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Bradesco registra maior lucro da história dos bancos

Resultado acumulado até setembro é recorde para o setor, mesmo quando comparado com o resultado de 12 meses

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Em apenas nove meses, o lucro líquido obtido pelo Bradesco já é o maior da história do setor financeiro brasileiro, mesmo quando comparado aos resultados acumulados de 12 meses de seus concorrentes. Entre janeiro e setembro, o banco lucrou 4,051 bilhões de reais, 102,3% mais que os 2,002 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Em todo o ano passado, o Itaú até então o recordista de lucros ganhou 3,925 bilhões de reais, de acordo com a consultoria Economática.

A expansão da carteira de crédito foi o que mais impulsionou os resultados do Bradesco até setembro. A soma de créditos (sem avais nem fianças) chegou a 75,2 bilhões de reais. A cifra é 25,5% maior que a dos nove primeiros meses de 2004. "Trinta e nove por cento de nosso lucro vieram das operações de crédito. No ano passado, foram 38%", afirma o presidente da instituição, Márcio Cypriano.

A expansão do crédito ocorreu pela demanda das pessoas físicas, com operações de crédito pessoal, por meio da financeira Finasa, e consignado, por exemplo. Em 2004, essa categoria de clientes respondia por 31,2% da carteira de crédito, no acumulado até setembro. No mesmo período deste ano, a fatia subiu para 40,7%. Parte do crescimento é atribuído pelo Bradesco à melhora das condições econômicas, que elevaram a renda dos trabalhadores e reduziu o desemprego.

Outra parcela do aumento do crédito para pessoas físicas, porém, está relacionada aos acordos operacionais com redes de varejo. Somente com as Casas Bahia, cuja parceria foi fechada em novembro de 2004, os créditos concedidos aos clientes da rede varejista ultrapassaram 1,5 bilhão de reais em setembro, o dobro da carteira registrada em junho 707 milhões.

Empresas

Diante do avanço das pessoas físicas, a participação percentual das empresas no portfólio de crédito do Bradesco recuou. As grandes empresas reduziram sua fatia de 39,8% para 30,8% na mesma comparação. Segundo Cypriano, um dos motivos dessa redução é a grande capitalização apresentada por companhias deste porte, durante o ano. Já as pequenas e médias empresas sofreram uma leve queda de 29% para 28,6% do total da carteira. "Apesar disso, em valores absolutos, as pequenas e médias apresentaram um aumento dos empréstimos", diz.

Apesar do maior número de operações, a inadimplência média da carteira recuou de 3,7%, até setembro de 2004, para 3,1%. A taxa considera somente as operações em atraso por mais de 60 dias. A maior proporção de inadimplentes está nas operações com cartões de crédito e cheque especial. De acordo com Cypriano, a inadimplência caiu, apesar do aumento dos negócios, porque os créditos concentraram-se em modalidades de baixo risco, como o consignado, que apresenta desconto em folha de pagamento.

Estratégia

O banco continuará apostando na expansão do crédito em 2006, seja por meio da aquisição de carteiras de bancos menores, seja por operações próprias ou por acordos operacionais com outras redes de varejo. "Considerando-se nosso índice de Basiléia, poderíamos aumentar bastante nossa carteira de crédito", afirma Cypriano.

O banco encerrou o terceiro trimestre com índice de 15,5%, contra 17% no mesmo período de 2004. Pelo Acordo da Basiléia, ao qual o Brasil aderiu em 1994, instituições de países emergentes devem ter um índice maior ou igual a 11%, isto é, para cada 100 reais emprestados, 11 reais devem vir do capital próprio. O restante poderá ser captado no mercado.

Para 2006, o Bradesco espera um crescimento de 20% a 25% na carteira geral de crédito. O destaque seria os empréstimos para pessoas físicas, com alta de 35%. Já as operações com empresas deverão crescer 20%. Os recursos para financiar essa expansão não são um problema, de acordo com Cypriano. "Temos captações de todos os lados e em todas as camadas", diz.

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