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Por sistema de preços, corretoras indicam mineradoras

Analistas acreditam que sistema trimestral de acerto no valor do minério de ferro e alta demanda devem valorizar ações

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

São Paulo - A notícia de que a Vale e as siderúrgicas asiáticas encerraram a rodada de negociações do minério de ferro para 2010 deu um ânimo adicional para os analistas do setor no Brasil, que reforçaram a recomendação de compra das ações das mineradoras. O reajuste nos preços pode chegar a 100% e, além disso, a duração dos contratos agora será trimestral. A definição altera um mercado acostumado há 40 anos com acordos anuais.

O banco britânico Barclays acredita que a transição para um novo método de precificação configura uma ótima oportunidade para investir no setor. As empresas recomendadas são a Vale, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a MMX (de Eike Batista) e a Bradespar (controladora da Vale). Os analistas do banco, Leonardo Correa e Renato Antunes, porém, alertam que a transição entre a determinação dos preços deve ser lenta, para não complicar os mercados, já que a Europa mostra muita resistência à mudança.

Três sistemas devem coexistir neste primeiro momento: preços determinados anualmente, contratos à vista e contratos híbridos, que teriam mecanismos de alteração trimestral nos valores. Nesse cenário, os analistas acreditam que o parâmetro mais confiável para se seguir será o dos contratos à vista, já que, só no ano passado, entre 550 e 600 milhões de toneladas de minério de ferro foram vendidas desta maneira - 60% dos transportes via oceano.

O banco recomenda a compra dos papéis porque acredita que o preço do minério ainda não atingiu seu pico, e que até 2012 deve haver mais aquecimento no setor. O preço-alvo das ADRs (ações negociadas em Nova York) da Vale (VALE) para o Barclays é de 37 dólares, para a CSN (CSNA3) é de 75 reais, para a MMX (MMXM3) é de 20 reais e para a Bradespar (BRAP4) é de 56 reais.

A corretora Link Investimentos, porém, acredita que um reajuste veiculado pelo jornal japonês Nikkei - sobre o acordo entre Vale e Nippon - não se concretizará, já que o preço do minério no mercado à vista já atingiu um valor 120% maior do que os contratos feitos pela empresa brasileira, por conta da diminuição da tarifa de transporte entre Brasil e China e da própria alta dos negócios à vista. As empresas, então, seriam obrigadas a adotar o sistema trimestral de acerto nos valores.

Leonardo Alves, analista da Link, prevê um mercado mais maduro para as negociações do minério de ferro, talvez sendo usada uma Bolsa de mercadorias, contratos e derivativos para os contratos. A preferida de Alves no setor é a Vale, com um preço-alvo de 62 reais para suas ações (VALE5). A Link também acredita que a CSN deve ter desempenho acima da ,édia do mercado. O preço-alvo estimado é de 75 reais para seus papéis.

Os analistas da corretora do banco Bradesco, Raphael Biderman, Gina Montone e Alessandro Mady, elevaram o preço-alvo das ações da Vale de 62,4 reais para 79,2 reais por ativo. Além disso, os especialistas preveem um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) acima do esperado para a empresa em 2010 e 2011, algo em torno de 34,3 bilhões de dólares. A instituição espera um aumento de 110% nos contratos.

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