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DataLand recebe aporte de novo family office de Laércio Cosentino e sócios

GHT4 tem como sócios-fundadores Caio David, Guga Valente, Cosentino e Rodrigo Vella e investirá até R$ 25 milhões em startup que faz uso de ciência de dados para orientar a ocupação urbana

Guga Valente, Caio David, Laércio Cosentino e Rodrigo Vella (a partir da esquerda), sócios-fundadores do Grupo GHT4, um multi family office | Foto: GHT4/Divulgação (Grupo GHT4/Divulgação)

Guga Valente, Caio David, Laércio Cosentino e Rodrigo Vella (a partir da esquerda), sócios-fundadores do Grupo GHT4, um multi family office | Foto: GHT4/Divulgação (Grupo GHT4/Divulgação)

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Marcelo Sakate

Publicado em 30 de agosto de 2021 às 16h27.

Última atualização em 30 de agosto de 2021 às 18h47.

A DataLand, startup que busca transformar e direcionar a ocupação urbana a partir da ciência de dados (data science), acaba de receber um aporte de 5 milhões de reais do GHT4, um multi family office que reúne experientes investidores do mercado. O investimento vem em uma rodada de seed money e pode chegar a 25 milhões de reais.

O GHT4 tem como sócios-fundadores Caio David, Guga Valente, Laércio Cosentino e Rodrigo Vella. O multi family office consolida as estruturas que cada um possuía para a gestão de seus investimentos, patrimônios e famílias, mas pretende ir além em busca de novas oportunidades. A Dataland é a primeira delas. Há mais duas startups no pipeline.

O GHT4 conta com outras oito empresas investidas, algumas com sócios em comum, outras com investimentos individuais. As principais startups do portfólio são: Mendelics, Shipay, Inovalli Jardins, BR-ME, Biosolvit e Brain4Care.

A DataLand, por sua vez, desenvolveu uma plataforma que analisa a cidade de São Paulo, lote a lote -- são mais de 3,5 milhões --, mas até o detalhe da quadra, a partir de mais de 400 camadas de dados. O plano é chegar a 40 municípios nos próximos anos.

As camadas trazem informações específicas como restrições à construção, regras de zoneamento e tombamento, acessibilidade por meio de transporte público, atividades de comércio e serviço, cobertura da vegetação, segurança pública etc. Os dados são cruzados conforme a necessidade e geram informações de forma instantânea.

"Por meio da plataforma, é possível visualizar a foto e o filme do que acontece em uma determinada região. E conectar as cidades ao crescimento sustentável, algo que é cada vez mais importante", disse Cristina Penna, uma das sócias-fundadoras da DataLand, à EXAME Invest. Ela é sócia também da Neoway, uma das maiores empresas de big data analytics do país.

A startup busca superar o desafio de fazer uso de ciência de dados diante do grande volume de informações disponíveis. Trata-se de uma dor do mercado imobiliário, diagnóstico feito a partir de entrevistas com mais de 40 incorporadoras, gestores de fundos imobiliários e especialistas de bancos.

Segundo ela, incorporadoras já recebem hoje um volume grande de dados, mas em geral acabam trabalhando com uma visão do bairro naquele momento, e não com uma perspectiva de evolução da área.

Penna tem experiência nas duas frentes: são 30 anos de mercado imobiliário, dos quais 20 anos com big data analytics.

Para os sócios da GHT4, a escolha da DataLand como investida se deu dentro do cumprimento de algumas premissas consideradas fundamentais. "Procuramos empresas que usem bastante tecnologia e que privilegiem a sustentabilidade dos negócios", disse Laércio Cosentino, um dos fundadores e principais acionistas da Totvs (TOTS3), à EXAME Invest.

"Estamos em um momento em que se fala cada vez mais da necessidade de planejamento urbano e de as cidades se reinventarem. Há uma necessidade de conhecimento de cada quarteirão, de cada lote, para saber quais são os recursos, por que instalar determinado empreendimento aqui e não ali, como será o adensamento", afirmou.

Segundo o empreendedor, a startup utiliza tecnologia, dados e inteligência artificial para fomentar ambientes de negócios melhores e um meio ambiente melhor para se viver.

Guga Valente, co-fundador do Grupo ABC, maior grupo de comunicação brasileiro, destaca outro ponto que levou ao investimento na DataLand.

"A capacidade de execução é fundamental. Há boas ideias que não chegam a ser colocadas de pé. E enxergamos essa capacidade na Cristina Penna e na sua equipe: ela já tem um histórico de realizações e isso faz toda a diferença", afirmou Valente.

Cosentino e Valente destacam o que avaliam ser o potencial de negócios da DataLand: o foco inicial natural é atender incorporadoras com estudo de terrenos e lançamentos, mas não deve se restringir a esse segmento.

"O ecossistema ao redor da tese da DataLand é muito grande. Atividades de comércio e serviços precisam conhecer a região antes de se instalar e podem fazer escolhas mais assertivas se conseguem saber a capacidade aquisitiva e o perfil do público, as restrições de construção etc. O poder público, por sua vez, tem condições de fazer uma política de investimentos mais coerente com as necessidades de cada lote. São amplas necessidades", disse Cosentino.

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