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Os melhores e piores investimentos de agosto

Ouro, dólar e Ibovespa lideram; renda fixa teve desempenho intermediário e fundos imobiliários despencaram


	Bovespa: principal índice da Bolsa teve um dos melhores desempenhos do mês
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: principal índice da Bolsa teve um dos melhores desempenhos do mês (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2013 às 21h40.

São Paulo - O melhor investimento de agosto continuou sendo o ouro, seguido do dólar e do Ibovespa. A poupança e os fundos de renda fixa estiveram na parte intermediária da tabela, com aquele rendimento básico atrelado à taxa básica de juros (Selic). Os títulos do Tesouro Direto de prazo mais curto - atrelados à Selic ou de taxa pré-fixada - também tiveram desempenho nessa faixa intermediária.

Quem levou um tombo neste mês foram os fundos imobiliários, os títulos do Tesouro de prazos mais longos, os fundos small caps e os fundos de dividendos. Confira na tabela:

Aplicação Desempenho em agosto Desempenho no ano Fechamento em
Ouro 10,82% -1,83% 29/08/2013
Dólar comercial 4,61% 16,53% 30/08/2013
Ibovespa 3,68% -17,96% 30/08/2013
Fundos Multimercado Macro* 0,86% 4,43% 27/08/2013
Selic* 0,77% 5,00% 30/08/2013
CDI* 0,76% 4,85% 29/08/2013
Fundos Multimercado Multiestratégia* 0,73% 2,91% 27/08/2013
LFT (vencimento em 07/03/2014)* 0,72% 4,99% 30/08/2013
Fundos referenciados DI* 0,70% 4,93% 27/08/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2014)* 0,63% 4,02% 30/08/2013
LTN (vencimento em 01/01/2014)* 0,62% 3,97% 30/08/2013
LFT (vencimento em 07/03/2017) 0,53% 4,92% 30/08/2013
Poupança antiga 0,50% 3,58% 29/08/2013
Poupança nova* 0,48% 3,05% 29/08/2013
Fundos de Renda Fixa* 0,40% 3,91% 27/08/2013
Fundos de ações livres* 0,39% -3,57% 27/08/2013
IPCA (estimativa do Banco Central) 0,27% 3,46% 23/08/2013
IGP-M (estimativa do Banco Central) 0,13% 2,15% 23/08/2013
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,13% 2,13% 27/08/2013
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 0,07% 1,24% 30/08/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* -0,01% 0,97% 30/08/2013
Fundos de ações Ibovespa Ativo* -0,34% -8,85% 27/08/2013
Fundos de ações Small Caps* -2,11% -14,01% 27/08/2013
LTN (vencimento em 01/01/2017)* -2,42% --- 30/08/2013
Fundos de ações dividendos* -2,50% -7,40% 27/08/2013
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) -3,65% -12,60% 30/08/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2023)* -5,06% -8,87% 30/08/2013
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* -5,44% -20,22% 30/08/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* -7,27% -23,66% 30/08/2013

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento
(**) Expectativa de inflação para o ano de 2013.


Poupança e renda fixa

Nesta semana, o Banco Central elevou a taxa Selic de 8,50% a 9,00% ao ano, como esperava o mercado. Foi a quarta alta seguida de juros na tentativa de controlar a inflação e estimular o crescimento, em meio a um cenário de desvalorização do real em relação ao dólar.

No caso do crescimento, o Produto Interno Bruto (PIB) com alta de 1,5% no segundo trimestre, divulgado nesta sexta, surpreendeu o mercado. As reiteradas altas dos juros também vêm beneficiando as aplicações atreladas à Selic, como a nova poupança, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), os fundos DI e os fundos de renda fixa.

No fim do mês, a alta da Selic para um patamar acima de 8,50% ao ano fez com que a nova poupança voltasse ao antigo rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR. Mesmo que os juros subam futuramente, essa é a remuneração máxima que a poupança pode pagar.

Os títulos do Tesouro Direto com taxas de juros pré-fixadas, porém, vêm perdendo neste ano, e em agosto não foi diferente. As LTNs e NTN-Fs têm sua remuneração acordada no ato da compra do título e se desvalorizam sempre que a Selic sobe; já as NTN-Bs têm parte da remuneração pré-fixada e o restante atrelado à inflação pelo IPCA, também perdendo quando a Selic sobe.

Os títulos mais longos oscilam mais que os de prazo mais curto, uma vez que é mais difícil prever os juros no longo prazo que no curto prazo. Assim LTNs e NTN-Fs de prazo mais curto ainda apresentaram uma leve valorização. Já as de prazo mais longo, assim como as NTN-Bs, continuaram a se desvalorizar neste mês. No ano passado, com o ciclo de cortes nos juros, esses títulos viram diversas altas, passando a apanhar quando o ciclo se reverteu em 2013.

Os altos e baixos dos títulos públicos só afetam quem vende o título antes do vencimento. Quem o carrega até o fim do prazo, recebe a remuneração acordada no ato da compra. Dos títulos presentes na tabela, ainda são vendidos pelo Tesouro a LFT com vencimento em 2017, a LTN com vencimento em 2017, a NTN-F com vencimento em 2023, a NTN-B Principal com vencimento em 2035 e a NTN-B com vencimento em 2050.

Renda variável

Dentre as aplicações mais comuns para o investidor pessoa física, as ações viram uma recuperação neste mês. O Ibovespa viu alta de 3,68%, mas ainda registra forte queda no ano, de 17,96%. Para Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos, essa alta não tem consistência, e representa apenas um ajuste. 

"Não houve um fator positivo para me fazer acreditar em uma recuperação mais vigorosa. Os dados econômicos vão mais contra do que a favor da Bolsa", afirma Alexandra.

Os fundos de dividendos e os de small caps, porém, não se beneficiaram dessa alta. Isso porque esses dois tipos de fundo costumam ir melhor quando as ações mais líquidas das grandes empresas ("blue chips") estão indo mal, e vice-versa.


No caso dos fundos de dividendos, são fundos mais defensivos, que investem em empresas de retornos mais constantes, e não naquelas com perspectivas de alto crescimento. Já os de small caps investem em empresas de menor valor de mercado e menor liquidez. Quando as grandes vão bem, os investidores costumam deixar as pequenas e correr para as blue chips.

O dólar fechou o mês a 2,38 reais, uma alta de quase 5% - e mais de 16% no ano. Os sinais de recuperação da economia americana fazem com que os investidores deixem as economias emergentes para se aninhar na economia mais forte dos Estados Unidos. "O real também desvaloriza porque existe uma desconfiança do estrangeiro em relação à economia brasileira, face ao histórico recente de baixo crescimento e inflação alta", diz Alexandra Almawi.

O ouro, por sua vez, apresentou forte alta devido à sua característica de porto seguro em tempos de incerteza. A crise na Europa continua, e agora o mundo se vê face à possibilidade de ataques norte-americanos à Síria.

Os fundos multimercados que conseguem operar as distorções do mercado de renda variável também apresentaram resultado positivo em agosto.

Fundos imobiliários continuam em queda

Para Alexandra Almawi, a queda do índice que reúne os maiores e mais líquidos fundos imobiliários (IFIX) já era esperada, e deve-se a dois grandes fatores: o primeiro é que as cotas dos fundos estavam supervalorizadas e desajustadas frente à realidade de precificação dos imóveis comerciais. "Houve um boom de venda desses fundos nas redes bancárias, o que impulsionou os preços das cotas para cima", diz a economista.

O segundo motivo é a questão do setor imobiliário em si. "O setor não vai ter um crescimento vigoroso como teve nos últimos anos. Os preços estão refletindo a maior possibilidade de vacância dos imóveis", explica. Assustados com as quedas, os pequenos investidores vendem suas cotas, provocando um efeito manada.

Alexandra diz que não espera uma queda nos preços dos imóveis, mas acha que o setor passa por um ajuste, pois seu "natural" é sofrer uma correção mais "tranquila", de acordo com a inflação.

Matéria atualizada às 21h40

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