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Os melhores investimentos no Tesouro Direto em 2013

Em 2013, os títulos do Tesouro tiveram comportamento oposto a 2012: títulos atrelados a Selic foram os campeões, e aqueles atrelados à inflação desvalorizaram


	Dinheiro: lucros e prejuízos só são realizados se o título for vendido antes do vencimento
 (Diego Giudice/Bloomberg News)

Dinheiro: lucros e prejuízos só são realizados se o título for vendido antes do vencimento (Diego Giudice/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 14h00.

São Paulo – Os títulos mais rentáveis do Tesouro Direto em 2013 foram as conservadoras Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com rentabilidade bruta superior a 8,00%. Dentre os outros tipos de títulos, apenas aqueles com prazos mais curtos tiveram desempenho positivo. Todos os demais tiveram desempenho negativo.

Esse rendimento diz respeito à valorização ou desvalorização do título em si, o que só tem impacto real em quem vende o título antes do vencimento.

Quem comprou qualquer desses títulos no fim do ano passado e ficar com eles até o vencimento vai receber a rentabilidade acordada inicialmente.

As LFTs foram beneficiadas pela alta da taxa básica de juros, a Selic, ao longo do ano. Como têm sua remuneração atrelada à Selic, quando a taxa sobe, a rentabilidade da LFT acompanha.

Como os demais títulos têm parte ou toda a sua remuneração acordadas no ato do vencimento (pré-fixada), eles desvalorizam quando a Selic sobe e se valorizam quando ela cai.

Assim, a tabela de rentabilidade de 2013 é praticamente uma inversão da tabela de 2012. Enquanto naquele ano os títulos pré-fixados chegaram a valorizar 50% com o ciclo de queda da Selic, neste ano eles foram sacrificados, enquanto as LFTs foram bem.

Veja a valorização dos títulos do Tesouro Direto no último ano, sem contar o desconto das taxas e do imposto de renda:

Título Tipo Vencimento Rentabilidade bruta*
LFT Pós-fixado 07/03/2014 8,27%
LFT Pós-fixado 07/03/2015 8,24%
LFT Pós-fixado 07/03/2017 8,15%
LTN Prefixado 01/01/2015 5,00%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2015 4,48%
NTN-B Principal Indexado ao IPCA 15/05/2015 4,22%
LTN Prefixado 01/01/2016 1,45%
NTN-F Prefixado 01/01/2017 -0,68%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2017 -1,68%
NTN-C Indexado ao IGP-M 01/07/2017 -2,34%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/08/2020 -7,79%
NTN-F Prefixado 01/01/2021 -8,22%
NTN-C Indexado ao IGP-M 01/04/2021 -9,04%
NTN-F Prefixado 01/01/2023 -10,43%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/08/2024 -12,51%
NTN-C Indexado ao IGP-M 01/01/2031 -15,74%
NTN-B Principal Indexado ao IPCA 15/08/2024 -19,19%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2035 -20,74%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2045 -25,73%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/08/2050 -26,97%
NTN-B Principal Indexado ao IPCA 15/05/2035 -36,31%

(*) Rentabilidade em 12 meses até 07/01/2014.
Em negrito estão os títulos atualmente disponíveis para compra via Tesouro Direto. Além desses, estão disponíveis também NTN-Bs com vencimento em 2019 e LTNs com vencimento em 2017. NTN-Cs não são mais emitidas.
Fonte: Tesouro Nacional


Em 2013, a Selic passou de 7,25% para 10,00% ao ano. As LFTs sempre acompanham a oscilação da Selic. Como a taxa é diária e os ajustes do mercado são bastante rápidos, o investidor tem rendimento positivo bem próximo à Selic, ainda que a taxa caia ou o título seja vendido antes do vencimento para o resgate do dinheiro.

É por isso que a LFT pode ser usada como uma substituta mais rentável da caderneta de poupança. O título é mais seguro – pois tem garantia do Tesouro Nacional – e, com a Selic atual, é mais rentável que a poupança em qualquer prazo. Isso desde que a corretora não cobre taxa de administração superior a 1,2% ao ano.

Por outro lado, as Letras do Tesouro Nacional (LTNs), as Notas do Tesouro Nacional-série F (NTN-F), e as Notas do Tesouro Nacional séries B e C (NTN-B e NTN-C) tiveram mau desempenho.

As LTNs e NTN-Fs são pré-fixadas, prometendo a rentabilidade que será paga no vencimento já no ato da compra. Já as NTN-Bs pagam uma taxa pré-fixada mais a inflação pelo IPCA. As NTN-C pagam uma taxa pré-fixada mais a inflação pelo IGP-M.

Como esses títulos têm parte ou toda a rentabilidade definida no ato da compra, quando a Selic sobe, o valor dos papéis que rendem menos cai. Quando a Selic cai, como ocorreu em 2012, ocorre o oposto, e quem vende o título antes do vencimento lucra.

Trata-se de um mecanismo chamado de marcação a mercado, em que deve haver um equilíbrio entre o preço do título e sua remuneração.

Quando a Selic sobe, novos investimentos nesses títulos passam a remunerar taxas pré-fixadas mais altas, o que faz com que os investimentos antigos, que tinham taxas menores, percam valor.

Por exemplo, quem comprou uma NTN-B com vencimento em 2020 em 9 de janeiro de 2013 pagou cerca de 2.700 reais por cada título que prometia uma rentabilidade de 3% ao ano mais IPCA.

Quem resolver comprar uma NTN-B que vence em 2020 hoje pagará cerca de 2.300 reais por título, e a promessa de rentabilidade é de pouco mais de 6% ao ano mais IPCA.

Como essa marcação de preço é feita diariamente, o investidor que comprou o título em janeiro de 2013, poderá ver que o valor do seu investimento encolheu.

Contudo, esse investidor só vai realizar o prejuízo se vender o título antes do término do prazo. Caso fique com ele até o vencimento, vai receber de volta o principal mais a remuneração acordada. No caso do exemplo, 3% ao ano mais IPCA.

Na tabela é possível verificar, ainda, que os títulos pré-fixados e atrelados à inflação com o vencimento mais próximo (2015 e 2016) conseguiram ainda ter um desempenho positivo.

Já os títulos de prazo mais longo tiveram desempenho negativo. Quanto maior o prazo, mais o preço do título oscila, pois as incertezas em relação à situação da Selic e da inflação na época do vencimento são muito maiores.

É por isso que, ao investir em LTNs, NTN-Fs e NTN-Bs, o ideal é tentar casar o vencimento com o objetivo e carregar o título até o fim do prazo, para evitar perdas.

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