Os imóveis que você compra com 300.000 reais pelo Brasil
Com o mesmo valor é possível comprar uma quitinete no Rio de Janeiro ou um imóvel de três dormitorios com vista para o mar em Fortaleza
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 10h23.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h22.
São Paulo - Brasil, o país da diversidade, e de uma das maiores extensões territoriais do mundo, é também dono de uma enorme discrepância nos preços de imóveis. As diferenças de valores são evidentes tanto entre estados e regiões - como Distrito Federal, onde o preço médio do metro quadrado do imóvel usado é de 8.100 reais, e Goiânia, onde o mesmo espaço custa em média 2.415 reais - quanto em uma mesma cidade - como o Rio de Janeiro, onde o preço médio do metro quadrado de imóveis novos pode chegar a 18.000 reais no Leblon, 36.000 reais em Ipanema ou 2.100 reais no bairro da Pavuna, na Zona Norte. Para demonstrar essa diversidade de preços na prática, a reportagem da EXAME consultou profissionais do mercado imobiliário de diversas cidades para mostrar que tipo de imóveis poderiam ser comprados com 300.000 reais em cada localidade. Nas comparações, foram utilizados dados dos preços médios do metro quadrado da pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e da Imobiliára Lopes, realizada em março deste ano, a pedido da revista EXAME, e também informações do Índice FipeZap de maio. Confira na galeria os imóveis de 300.000 reais em Curitiba, Distrito Federal, Florianópolis, Fortaleza, São Paulo, São Caetano do Sul (SP), Recife e Rio de Janeiro.
Segundo Luiz Fernando Gottschild, Vice-Presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR, em Curitiba existem várias opções de imóveis de dois a três dormitórios, com 80m² de área útil, bem localizados, a uma distância de 5 a 8 quilômetros do centro por 300.000 reais. “Com estas características são encontrados vários imóveis, mas em sua maioria usados, de 5 a 15 anos”, diz. Na capital paranaense, o preço médio dos imóveis usados é 3.646 reais. O metro quadrado mais caro de imóveis usados é o do bairro Mossunguê, que varia entre 5.001 a 5.500 reais. E entre os imóveis novos, os metros quadrados mais caros variam de 6.100 a 6.500 reais, em Bigorrilho, Campo Comprido e Centro. Gottschild explica que pela faixa de preço de 300.000, no Centro, por exemplo, é possível comprar um imóvel novo ou semi-novo com um dormitório. Ele cita o exemplo de um apartamento de 290.000 reais, com um dormitório e 54 m² de área útil, próximo a um shopping, ao Palácio Iguaçu e a 1,5 quilômetros da praça Tiradentes, que é o marco zero da cidade. O vice-presidente do Secovi comenta que de 2005 até hoje, o mercado imobiliário de Curitiba passou por uma forte valorização, mas ainda assim a cidade tem imóveis com preços mais baixos do que em outras capitais. “Curitiba ainda é uma cidade que tem preços mais baratos que o resto do Brasil. Mas, com o crescimento da economia, maiores investimentos de construtoras e maior facilidade nos financiamentos em bancos, o preço acabou encarecendo um pouco desde 2005”, afirma.
O preço médio do metro quadrado dos imóveis usados em Florianópolis é 4.158 reais. O metro quadrado de imóveis novos, em bairros como Costeira do Pirajubaé, varia entre 4.100 a 4.200; em Agronômica de 6.800 a 7.000 reais; em Abraão e Campeche de 5.000 a 5.500; e em Jurerê de 9.500 a 9.700. Marcos Alcauza, diretor de vendas da imobiliária Brognoli, há 50 anos em Florianópolis, afirma que por 300.000 reais o comprador pode achar muitas ofertas de apartamentos com mais de 10 anos, três quartos e uma suíte, entre 80 e 85m², em bairros como Coqueiros, Estreito e Trindade, que não são os mais valorizados da cidade. “Na faixa de 300.000 reais é o preço que mais sai mesmo, são os valores pagos por compradores da classe média”, comenta. Com os mesmos 300.000 reais, em Jurerê, o reduto dos famosos e endinheirados de Floripa, seria possível no máximo comprar um imóvel de um dormitório, mas, segundo Alcauza, não existe este tipo de oferta. “A oferta mais baixa em Jurerê seria um apartamento de 15 anos, com dois dormitórios por 600.000 a 700.000 reais”, explica. O bairro é famoso por oferecer as principais opções de lazer da cidade, ter visibilidade internacional e por ter sido construído de forma planejada, com baixa taxa de habitação.
Não é difícil encontrar bons imóveis por 300.000 reais em Fortaleza. Com um preço médio de metro quadro de imóveis usados de 4.158 reais (valor fechado em maio) e de 4.410 para imóveis novos (março de 2012), se o comprador não fizer questão de ficar exatamante em um lançamento na Avenida Beira Mar, que fica na orla da praia, e aceitar um imóvel com alguns anos de uso, podem ser encontradas boas opções por este valor. A reportagem da EXAME.com chegou a encontrar um apartamento com vista para o mar, com três dormitórios mais dependência para empregados e duas vagas, no primeiro andar, mas sem elevador, por 295.000 reais. Ronaldo Vasconcelos, corretor da Imobiliária César Rêgo (há 30 anos no Ceará), diz que por 300.000 reais, um comprador encontraria com muita facilidade apartamentos de três dormitórios, de 70 a 80 m², com um mínimo de sete anos de uso, em bairros bons da cidade, como Papicu, Montese e José Bonifácio. “Se for um imóvel em Meireles ou Aldeota, aí o mesmo apartamento já vai ser mais caro”, explica. Aldeota, Cocó, Guararapes e Meireles, são os bairros mais caros da cidade. A média do metro quadrado nestas regiões varia de 5.001 reais a 6.200 reais. “Em Meirelles, que é o melhor bairro de Fortaleza, tem apartamentos de oito anos, com 77 m² e três dormitórios pequenos por 390.000 reais”, diz Vasconcelos.