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Meu título do Tesouro Direto não é mais vendido. Terei prejuízo?

O Tesouro Direto passou a emitir novos papéis e deixou de negociar outros. E agora?

Medo: Não é preciso se preocupar, pois o Tesouro vai garantir a liquidez dos seus títulos (Thinkstock)

Medo: Não é preciso se preocupar, pois o Tesouro vai garantir a liquidez dos seus títulos (Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 16h41.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2017 às 19h29.

São Paulo - A prateleira de títulos públicos vendidos no Tesouro Direto mudou. Como é de praxe em todo início de ano, nesta quarta-feira (8) o Tesouro tirou de circulação alguns papéis para vender outros, com novas datas de vencimento. Se você tinha títulos antigos, o que acontece com o seu investimento?

Não é preciso se preocupar. O Tesouro Direto vai permitir resgatar todo o dinheiro investido em títulos que deixaram de existir, em qualquer momento, ou mantê-lo aplicado até a data de vencimento dos papéis. “Se você quiser vender esses títulos amanhã, consegue normalmente, apesar de não poder comprá-los mais”, explica o diretor da corretora Easynvest, Amerson Magalhães.

Deixaram de ser vendidos os títulos Tesouro Prefixado 2019, Tesouro Selic 2021 e Tesouro IPCA+ 2019. Passam, agora, a ser vendidos Tesouro Prefixado 2020, Tesouro Selic 2023 e Tesouro IPCA+ 2045.

Se você tem compras agendadas de um título que saiu de circulação, precisará cancelar esses agendamentos e reprogramar a compra de novos papéis parecidos. Troque, por exemplo, o Tesouro Selic 2021 pelo Tesouro Selic 2023, ou o Tesouro Prefixado 2019 pelo Tesouro Prefixado 2020.

Nesse caso, mesmo com prazo de vencimento diferente, é importante escolher um novo título que respeite o seu objetivo de investimento. Mantenha-se na família dos prefixados ou dos títulos atrelados à inflação ou à Selic, por exemplo.

Você pode reprogramar seus agendamentos sem complicações no site do Tesouro Direto ou na página da maioria das corretoras (veja quais são as instituições habilitadas e suas taxas). Vale lembrar que é possível agendar compras mensais de títulos públicos, a partir de 30 reais.

O que muda

Uma vez por ano, é normal o Tesouro Direto deixar de negociar alguns títulos públicos e passar a vender novos papéis. Isso acontece para proteger o investidor de pagar mais Imposto de Renda, como explica Caroline Guedes, gestora da área de captação e novos clientes da corretora Rico.

A aplicação em títulos públicos sofre desconto de Imposto de Renda quando o investidor resgata o dinheiro, no prazo de vencimento do título ou antes. A tributação varia entre 22,5%, com resgate em menos de um ano, e 15%, com resgate acima de dois anos. Assim, quem comprasse agora títulos com vencimento em 2019, por exemplo, seria obrigado a pagar alíquota maior de IR.

Mas além do IR, muda alguma coisa para o investidor aplicar em títulos que vencem daqui mais tempo? Para quem aplica no Tesouro Selic e no Tesouro Prefixado, não muito, já que os prazos de vencimento apenas passaram de 2021 para 2023 e de 2019 para 2020, respectivamente.

A mudança maior aconteceu para quem investe no Tesouro IPCA, como explica José Domingos Ruiz Neto, diretor de vendas da Spinelli Corretora. Esse é um título de longo prazo, que protege o investidor da inflação, e é uma boa opção de investimento para a aposentadoria.

O novo título vence só em 2045. Antes, o papel mais longo à venda no Tesouro Direto vencia em 2035, dez anos antes. Assim, quem investe para aposentadoria consegue deixar o dinheiro aplicado por mais tempo.

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