Parque do Povo, no bairro do Itaim Nobre: metro quadrado mais caro de São Paulo para a compra de imóveis, segundo o Índice EXAME-Loft | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2021 às 06h30.
Última atualização em 30 de outubro de 2021 às 14h13.
A diferença de preços entre o valor anunciado do imóvel pelo proprietário e o efetivamente acertado na negociação com o comprador caiu em cinco dos dez bairros de São Paulo no trimestre encerrado em julho, segundo a mais nova edição do Índice Especulômetro EXAME-Loft.
Esse comportamento dos preços foi verificado nos bairros do Brooklin, do Campo Belo, da Vila Mariana e da Vila Nova Conceição, na zona sul da capital paulista, e na Vila Leopoldina, na zona oeste. Dois bairros não tiveram tendência apontada pela insuficiência de transações no período de análise: Alto de Pinheiros e Itaim Bibi.
O que aparenta ser uma boa notícia para quem deseja comprar um imóvel, no entanto, merece um pouco de cautela.
"A diferença entre o valor anunciado e o efetivamente transacionado caiu no período desta análise em boa parte das regiões. Isso se dá porque o preço está subindo em muitos bairros, e a mudança dos preços dos anúncios não acompanha essa alta na mesma velocidade”, disse Daniel Scalli, diretor de Engenharia e Data Science da Loft.
A maior diferença foi registrada no bairro do Jardim Paulista: 30,45%. A menor, na Vila Leopoldina, com apenas 7,63% de diferença entre o preço anunciado e o valor de fechamento do contrato nas transações realizadas no período.
Veja abaixo o ranking da diferença de preço nos 12 bairros que fazem parte da amostra da pesquisa:
O "Especulômetro EXAME-Loft" foi lançado em julho deste ano e mede, por meio de uma ferramenta de precificação desenvolvida pela Loft, a diferença percentual entre o preço de anúncio pelo proprietário na sua plataforma e o valor de fechamento do contrato entre as partes, registrado em cartório nas matrículas dos imóveis.
A ferramenta de precificação considera mais de 250.000 imóveis de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte que registraram alguma transação nos últimos dez anos.
O objetivo é levar informação para as partes envolvidas, ampliando a transparência do mercado e reduzindo a chamada assimetria de informações. Isso permite uma negociação de valores mais prática, poupando tempo e dinheiro das duas partes.
O índice é composto pelos dados de imóveis anunciados na plataforma da Loft e, posteriormente, registrados em cartórios em doze dos principais bairros da cidade de São Paulo, maior mercado do país. A metodologia adota o conceito de trimestre móvel para reduzir eventuais distorções causadas por variações concentradas em um único mês.
O fenômeno de tendência de aumento de preços foi verificado em quatro dos doze bairros da pesquisa, dos quais três justamente que tiveram queda na diferença de valores, como apontou o diretor de Engenharia e de Data Science Loft: Brooklin, Vila Leopoldina e Vila Nova Conceição. Completa essa lista o bairro do Jardim Paulista.
Veja abaixo o preço médio do metro quadrado nas transações registradas em cartórios nos três meses encerrados em julho (a defasagem ocorre por causa do tempo que se leva para que os dados de cartórios entrem no sistema):
A Loft foi fundada em 2018 pelos empreendedores Florian Hagenbuch e Mate Pencz e é uma startup que busca facilitar a compra e a venda de apartamentos por meio de uma plataforma digital, com preços e informações verificadas e soluções que tendem a agilizar e proporcionar praticidade na negociação.
Imóveis anunciados na plataforma da Loft são negociados em média em 2 a 3 meses, contra uma média do mercado de 8 a 9 meses.
A última rodada de captação Series D em maio, no valor de 525 milhões de dólares, levou o valuation da Loft para 2,9 bilhões de dólares, o que a colocou como uma das mais valiosas startups da América Latina.