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Os melhores e piores investimentos de julho

Fundos de ações indexados lideraram o ranking elaborado por EXAME.com, na esteira da disparada do Ibovespa no período. Veja os demais investimentos


	Moedas: Fundos de ações lideraram o ranking de investimentos em julho
 (Ivan Mikhaylov/Thinkstock)

Moedas: Fundos de ações lideraram o ranking de investimentos em julho (Ivan Mikhaylov/Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 29 de julho de 2016 às 19h38.

São Paulo - Acompanhando o forte avanço de 11,2% do Ibovespa (principal índice da Bolsa brasileira) em julho, os fundos de ações indexados subiram 10,1% neste mês e lideraram o ranking de investimentos de EXAME.com no período. Em 2016, a valorização está perto de 29%.

Dentre as opções de renda fixa, que são mais conservadoras, o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais com vencimento em 2050, título público vendido pela plataforma Tesouro Direto, teve o melhor resultado em julho, com alta de 2,47%. No ano, a rentabilidade é de 29,3%.

O ouro e os fundos cambiais também apresentaram desempenho positivo no mês, de mais de 2% cada um, na esteira da valorização de 0,92% do dólar comercial em julho. No ano, o ouro sobe mais de 3%, enquanto os fundos cambiais têm baixa de 16%.

Mesmo se beneficiando da valorização do dólar no mês, planejadores financeiros indicam a aplicação em fundos cambiais apenas para pessoas que precisam se proteger da oscilação de moedas estrangeiras. É o caso, por exemplo, de quem vai viajar ao exterior.

Fora dessa circunstância, esse investimento não é recomendado aos pequenos investidores, uma vez que a taxa de câmbio varia muito. Em todos os casos, a orientação é sempre lembrar que a rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro.

É importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações no mês e em 2016, sem descontar Imposto de Renda. Em aplicações em fundos de ações, há IR de 15%.

Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. Veja o passo a passo para investir no Tesouro Direto e como escolher a corretora. A poupança não tem cobrança de Imposto de Renda e a aplicação em ouro também é isenta de IR até 20 mil reais.

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Renda variável

Apesar da alta do dólar no mês, o Ibovespa disparou em julho. O movimento é reflexo da melhora nas perspectivas econômica e política no país, segundo Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos. “Houve uma melhora nos índices brasileiros de confiança, e isso tem se refletido positivamente na Bolsa”, diz.

Segundo o economista, o que tem animado os investidores é a expectativa de que a Fazenda vai continuar conseguindo apoio para avançar em medidas de ajuste fiscal, por isso a Guide enxerga que ainda há bastante espaço para valorização da Bolsa brasileira.

“Conforme as perspectivas econômicas melhores forem se concretizando, o cenário para as empresas também tende a se beneficiar. Aos poucos, vamos vendo projeções melhores para as operações das companhias, o que repercute de forma favorável sobre as ações”, afirma.

Sobre o cenário externo, Crespo lembra que a Brexit —a decisão de saída do Reino Unido da União Europeia— elevou a perspectiva de que importantes bancos centrais adotem mais estímulos, como os do Japão, da zona do euro e o próprio Fed (banco central dos EUA), que deve demorar mais para subir os juros naquele país. “Isso gera um fluxo estrangeiro positivo para os investimentos no Brasil, também ajudado pela melhora no cenário doméstico.”

Renda fixa

Os títulos públicos indexados à inflação e à Selic (taxa básica de juros) tiveram em julho, no geral, desempenho pior do que no mês anterior. No ano, porém, eles continuam entre as melhores alternativas aos investidores. No geral, a percepção é de que tanto a Selic quanto a inflação deverão cair até o fim deste ano e em 2017, mas isso não deve ofuscar o bom desempenho desses papéis.

O IPCA —índice oficial de inflação no Brasil— caiu 0,35% em junho, acumulando alta de 8,84% em 12 meses. Nesta semana, a versão mais atualizada do Boletim Focus do Banco Central mostrou que a expectativa do mercado é de que os preços avancem 0,40% em julho e 7,21% em 2016. A meta do governo para a inflação é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

“A renda fixa vai continuar atrativa, mesmo com uma Selic mais baixa. O Brasil vai continuar com uma taxa de juros elevada em comparação a outros países. Especialmente os papéis prefixados vão seguir como uma boa opção”, diz Crespo, da Guide.

“Há sinais por parte do Banco Central de que os cortes de juros podem ser mais suaves. Antes, a nossa projeção era de que a autoridade cortaria a Selic em 0,5 ponto percentual em outubro. Agora, achamos que ele irá cortar apenas 0,25 ponto percentual e, em seguida, mais 0,5 ponto”, afirma o economista.

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