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Corretora monta carteira de ações para o cliente

Socopa lança um serviço de auxílio na escolha dos melhores papéis da bolsa que vai além do aconselhamento

Bovespa: corretora Socopa lança serviço em que monta carteira de ações para pequeno investidor (Marcel Salim/EXAME.com)

Bovespa: corretora Socopa lança serviço em que monta carteira de ações para pequeno investidor (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2011 às 08h12.

São Paulo - Desde que as corretoras Gradual e Mirae passaram a cobrar quase nada pela execução de ordens de compra e venda de ações no Brasil, praticamente todas as concorrentes adotaram o mesmo discurso de que não entrariam em guerra de preços e que tentariam se diferenciar com a oferta de melhores serviços. A disputa por clientes inclui a distribuição de relatórios de analistas, assessoria na montagem de operações com opções, concessão de crédito para alavancar os investimentos em bolsa, realização de cursos sobre o mercado acionário, convites para palestras com profissionais de análise técnica, fornecimento de tecnologia para negociações de alta frequência ou ajuda no cálculo do IR.

Todos esses serviços, entretanto, costumam não ser suficientes para atrair o investidor que não tem tempo nem conhecimento técnico para analisar as melhores opções do mercado. Foi pensando nesses potenciais clientes que a corretora paulista Socopa decidiu lançar o Sócio Fácil, um serviço de carteira administrada voltado ao pequeno investidor.

Assim como muitas concorrentes, a Socopa já oferecia o serviço de administração do portfólio de ações para clientes com patrimônio superior a 300.000 reais. O que mudou com o Sócio Fácil foi que investidores com 5.000 reais em conta agora podem contar com a ajuda de profissionais que tomarão as decisões de investimento.

A maioria das corretoras não oferece esse tipo de serviço porque considera impossível dar um atendimento personalizado a cada cliente que depositar 5.000 reais em uma conta. As taxas pagas em troca do serviço não seriam suficientes para torná-lo rentável. A forma encontrada pela Socopa para driblar essa restrição orçamentária foi comprar as mesmas ações para todos os clientes que aderirem ao Sócio Fácil. Os papéis escolhidos são os mesmos recomendados para os demais clientes pela equipe de analistas da Socopa.

Atualmente, a carteira "top pick" da corretora inclui cinco ações: Banco do Brasil, Duratex, OHL, Pão de Açúcar e Vale. Cada uma delas representa 20% da carteira. Sempre que um papel é trocado por outro no portfólio recomendado, a mesma alteração será feita na carteira do investidor. Segundo Rogério Manente e Fabricio Tota, gerentes de home broker da Socopa, o que o cliente ganha é a comodidade de não precisar a acompanhar a bolsa e ainda assim manter uma carteira de ações apropriada para determinado cenário econômico.


Perfomance

O resultado acumulado pela carteira recomendada da Socopa neste ano não é dos melhores. As ações indicadas pela instituição acumularam uma queda de 7,41% entre janeiro e abril, contra perdas de 4,58% do Ibovespa. Por outro lado, no longo prazo a carteira possui um bom histórico de resultados. Desde 2004, quando começou a ser divulgada, a carteira "top pick" rendeu 351,52%, contra 211,69% do Ibovespa (veja abaixo a rentabilidade ano a ano).

Ano Rentabilidade da carteira top pick da Socopa Ibovespa
2004 63,32% 17,81%
2005 24,65% 27,72%
2006 51,35% 32,93%
2007 34,12% 43,65%
2008 -49,40% -41,22%
2009 95,17% 82,65%
2010 10,63% 1,04%
2011 -7,41% -4,58%
Acumulado 351,52% 211,69%

O investidor que se interessar pelo Sócio Fácil deve estar ciente de que não vai levar para casa a rentabilidade total da carteira recomendada. Em troca do serviço, a Socopa cobra uma taxa de administração de 4% ao ano – cobrada mesmo quando os resultados não são bons. O investidor também deve arcar com uma taxa de 5 reais por ordem de compra ou venda de ações executada. Por último, é necessário pagar uma taxa de 20% sobre os ganhos que excederem o Ibovespa nos anos em que isso acontecer.

O serviço é mais caro do que muitos fundos de investimento. Na média, os fundos de ações, produto em que também há um profissional de gestão responsável por escolher os melhores papéis para o investidor, cobram 2,17% de taxa de administração, segundo dados da Anbima (a associação dos bancos de investimentos e gestores de recursos). Para os fundos voltados ao varejo que exigem uma aplicação mínima inferior a 25.000 reais, a taxa média de administração sobe para cerca de 3%.

Para aumentar a atratividade de seu serviço, a Socopa admite a possibilidade de deixar de cobrar a taxa de performance dos clientes, mas afirma que, mesmo com os custos, o produto continua interessante. A grande vantagem é que o cliente sempre sabe o que o gestor está comprando e vendendo – um nível de transparência que nenhum fundo oferece ao cliente.

Já a comparação do Sócio Fácil com outras opções, como clubes de investimento ou a assessoria de agentes autônomos, também seria favorável. Em geral, os clubes não contam com uma assessoria profissional. "Já as pessoas que contratam agentes autônomos de investimento não atentam ao fato de que eles são remunerados por ordem de compra ou venda executada", diz Fabricio, da Socopa. "Esse é um baita incentivo para que o agente gire a carteira em demasia como forma de aumentar a comissão que será paga pelo investidor."

O Sócio Fácil foi lançado no final do ano passado. Dos 13.000 clientes do home broker da Socopa, quase 300 decidiram colocar ao menos parte da carteira de investimentos no produto. A corretora lembra que o investimento em ações deve sempre ter perfil de médio e longo prazo. "E é sempre bem melhor ter uma assessoria profissional do que fazer um curso rápido de análise técnica, achar que já aprendeu o suficiente e começar a operar na bolsa com a perspectiva de obter ganhos rápidos", diz Fabricio.

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