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Nubank quase dobra juros de quem não paga o total da fatura

Segundo a startup, reajuste vale apenas para 0,5% de seus clientes. Para eles, taxa no rotativo do cartão passou de 7,75% para 14% ao mês


	Cartão de crédito Nubank: admirada, startup comunicou aos clientes uma medida impopular
 (Nubank/Facebook/Divulgação)

Cartão de crédito Nubank: admirada, startup comunicou aos clientes uma medida impopular (Nubank/Facebook/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 09h24.

São Paulo - O cartão roxo da Nubank é cada vez mais popular no país por não cobrar anuidade, oferecer taxas de juros mais baixas do que as cobradas pelos grandes bancos e permitir transações através de um aplicativo no smartphone.

Mas os clientes da startup, que até agora reclamavam apenas da demora da aprovação do crédito pela administradora, ávidos para receberem o produto, encontraram na semana passada mais um ponto negativo: no dia 25, a administradora financeira comunicou que irá quase dobrar os juros do crédito rotativo para parte de seus usuários. A taxa é cobrada quando o cliente paga um valor a partir do mínimo da fatura do cartão, mas não o total. 

Os juros no rotativo do cartão Nubank passarão de 7,75% para 14% ao mês para alguns clientes da empresa e vão ficar mais próximos aos praticados pelos grandes bancos. De acordo com a pesquisa mais recente divulgada pelo Banco Central sobre o crédito rotativo, referente ao período do dia 9 a 15 de agosto, a Caixa cobra 15,22% ao mês nessa linha de crédito, a taxa mais baixa se considerados apenas os grandes bancos.

Startup culpa cenário econômico

Cristina Junqueira, diretora e co-fundadora da Nubank, diz que 14% ao mês é a nova taxa máxima do crédito rotativo cobrada no cartão Nubank (antes, a taxa máxima chegava a 12% ao mês), mas ressalta que o reajuste atingiu menos de 0,5% da base de clientes da administradora (que não abre o número total de usuários).

Por conta disso, justifica, a startup não pode ser acusada de ter perdido um de seus principais atrativos: taxas baixas. “A taxa média cobrada no cartão continua sendo de 7% ao mês”, diz.

O que motivou o aumento dos juros, conta a executiva, foi o cenário econômico do país, que piorou desde o lançamento da Nubank, em 2014. “Além da inflação alta, a taxa de juros básica do país subiu significativamente, o que aumenta o custo que temos para manter o nosso negócio. Para darmos os próximos passos na operação, como reduzir a lista de espera para obter o cartão, lançar o programa de recompensas e oferecer melhores limites de crédito, tivemos de promover o reajuste para alguns clientes”, afirma Cristina.

Ela diz ainda que a empresa busca ajustar as taxas cobradas no cartão para cada perfil de usuário e que, ao mesmo tempo em que promoveu o aumento dos juros para alguns clientes, diminuiu a taxa para outra porção de usuários, sem especificar quais são eles. “Temos clientes para os quais cobramos taxas que partem de 2,75% ao mês”.

A executiva afirma que a empresa não incentiva o uso do crédito rotativo e lembra os clientes antes e depois do vencimento da fatura para que evitem pagar juros (o que acontece quando você faz o pagamento mínimo do cartão).

“Apenas uma parcela pequena dos nossos clientes usa o crédito rotativo. Sempre focamos em usuários de perfil de menor risco e que pagam a fatura em dia. Não buscamos um posicionamento de mercado como o cartão mais barato. Buscamos apenas oferecer taxas mais baixas em função da eficiência da nossa operação”.

Vale lembrar que o rotativo do cartão de crédito pode estar com os dias contados, pelo menos como ele é hoje. A reformulação do produto vem sendo estudada pela Abecs (associação das empresas de cartões), que deve apresentar propostas nos próximos meses. Veja o que isso significa para você.

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