Minhas Finanças

Os melhores investimentos no Tesouro Direto em 2012

Título mais rentável da aplicação mais segura do país chegou a valorizar 50% no ano, tornando-se o melhor investimento de 2012


	Títulos de prazo mais longo e que se beneficiaram da queda da Selic foram os mais rentáveis
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Títulos de prazo mais longo e que se beneficiaram da queda da Selic foram os mais rentáveis (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 06h00.

São Paulo – Os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação foram com folga os melhores investimentos de 2012. A queda da taxa básica de juros, a Selic, de 11% para 7,25% ao longo do ano beneficiou esses papéis, que valorizaram até 50%. Em seguida, vieram os títulos prefixados, que também se valorizam quando a Selic cai. E na lanterna ficaram os pós-fixados, que por acompanharem o desempenho da taxa de juros, viram seu rendimento diminuir.

Veja na tabela a seguir os títulos que tiveram os melhores e os piores desempenhos entre 3 de janeiro de 2012 e 4 de janeiro de 2013:

Título Tipo Vencimento Rentabilidade
NTN-B Principal Indexado ao IPCA 15/05/2035 48,58%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2045 39,51%
NTN-B Principal Indexado ao IPCA 15/05/2024 35,68%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2035 34,84%
NTN-C Indexado ao IGP-M 01/01/2031 34,34%
NTN-C Indexado ao IGP-M 01/04/2021 31,32%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/08/2024 29,72%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/08/2020 28,11%
NTN-C Indexado ao IGP-M 01/07/2017 26,04%
NTN-F Prefixado 01/01/2021 23,77%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2017 23,19%
NTN-B Principal Indexado ao IPCA 15/05/2015 19,90%
NTN-F Prefixado 01/01/2017 19,70%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2015 18,85%
LTN Prefixado 01/01/2015 17,27%
LTN Prefixado 01/01/2014 14,06%
NTN-F Prefixado 01/01/2014 13,55%
NTN-B Indexado ao IPCA 15/05/2013 11,82%
LFT Pós-fixado 07/03/2013 8,45%
LFT Pós-fixado 07/03/2014 8,42%
LFT Pós-fixado 07/03/2015 8,40%
LFT Pós-fixado 07/03/2017 8,31%

Fonte: Tesouro Nacional


Dos títulos listados, apenas as NTN-C, atreladas ao IGP-M, não são mais emitidas pelo Tesouro Nacional. As Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-B) pagam uma taxa acordada na hora da compra mais a inflação do período pelo IPCA. Quando a Selic está em queda, a taxa prefixada dos títulos ofertados no mercado fica cada vez menor. Assim, as NTN-Bs que foram emitidas a taxas mais altas se valorizam. Quem as comprou lá atrás e opta por vendê-las, embolsa o lucro.

Por exemplo, em janeiro de 2012, a NTN-B Principal com vencimento em 2035 prometia uma remuneração de 5,55% ao ano mais inflação na data de vencimento. Hoje, o mesmo tipo de título com o mesmo vencimento promete pagar apenas 3,99% ao ano acima da inflação ao término do prazo. Por isso os títulos que prometiam pagar um maior juro real (descontado a inflação) se valorizaram ao longo de 2012.

A mesma lógica rege os títulos prefixados, as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Notas do Tesouro Nacional-série F (NTN-F). Porém, esses títulos prometem apenas uma taxa fixa no vencimento, sem corrigi-la pela inflação. Os títulos que prometem taxas maiores também se valorizam conforme a Selic cai. No início de janeiro, as NTN-Fs prometiam uma remuneração de 10,5% ao ano no vencimento em 2023. Hoje, quem comprar uma NTN-F com o mesmo vencimento só conseguirá uma taxa de 9,14% ao ano.

No entanto, a valorização dos prefixados não costuma ser tão grande quanto a das NTN-Bs. Primeiro porque seus prazos não costumam ser tão longos, e quanto mais longos os títulos, mais seus preços oscilam; segundo, porque eles não oferecem a proteção contra a inflação que as NTN-Bs oferecem. Assim, se o juro real ficar muito baixo – com uma Selic baixa, mas uma inflação alta – o rendimento dos prefixados no vencimento também não será tão alto.

Na lanterna vêm os títulos pós-fixados, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), cuja rentabilidade segue a taxa Selic. Assim, quando a taxa de juros cai, esses títulos também rendem menos.

Títulos mais rentáveis são mais arriscados

Apesar de serem investimentos garantidos pelo governo federal, o que os torna seguros do ponto de vista do calote, os títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto não têm todos o mesmo risco quando o assunto é volatilidade. Isso quer dizer que, em alguns casos, os preços oscilam bastante, e quem vende seus títulos antes do vencimento pode até perder dinheiro.

As LFTs são os títulos mais conservadores. Como sua rentabilidade só é conhecida no vencimento, esses títulos podem ser vendidos a qualquer momento que pagarão a Selic do período. São comparáveis à poupança em matéria de liquidez, sendo indicadas, por exemplo, para investimentos de curto prazo.

Já os títulos prefixados e aqueles atrelados à inflação têm alta volatilidade. Isto é, assim como podem valorizar, também podem desvalorizar, dependendo do cenário econômico. Quem especula com esses papéis – isto é, os compra e os vende antes do vencimento para embolsar as altas valorizações – corre o risco de perder dinheiro.


Quem quiser ganhar dinheiro com títulos públicos, mas não quiser correr esse risco, tem a opção dos fundos de Renda Fixa – Índices. Eles fazem essa negociação de títulos para lucrar e tentam seguir ou superar um índice de renda fixa que replique o desempenho de uma cesta de títulos públicos prefixados ou atrelados à inflação. Entre os fundos de investimento, estes foram os mais rentáveis de 2012.

Ganhos não devem se repetir em 2013

Embora ainda tenham algum espaço para ganhos, em 2013 possivelmente os títulos prefixados e atrelados à inflação não repetirão o mesmo bom desempenho de 2012. O mercado espera que a Selic seja mantida em 7,25%, e mesmo os especialistas que ainda esperam mais cortes não acreditam que a redução dos juros será tão expressiva quanto em 2012.

Ainda assim, os ganhos das LFTs devem continuar modestos, uma vez que elevações na Selic por ora não são esperadas. Quem não quiser especular com os títulos mais arriscados, pode optar pelos fundos de Renda Fixa – Índices ou comprar os títulos para ficar com eles até o vencimento. Neste último caso, não há risco de perder dinheiro, pois o investidor resgata, ao término do prazo, exatamente a rentabilidade já acordada. Mesmo com taxas prefixadas modestas, as NTN-Bs, por exemplo, garantem o pagamento de uma rentabilidade acima da inflação.

Veja os títulos atualmente negociados no Tesouro Direto e as taxas pagas:

Título Tipo Vencimento
NTNB Principal 150515 Indexado à Inflação 15/05/2015
NTNB 150820 Indexado à Inflação 15/08/2020
NTNB Principal 150824 Indexado à Inflação 15/08/2024
NTNB 150535 Indexado à Inflação 15/05/2035
NTNB Principal 150535 Indexado à Inflação 15/05/2035
NTNB 150850 Indexado à Inflação 15/08/2050
LTN 010115 Prefixado 01/01/2015
LTN 010116 Prefixado 01/01/2016
NTNF 010123 Prefixado 01/01/2023
LFT 070317 Pós-fixado 07/03/2017

Fonte: Tesouro Direto

Vídeo: Por que o valor de alguns títulos do Tesouro Direto oscila tanto?

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