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Onde investir seu dinheiro em 2013, segundo o HSBC

Onde investir em 2013 para ganhar mais que a poupança ou os fundos DI em um cenário de rentabilidade menor que deve se manter por um bom tempo

HSBC (Divulgação)

HSBC (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 14h51.

São Paulo – Se você está insatisfeito com a rentabilidade da poupança ou dos seus demais investimentos, não há outro jeito: para 2013, a saída vai ser buscar aplicações um pouco mais sofisticadas, preferencialmente sob a orientação ou gestão de um profissional. Essa é a recomendação do HSBC Global Asset Management, a gestora de recursos do HSBC, para o ano que vem.

E não se trata de necessariamente migrar para o investimento em ações, uma vez que Bolsa, no geral, deve continuar desanimando os investidores na opinião da asset. Para o HSBC, trata-se de buscar investimentos com um pouco mais de risco – podem ser aplicações de renda fixa mesmo –, diversificar a carteira e se conformar que o tempo de juros altos nos investimentos acabou, pelo menos por um bom tempo.

A previsão da asset do banco para a taxa Selic – taxa básica de juros que baliza as aplicações de renda fixa, inclusive a poupança – é que ela deve permanecer no patamar atual de 7,25% até o fim de 2013, em linha com o que espera o restante do mercado. “Até agora parecia haver sempre uma esperança de que os juros voltassem a subir. Mas a ficha precisa cair”, diz Mário Felisberto, diretor de investimentos da HSBC Global Asset Management.

Ele frisa que os juros devem continuar baixos ainda por algum tempo, por conta da dificuldade do Brasil em crescer e empreender investimentos para tornar a economia competitiva em um prazo mais longo em meio a um mundo que também não deve crescer muito pelos próximos anos. Assim, não adiantaria manter as esperanças de que a Selic volte a subir e que, por consequência, aplicações como poupança, fundos DI e CDBs DI voltem a ser rentáveis. “Se houver surpresa, vai ser um corte adicional na Selic”, diz Felisberto.

Não é recomendável não ter investimento algum em poupança, fundos DI, CDB DI ou nos títulos mais conservadores do Tesouro Direto, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Essas aplicações são bastante seguras e podem ser resgatadas a qualquer momento sem prejuízo da rentabilidade (exceto pela cobrança de IR que incide sobre algumas delas e é tanto maior quanto menor o tempo de aplicação). São ideais, portanto, para constituir o fundo de emergência do investidor, aquele dinheiro que deve estar sempre à mão e corresponder a um período de três a 18 meses da renda necessária para manter seus gastos.

No entanto, não são essas as aplicações ideais para quem quer de fato ganhar dinheiro com seus investimentos, diz o HSBC. Isso porque as taxas de juros que balizam essas aplicações são a Selic ou o CDI, que é uma taxa de juro bem próxima à Selic. Com a taxa básica de juros em 7,25%, a poupança, por exemplo, só está rendendo 70% da Selic mais taxa referencial, o que corresponde a uma rentabilidade de apenas 0,41% ao mês ou 5,03% ao ano – menos que a inflação projetada para 2012, que é de quase 5,5%. Ou seja, o dinheiro perde poder de compra.

Veja a seguir os investimentos recomendados pelo HSBC Global Asset Management para 2013.


Fundos de renda fixa com crédito privado

Em vez de aplicar apenas em fundos DI ou fundos de renda fixa que investem em diferentes tipos de títulos do Tesouro, o investidor pode pôr seu dinheiro em fundos de renda fixa com crédito privado. Essa modalidade aplica não apenas em títulos públicos como também em CDBs e títulos de dívida de empresas, as chamadas debêntures. Ou seja, em vez de emprestar dinheiro para o governo, esses fundos emprestam também para bancos e empresas privadas.

Segundo o HSBC, a média de rentabilidade das debêntures em 2012 foi de 112% do CDI, ou cerca de 8,0% considerando-se a Selic atual de 7,25%, enquanto que os grandes bancos normalmente nem oferecem CDBs que paguem ao menos 100% do CDI.

O risco desse tipo de aplicação é um pouco maior, pois há o risco de a empresa não pagar sua obrigação. Contudo, esse risco é diluído nesses fundos, que aplica em outros ativos, fora que não há histórico consistente de calote de debêntures no Brasil.

Em média, os fundos de renda fixa com crédito privado renderam menos que os fundos de renda fixa que focam os investimentos em títulos públicos de diversas características e prazos. Isso porque em 2012 a taxa Selic viu uma trajetória de queda, o que possibilitou aos fundos de renda fixa lucrar com os títulos que ganham quando a Selic cai – os prefixados (NTN-F e LTN) e os atrelados à inflação (NTN-B). Mas, segundo Felisberto, esses ganhos não devem continuar se a Selic realmente se mantiver estável em um patamar mais baixo, o que pede uma mudança de estratégia.

Rentabilidade em 2012 até 28/11 (fonte: Anbima)
Fundos Referenciados DI: 7,96%
Fundos de renda fixa: 10,27%
Fundos de renda fixa crédito livre: 8,64%

Fundos atrelados a índices de renda fixa

Esses fundos de renda fixa são um pouco diferentes, mas já estão disponíveis para o investidor comum. Eles investem principalmente em títulos públicos de prazo mais longo atrelados à inflação, que pagam uma taxa pré-acordada no momento da aplicação mais a inflação, normalmente pelo IPCA. Pelo Tesouro Direto é possível adotar essa estratégia investindo nas chamadas Notas do Tesouro Nacional série B, ou NTN-B. Esses fundos, bem como os índices que os balizam, renderam bastante em 2012, mas o HSBC acredita que ainda há espaço para novos ganhos em 2013.

Acontece que, em vez de comprar esses títulos e ficar com eles até o vencimento, para receber a taxa acordada, esses fundos lucram com a valorização desses papéis em função da taxa de juros baixa ou em queda. Sempre que a Selic cai, o valor desses títulos aumenta. Esses fundos também investem em uma cesta de títulos predeterminada, com diversos títulos de prazos diferentes, a fim de maximizar o lucro.


O índice de referência desses fundos – que é o indicador que eles tentam vencer – são os índices de renda fixa chamados Índices de Mercados da Andima (IMAs). Basicamente são o IMA-B e o IMA-B 5+. O primeiro representa uma cesta de NTN-B de diferentes prazos, todos menores que cinco anos; já o segundo representa um grupo de NTN-B de diferentes prazos, porém com vencimento dentro de cinco anos ou mais.

Isso significa que os fundos de renda fixa atrelados ao IMA-B investem em papéis corrigidos pela inflação com prazos inferiores a cinco anos e tentam vencer este índice. Já os fundos IMA-B 5+ investem em títulos ainda mais longos e tentam vencer este índice. O Tesouro Nacional oferece atualmente NTN-B que vencem em prazos entre 2015 e 2050. Seja como for, são aplicações de prazo mais longo, diferentemente das aplicações mais comuns de renda fixa.

Repare que investir em um fundo desses não é a mesma coisa que comprar uma NTN-B pelo Tesouro Direto e esperá-la vencer para receber o juro acordado mais a inflação do período. Essa estratégia, por si só, até é mais rentável que a poupança e outras aplicações atreladas à Selic e ao CDI, uma vez que preserva o poder de compra do investidor. Mas é uma estratégia limitada.

Para fazer o que os fundos de renda fixa índices fazem seria preciso especular com esses títulos, comprando-os e vendendo-os no momento certo para lucrar com sua valorização. Essa estratégia, porém, é arriscada para o investidor individual leigo e pode levá-lo a perder dinheiro, mesmo sendo renda fixa. Um fundo com gestão profissional pode, portanto, ser mais indicado. Uma vantagem adicional deste tipo de fundo é que, apesar deste risco, o risco de calote é o mais baixo possível, uma vez que a estratégia é montada com títulos do governo.

Rentabilidade em 2012 até 28/11 (fonte: Anbima)
Fundos Referenciados DI: 7,96%
Fundos de renda fixa: 10,27%
Fundos de renda fixa índices: 19,52%
IMA-B (até 31/10): 23,64%
IMA-B 5+ (até 31/10): 30,98%

Fundos multimercados

Há uma infinidade de tipos de fundos multimercados, mas basicamente estes são fundos que podem aplicar em quase qualquer tipo de ativo, como ações, títulos públicos, títulos privados de renda fixa, moedas, entre outros, dependendo do seu perfil. O HSBC lembra que desde 2009 esses fundos não têm mais desempenho tão atrelado à performance da Bolsa, o que representa um respiro para esses tempos difíceis para as ações.


Ações de empresas small caps

Para quem gosta de investir em ações, as perspectivas da asset do HSBC não são das melhores. Sem previsão para o Ibovespa, principal índice da Bolsa, para o fim de 2013, a gestora espera que o crescimento brasileiro seja modesto e que a economia mundial continue do mesmo jeito de agora: cambaleante. Para o HSBC, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ficar em 1% em 2012 e 3% em 2013.

Como a Bolsa brasileira é altamente concentrada em setores ligados ao mercado externo, prejudicados pelo estado da economia internacional, e setores muito regulados pelo governo, que já sofreram bastante neste ano e estão sujeitos às decisões governamentais, sobra pouco espaço para o Ibovespa ter boa performance.

Por isso, o HSBC recomenda que o investidor “pense fora da caixa” e foque em ações voltadas ao mercado interno, que ainda vem tendo bom desempenho. Notadamente as de empresas menores – as small caps – com boa perspectiva de crescimento.

Quem não tem conhecimento ou não se sentir seguro para investir por conta própria – até porque ações de small caps muitas vezes têm baixíssima liquidez – pode preferir fundos de ações livre ou fundos de small caps. Os primeiros podem investir em qualquer ação, sem necessidade de replicar a composição do Ibovespa; e os segundos investem primordialmente em ações de empresas de baixo valor de mercado e com alta perspectiva de crescimento.

Rentabilidade em 2012 até 28/11 (fonte: Anbima)
Fundos de ações indexados Ibovespa: 0,27%
Fundos de ações small caps: 12,83%
Fundos de ações livre: 12,74%
Ibovespa: -0,38%
Índice Small Cap: 13,33%

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