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Oferta de aluguel de temporada no Rio dispara com Olimpíada

A plataforma de alugueis por temporada Airbnb dobrou a oferta de anúncios em um ano e já confirma mais de 55 mil reservas durante o megaevento


	Rio de Janeiro: as reservas estão distribuídas em 54 bairros da cidade e entre os mais procurados estão Copacabana e Leblon
 (Divulgação/VivaReal)

Rio de Janeiro: as reservas estão distribuídas em 54 bairros da cidade e entre os mais procurados estão Copacabana e Leblon (Divulgação/VivaReal)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 08h19.

A possibilidade de faturar uma renda extra durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 encorajou milhares de cariocas e moradores da capital fluminense a alugarem as próprias casas para turistas.

Parceiro oficial do Comitê Organizador Rio 2016, a plataforma internacional de alugueis por temporada Airbnb dobrou a oferta de anúncios em um ano e já confirma mais de 55 mil reservas durante o megaevento a um preço médio de R$ 578 por noite.

Considerando que cada reserva acomoda em média três pessoas, o preço médio do aluguel por noite e por pessoa é de cerca de R$ 193.

As reservas, com média de seis dias de duração, estão distribuídas em 54 bairros da cidade, e os locais mais procurados são Copacabana, Ipanema, Barra da Tijuca, Leblon e Botafogo.

Também há reservas em bairros fora do eixo tradicional turístico, como Méier, Del Castilho e Marechal Hermes.

O diretor geral da Airbnb no Brasil, Leonardo Tristão, conta que no ano passado, a renda média de um anfitrião no Rio de Janeiro foi R$ 6,7 mil e que o impacto econômico para a cidade chegou a R$ 530 milhões, considerando os valores dos alugueis e os gastos dos hóspedes na cidade.

Com mais de 38 mil anúncios, a cidade se tornou o quarto maior mercado da plataforma, atrás de Nova York, Londres e Paris. De acordo com a empresa 56% dos clientes são estrangeiros, de mais de 110 países, sobretudo, norte-americanos, argentinos, ingleses, franceses e australianos.

De acordo com o Sindicato da Habitação (Secovi Rio), os preços das diárias de apartamentos de dois quartos nas três principais regiões onde haverá competições não variaram muito em comparação com as datas festivas, como Reveillon e Carnaval.

O vice-presidente do sindicato, Leonardo Schneider, explicou que a crise econômica e o aumento da oferta pode explicar o mercado mais morno este ano do que em comparação com a Copa do Mundo.

“O preço não decolou como se imaginava, pois temos hoje bem mais oferta. Muitas famílias estão saindo de casa durante o período para fazer uma renda extra. A realidade do país mudou e algumas pessoas querem aproveitar essa oportunidade”.

A estilista Bruna Tavares da Costa, 38 anos, alugou seu apartamento de três quartos na Tijuca, zona norte, por um fim de semana com meses de antecedência para cinco casais brasileiros. O valor das diárias vai cobrir uma viagem internacional da família.

“A casa já vai ficar vazia mesmo e dando gasto, então é um dinheiro bem-vindo. Mas dá trabalho, pois temos que organizar tudo, guardar alguns objetos, para deixar a casa prontinha”, contou.

Após ser surpreendido pela crise financeira que o deixou desempregado no início do ano, o engenheiro elétrico Marcos Serrão, 28 anos, decidiu investir no aluguel do apartamento próprio de dois quartos em Copacabana, zona sul, e passar um tempo com os pais.

“Como era muito difícil alugar o apartamento todo, decidi desmembrar e passei a alugar os quartos, sendo a cozinha, o banheiro e a sala compartilhados,” contou ele, que durante a Olimpíada conseguiu alugar o apartamento inteiro para um grupo.

O engenheiro conta, entretanto, que a oferta de apartamentos aumentou tanto na cidade que já não está valendo tanto a pena o aluguel por temporada. “Acho que tem muita gente que não consegue vender nem alugar e está tentando por temporada para fazer um extra.

Há também aquelas pessoas que moram em um apartamento muito grande, os filhos saíram de casa e estão alugando um dos cômodos”, comentou. “Por conta disso, os preços despencaram, especialmente, em Copacabana", comentou ele.

Em Copacabana a média da diária de um apartamento de dois quartos está em R$ 1,1 mil, similar ao valor cobrado no Reveillon. Já na Barra da Tijuca, zona oeste, os preços aumentaram um pouco mais para o período da Olimpíada, com média diária de R$ 1 mil em comparação com R$ 795 na virada do ano novo.

Hoteis e Moteis

Os motéis também têm sido uma opção para os visitantes que vêm para os jogos. Em alguns estabelecimentos mais próximos dos locais de competições, os quartos já quase estão todos reservados.

A expectativa do setor é que a ocupação dos motéis da cidade aumente em torno de 40% a 50% no período.  Os albergues em favelas também estão em alta pela tarifa mais em conta.

De acordo com a Associação de Cama e Café e Albergues do Estado do Rio de Janeiro (Accarj), a previsão para ocupação de hostels na cidade do Rio de Janeiro para a Olimpíada chega a 84,7%.

Os turistas estrangeiros (70%) são os que mais procuram este tipo de hospedagem. A entidade tem 48 albergues associados. Os preços das diárias variam de R$ 40 a R$ 170.

Dos cerca de 50 mil voluntários que ajudarão a fazer a Olimpíada e a Paralimpíada deste ano, cerca de 20% são estrangeiros. E para ajudá-los a se hospedarem perto das competições, a plataforma colaborativa online Meu Lugar no Rio lançada pelo Comitê Rio 2016 em maio já ofereceu mais de 3,5 mil hospedagens gratuitas ou a preços populares.

A plataforma está disponível em inglês e português e vai funcionar até o início dos jogos para anfitriões e voluntários interessados em se inscrever. Após o cadastro é preciso apenas navegar pelo site, achar a pessoa, iniciar a conversa por email e combinar a estada.

Deodoro e Copacabana são os bairros com o maior número de locais para receber os trabalhadores.

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