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Na Bolsa, saem os bancos, entram as empresas de consumo

Estrelas do pregão em 2005, os papéis dos bancos devem dar passagem ao varejo. Americanas e Renner são destaques para 2006

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

Os papéis de bancos, que fizeram a festa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2005, dificilmente conseguirão manter o mesmo desempenho este ano. Eleições presidenciais e uma possível retração no crédito devem impedir que o setor bancário seja a grande estrela da bolsa em 2006. No ano passado, houve um ganho médio de 64% nessas ações, enquanto o Ibovespa (índice das ações mais negociadas) valorizou-se em 27%.

A expansão do crédito consignado no ano passado foi o principal motor tanto dos lucros bancários como da alta dos papéis das instituições financeiras. Mas investidores temem que os empréstimos a pessoas físicas estejam chegando a um limite. Como a economia não cresceu na mesma velocidade da expansão do crédito, os brasileiros não têm como pagar suas dívidas. Nessa hipótese, os bancos não conseguiriam expandir seus empréstimos.

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"Crédito fraco e tendência de queda dos juros são fatores que prejudicam a performance dos bancos, o que deve se refletir no valor dos papéis", diz Marco Aurélio Barbosa, analista de renda variável da corretora Coinvalores.

Além disso, existe o fator político. "Anos eleitorais costumam ter um impacto negativo nas ações do setor bancário", diz o gestor de renda variável da Sul América Investimentos, André Castro. Isso porque a mudança de governo pode trazer uma nova política econômica e as instituições financeiras sentem o impacto diretamente, ao contrário de outros segmentos da economia, como telecomunicações e consumo.

Apostas para 2006

Enquanto os bancos sofrem com as eleições, o setor de consumo comemora. Segundo os analistas, as campanhas eleitorais movimentam a economia, seja em gastos do governo ou da oposição. "Há gastos de uma forma geral, desde o aumento no consumo de papéis até na contratação de funcionários temporários. Para completar, o ano é também de copa do mundo, o que gera certo rebuliço no mercado consumidor", diz Barbosa. Para ele, as grandes apostas do ano são as ações de Americanas e Renner.

O setor de telecomunicações, bastante desvalorizado em 2005, merece certa atenção. Nessas primeiras semanas de 2006, as ações de empresas de telefonia celular acumulam alta de 20%, mas isso não significa que as empresas serão as estrelas do ano. "Apesar do destaque nos últimos dias, as empresas de celular ainda enfrentam problemas de rentabilidade e com relação a novas tecnologias", diz Castro. Ele cita o caso da Vivo, que vem perdendo espaço para as concorrentes que trabalham com tecnologia GSM. Segundo ele, a alta recente é apenas um ajuste no preço das ações.

Estrelas internacionais

Os investidores que quiserem fugir de qualquer ameaça eleitoral podem optar por papéis de empresas com bom desempenho no cenário internacional. Em geral essas companhias dependem de encomendas de outros países, sendo pouco afetadas pela política local. Nessa linha, merecem atenção as ações da Vale do Rio do Doce e da Caemi, sua controlada, também com papéis negociados no pregão.

"As ações dessas duas companhias vêm seguindo em alta, mas ainda há espaço para uma maior valorização", diz Pedro Galdi, analista da Fator Corretora. Segundo ele, as ações da Vale estão sendo negociadas a 88 reais. Galdi projeta um preço de 123 reais. Ambas são fortes fornecedoras de minérios no mercado internacional, em alta graças à demanda chinesa. Somente na primeira semana de 2006, a valorização da Caemi já chegou a 12%, enquanto o índice médio da Bovespa marcou cerca de 5%.

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