ano se deveram à maior tomada de risco, agora as ações que pagam bons dividendos voltam a se destacar, principalmente diante de um cenário de juros baixos. “Desde o mês passado o mercado voltou a olhar para esses papéis”, diz Góis.

As empresas que pagam bons dividendos devem continuar se destacando, mas existe uma luz no fim do túnel: “Note que os Estados Unidos não estão na leva de más notícias em abril. Embora o país ainda patine nos índices de emprego, os resultados das empresas têm surpreendido positivamente. Não descarto a possibilidade de boas notícias vindas de lá”, completa o analista da Rico.

Em sua análise mensal, o administrador de investimentos Fabio Colombo lembra, no entanto, que em abril os Estados Unidos deram indicação de que não fariam novos afrouxamentos de liquidez para estimular mais a economia, o que frustrou parte do mercado.

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