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Fintech abre corretora e tenta brigar com grandes grupos

A Toro faz o salto para a corretagem com o objetivo de ampliar o acesso das pessoas comuns ao mercado de ações

Toro: compra da ação será feita de acordo com o recurso que o investidor quiser aplicar, e não por um número definido de ações ou contratos (Toro/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de julho de 2018 às 10h26.

São Paulo - Após um movimento em que bancos e fundos de investimento compraram fatias de corretoras no país, a Toro Investimentos, de Minas Gerais, está se lançando nesse segmento, que tenta atrair o investidor comum com taxas mais baixas do que a dos bancos e adotar o discurso de "simplificar" a linguagem do mercado financeiro.

Criada há oito anos em Belo Horizonte como uma startup de educação financeira, a Toro faz o salto para a corretagem com o objetivo de ampliar o acesso das pessoas comuns ao mercado de ações. Hoje, segundo a empresa, apenas 600 mil pessoas físicas investem na bolsa.

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Para fazer frente a gigantes desse setor, como a líder XP, que recentemente vendeu quase metade de sua operação para o Itaú Unibanco por R$ 5,7 bilhões, e a Easynvest, que recebeu aporte de cerca de R$ 200 milhões do fundo de investimento americano Advent, a Toro conta com um capital inicial de R$ 46 milhões angariado entre diversos investidores. Um deles é o empresário Eugênio Mattar, presidente da Localiza.

Na visão de Francis Wagner, fundador do aplicativo Renda Fixa, a chegada de um novo concorrente é importante para movimentar o mercado. O diretor de relacionamento com clientes da B3, Felipe Paiva, diz esperar que o modelo da nova entrante amplifique a relação entre corretoras e investidores.

Segundo fontes do setor, a última corretora a ser erguida do "zero", sem a ajuda de um fundo de investimento ou o aval de um banco tradicional, foi a Modalmais, de 2015. Agora ligadas a grandes grupos, a XP e a Easynvest têm muito mais tempo de estrada: elas foram fundadas em 2001 e 1999, respectivamente.

Foco na bolsa

Os executivos que estão à frente da Toro Investimentos querem ter foco principal em renda variável. Eles lembram que hoje o total de brasileiros que investem na bolsa é equivalente a apenas 1% das 60 milhões de cadernetas de poupança. "Nosso objetivo é criar mercado. Há um potencial de 10 milhões de investidores (na Bolsa)", destaca Gabriel Kallas, 26 anos, um dos cinco sócios-fundadores da Toro.

Para atingir essa meta, a corretora vai abandonar o tradicional home broker, ferramenta de negociações que, na visão da Toro, só é inteligível para "iniciados".

Na nova corretora, as ações serão apresentadas em formato de cartões (cards), sinalizados com sua respectiva marca, para facilitar a visualização. Os cartões vão trazer ainda informações sobre cada companhia como as perspectivas para os próximos períodos.

A compra da ação também será feita de acordo com o recurso que o investidor quiser aplicar, e não por um número definido de ações ou contratos. No próprio cartão da ação também já estará incluída a ferramenta stop loss, que limita perdas, e o investidor poderá definir o valor que está disposto a perder.

A Toro também se compromete a cobrar taxa corretagem somente se o investidor tiver lucro com as ações recomendadas. O porcentual será de 10% dos ganhos.

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