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Os melhores e os piores investimentos de setembro

Entre os destaques dos melhores investimentos estão fundos de renda fixa e multimercado que investem lá fora

Mês foi marcado por forte desvalorização de ativos, guiados pelo Ibovespa, que caiu 4,8% (Cris Faga/Getty Images)

Marília Almeida

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 18h24.

Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 18h56.

Os fundos de renda fixa do tipo duração alta grau de investimento lideraram o ranking dos melhores investimentos de renda fixa do mês de setembro, com rentabilidade de 0,28% no período, um pouco acima da taxa de referência da categoria, o CDI, de 0,14% no período.

Esses fundos aplicam pelo menos 80% da carteira em títulos públicos e outros ativos de baixo risco no mercado, emitidos por bons pagadores. "Esses fundos sofreram muito na crise, porque são líquidos e tiveram muitos resgates. Agora começam a se recuperar", diz Juliana Machado, especialista em fundos da EXAME Research.

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Já entre os ativos de renda variável, os fundos multimercado do tipo investimento no exterior voltaram a se destacar no mês, com queda de apenas 0,11% em um mês no qual todos os principais ativos de renda variável ficaram no vermelho, acompanhando o Ibovespa, que desvalorizou 4,8%.

Segundo Machado, a questão fiscal pesou sobre os ativos brasileiros e fizeram com que andassem em setembro na contramão do mercado financeiro global no mês. "Apesar dos juros superbaixos, o furo do teto dos gastos e a sombra da contabilidade negativa que já aconteceu no passado, que volta com o financiamento do Renda Cidadã e discussão sobre o orçamento 2021. Houve aumento de risco e subiu também o prêmio de risco."

Os fundos multimercados podem estar alocados em várias classes de ativos. Alguns desses ativos sofreram na crise, mas outros tiveram intensa valorização, como ações do setor de tecnologia. Além disso, essas aplicações vão melhor porque investir lá fora permite exposição a ativos mais fortes, como ações americanas e moedas.

Na ponta dos piores investimentos do mês na renda fixa está o Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2045, que registrou queda de 12,38% no período.Títulos públicos longos sofrem mais com a marcação a mercado em momentos de alta do risco na economia. "O Tesouro IPCA é indexado ao IPCA, mas tem um prêmio de risco que oscila bastante. É um movimento natural em movimento de maior incerteza", explica Machado.

Entre as aplicações de renda variável que renderam menos estão os fundos de ações do tipo valor/crescimento. Essas aplicações desvalorizaram 3,45% no mês. Isso aconteceu porque abolsa também foi impactada negativamente pelo risco fiscal, afirma a especialista. "Apesar de o mercado ter muita liquidez, é preciso ajustar o nível risco, que impactou as ações. Os fundos valor têm uma visão de longo prazo e acabam sofrendo mais em meio a esses ajustes. Mas isso não significa que a tese desses fundos não vale mais."

Veja o ranking na tabela abaixo:

Renda fixa

Investimento Desempenho em setembro (em %) Desempenho no ano (em %) Desempenho em 12 meses
Fundos de renda fixa - duração alta - grau de investimento0,284,819,64
Fundos de renda fixa - duração baixa - grau de investimento0,11,712,91
Poupança0,111,752,69
Tesouro Selic 2025-0,461,582,85
Tesouro prefixado 2023-1,246,358,65
Tesouro IPCA+2026-2,5XX
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030-3,58XX
Tesouro prefixado 2026-3,64XX
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040-5,88XX
Tesouro IPCA+ 2035-7,28-8,03-5,46
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055-7,52XX
Tesouro IPCA+ 2045-12,38-15,48-12,7

Referência

Índice Desempenho em setembro (em %) Desempenho no ano (em %) Desempenho em 12 meses
CDI0,142,283,54

*A rentabilidade dos fundos vai até o dia 25 de setembro, dado mais atual disponível na Anbima.
*O desempenho mensal dos títulos e da poupança se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.

Renda variável

Investimento Desempenho em setembro (em %) Desempenho no ano (em %) Desempenho em 12 meses
Multimercado investimento no exterior-0,119,1112,15
Multimercado livre-0,633,036,66
Fundo de ações índice ativo-2,36-16,44-6,02
Fundos de ações livre-2,50-7,316,12
Fundo de ações investimento no exterior-2,66-9,503
Fundo de ações valor/crescimento-3,45-13,050,13

*A rentabilidade dos fundos vai até o dia 25 de agosto, dado mais atual disponível na Anbima.

Referência

Índice Desempenho em setembro (em %) Desempenho no ano (em %) Desempenho nos últimos 12 meses (em %)
Ibovespa-4,8-18,20-9,68

Para todos os investimentos, a orientação é sempre lembrar que a rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro. Também é importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações, sem descontar o imposto de renda (IR).

Nas aplicações em fundos de ações, há IR de 15%. Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. A poupança não tem cobrança de IR.

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