EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Por Chiara Quintão
São Paulo - O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou hoje que a cobrança de 1,5% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as operações de emissão de recibos de ações (DRs, Depositary Receipts) no exterior reduz a assimetria entre as "ações adquiridas aqui e os ADRs lá fora". Segundo ele, a medida "demonstra o compromisso do governo em desenvolver e fortalecer o mercado de capitais brasileiro".
A decisão da nova taxa foi tomada "de forma rápida", na avaliação de Edemir Pinto. Conforme o presidente da BM&FBovespa, o volume de ADRs negociados aumentou 48% após a determinação de cobrar IOF sobre aplicações estrangeiras na Bolsa brasileira. Edemir Pinto não fez projeções sobre o efeito da nova medida na liquidez dos papéis negociados na BM&FBovespa. "Vamos acompanhar estes dias de negociação para ver o impacto da medida."
Segundo ele, a cobrança de IOF sobre o capital estrangeiro dificulta aberturas de capital. Antes do acirramento da crise financeira internacional, havia 45 projetos de abertura de capital em andamento. "Com a crise, esses projetos foram desarmados. Vamos fechar o ano aquém das nossas expectativas", disse.
Na avaliação do presidente da BM&FBovespa, o primeiro semestre de 2010 será "um período muito importante" para aberturas de capital e novas ofertas de ações das empresas já listadas. Segundo ele, essa medida é importante principalmente para a abertura de capital de pequenas e médias empresas.
No entendimento do presidente da BM&FBovespa, a tributação de 1,5% de IOF será aplicada sobre a emissão de ADRs e a conversão de ações para a negociação de ADRs no exterior. Ele disse ainda que a entrada da Direcional Engenharia no pregão da Bovespa, a partir de hoje, representa a retomada das aberturas de capital para pequenas e médias empresas.