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Moody's atribui grau de investimento à Embraer

Agência atribui rating Baa3 em moeda local e rating indicativo Baa3 para dívidas em moeda estrangeira, notas que significam o reconhecimento de créditos com risco moderado e sem elementos especulativos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A agência Moody's começou nesta segunda-feira (19/12) a acompanhar o risco de crédito da fabricante de aeronaves Embraer, e logo na estréia a brasileira já recebeu notas que lhe conferem o tão cobiçado grau de investimento, avaliação que lhe dá acesso a financiamentos internacionais em melhores condições.

"O rating reflete, acima de tudo, a habilidade da Embraer em manter rentabilidade em um período muito difícil para seus principais clientes, as companhias aéreas americanas", diz Richard Bittenbender, vice-presidente sênior da Moody's. "Mas, assim como é difícil dizer o que torna uma feijoada gostosa, há um conjunto de ingredientes para essa avaliação." A agência aponta os benefícios da crescente presença da companhia no mercado global de jatos comerciais, a exposição financeira moderada a seus principais clientes e as oportunidades apresentadas pela expansão de sua linha de jatos executivos. "A atribuicao de grau de investimento à Embraer pela Moody's é outro importante instrumento para a redução do custo de capital da nossa empresa", afirma em comunicado Mauricio Botelho, diretor-presidente da Embraer.

Pelo lado das fragilidades, a avaliação da Moody's leva em consideração, entre outros fatores, a demanda altamente cíclica por aviões comerciais e a concentração do mercado nos Estados Unidos. O faturamento líquido da Embraer no segmento de aviação comercial nos Estados Unidos correspondeu a 84%, 96% e 85% de suas vendas totais em 2002, 2003 e 2004, respectivamente. A despeito de ter ocorrido uma certa recuperação na indústria americana de aviação, companhias aéreas representando aproximadamente 50% da capacidade de transporte de passageiros do Estados Unidos estão operando em concordata. Não há expectativa, portanto, de grandes encomendas. Apesar dos riscos, e considerando uma leve alta da demanda no mercado europeu, a Moody's espera a estabilização do número de entregas da Embraer em aproximadamente 145 aeronaves por ano.

A Moody's enfatiza que a fabricante é uma das duas maiores do mundo no segmento de 30 a 110 assentos, e sua carteira de pedidos é mais de duas vezes maior que a de sua principal concorrente, a canadense Bombardier. Além disso, vem administrando com sucesso a queda na demanda por seus modelos de 37 a 50 assentos através do lançamento de novas aeronaves com capacidade entre 70 e 110 passageiros.

A Moody's atribuiu rating Baa3 em moeda local e "rating indicativo" Baa3 para dívidas em moeda estrangeira. O rating indicativo é o que seria atribuído a dívidas emitidas em moeda estrangeira, sob legislação estrangeira. Na escala de classificação da Moody's, a nota Baa3 é a mais baixa das que correspondem a grau de investimento (investment grade), e indica créditos com risco moderado e sem elementos especulativos.

A Moody's avisa que poderá rebaixar o rating caso a Embraer não consiga lançar com sucesso seus jatos executivos leves e superleves, caso a margem de lucro operacional (Ebit) seja reduzida para menos de 15% ou caso cresça a dificuldade para se prever a exposição financeira da Embraer a seus clientes. Nos últimos doze meses até setembro, a fabricante faturou 3,6 bilhões de dólares.

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