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PGBL e VGBL ganham espaço, mas será que valem a pena?

Especialistas recomendam o investimento para quem está de olho na aposentadoria; para objetivos diferentes, outras aplicações entregam melhores retornos

Pensar no longo prazo é imprescindível para quem investe em planos de previdência (Getty Images)

Pensar no longo prazo é imprescindível para quem investe em planos de previdência (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 11h59.

São Paulo - Os fundos de previdência privada terminaram o primeiro trimestre do ano com arrecadação de 11,7 bilhões de reais, um crescimento de 16,62% em relação ao mesmo período do ano passado. Compilados pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), os números apontam a entrada da classe C em um segmento tradicionalmente procurado por poupadores com orçamento mais folgado. 


Pelo menos é o que sustenta Marco Antônio Rossi, presidente da entidade. "Com o aumento da renda média da população cresce também o número de pessoas com condições de experimentar e buscar nos planos de previdência a formação de uma poupança de longo prazo", diz. "Ao mesmo tempo, as seguradoras estão desenvolvendo produtos flexíveis para atender esta nova demanda."

Campeões disparados entre os fundos com esse propósito, os planos VGBL e PGBL cresceram, respectivamente, 18,9% e 20,6% nos primeiros três meses do ano. Mas se as siglas costumam pular da boca dos gerentes quando o assunto é previdência, a escolha destes produtos não é indicada em uníssono pelos consultores financeiros.

Comumente, o PGBL é conhecido por oferecer benefícios fiscais ao investidor. Na prática, quem utiliza a declaração completa do Imposto de Renda pode deduzir até 12% do seu rendimento tributável se depositar igual quantia em um plano PGBL. Assim, um indivíduo com renda de 100.000 reais ao ano que aplicar 12.000 no plano, verá o montante sobre o qual incide o IR diminuir para 88.000 reais.

Entretanto, o executivo Fernando Meibak, autor do livro "O Futuro irá Chegar!" , sublinha que o imposto não deixará de ser pago - ele só será cobrado depois. E no momento do resgate, o IR devido vai incidir sobre todo o dinheiro investido, e não apenas sobre os lucros colhidos ao longo do tempo.

Nos planos VGBL, somente o rendimento recebe a mordida do Leão. Neste caso, contudo, o investidor não ganha nenhum abatimento fiscal. É justamente por isso que o plano costuma ser indicado para quem opta pela declaração simplificada, que permite um abatimento máximo de 20% sobre a renda tributável.


Para Meibak, as taxas de administração e carregamento podem corroer parte dos lucros nos dois tipos de fundo. Em levantamento encomendado por EXAME.com à seguradora MetLife, um fundo de investimento hipotético bateria tanto o PGBL quanto o VGBL nos primeiros 12 anos da aplicação. Com 100% dos recursos em renda fixa, taxa de administração de 1,5% ao ano e rentabilidade estimada de 6% acima da inflação nas três alternativas, um fundo PGBL só seria a melhor opção depois de longos 35 anos de aplicação.
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“Quando você paga o seguro do carro, você está se preparando para um eventual sinistro”, diz o educador financeiro Mauro Calil. “Com um plano de previdência é a mesma coisa: você se prepara para um sinistro que é a falta de trabalho ou de renda para a terceira idade.” Ele defende que o investimento não deve ser encarado como uma aplicação financeira.

“Se você quer se aposentar bem, talvez esta seja a melhor opção. Mas se você quer ganhar dinheiro, esse não é o produto”, diz. Para quem está de olho na rentabilidade no médio prazo, Calil recomenda pensar em títulos de tesouro direto, fundos DI e CDBs. Para horizontes mais longos, os fundos de ações também devem ser considerados. Para prazos de até seis meses, a melhor opção é mesmo a caderneta de poupança.

Segundo o advogado tributarista Samir Choaib, o PGBL não deixa de ter suas vantagens. “Quem declara no modelo completo e investe até 12% da renda tributável no plano, abate esse valor e deixa de pagar até 27,5% de IR sobre esse dinheiro hoje, para pagar 10% de imposto depois se o resgate acontecer depois de dez anos”, reforça.

Isso acontece porque ao contrário do que acontece com os outros tipos de fundo de investimento, que contam com alíquota mínima de 15%, a opção pela tributação regressiva em um fundo previdenciário dá ao investidor a oportunidade de abater 10% da aplicação a título de IR – mas apenas para quem deixar o dinheiro parado por mais de uma década. Do contrário, a obrigação tributária será ainda mais pesada. Para se ter uma ideia, a incidência de IR será de 35% para aplicações de até dois anos. Nos fundos comuns, a alíquota máxima é de 22,5%. 

Apesar da vantagem tributária ser compensatória no longo prazo, Choaib reitera que o motivo para investir no PGBL não pode estar ligando unicamente ao Fisco. “É preciso avaliar a gestão do plano, o custo e as taxas."

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