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Corretora americana Passfolio chega ao Brasil com carteira de bitcoin

Para poder divulgar no país o serviço de investimento no exterior, fintech acertou parceria com a corretora brasileira RB Investimentos

Corretora Passfolio é mais uma opção para investir no exterior. Outro player mais conhecido é a Avenue Securities (Passfolio/Reprodução)

Corretora Passfolio é mais uma opção para investir no exterior. Outro player mais conhecido é a Avenue Securities (Passfolio/Reprodução)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 12h15.

A corretora americana Passfolio fechou uma parceria com a corretora RB Investimentos, do grupo RB Capital, para divulgar seu serviço para investidores brasileiros interessados em comprar ações, ETFs (fundos de índice) e REITs (fundos imobiliários) nas bolsas dos Estados Unidos, além de criptomoedas.

A chegada indireta da Passfolio se insere em um movimento crescente de internacionalização da carteira de ativos por investidores de varejo, com valores mais baixos para aplicar em ativos.

A fintech Passfolio está presente em 170 países e seis continentes. É membro da FINRA e do SIPC, entidades americanas que , respectivamente, autorregulam e protegem ativos de clientes em até 500 mil dólares. Tem parceria com a corretora Drivewealth e parte do seu capital provém de investidores como o Camp One Ventures.

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A empresa oferece investimentos sem taxas de corretagem, negociação de ações fracionárias e permite que clientes depositem criptomoedas na conta da corretora. Clientes também podem depositar moedas locais no aplicativo por meio de transferências via TED ou Pix.

O arranjo com a RB Investimentos é necessário para que a corretora possa se adequar à norma do órgão regulador do mercado financeiro brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A parceria precisa ser feita com uma corretora ou distribuidora de títulos mobiliários (DTVM). Sem a parceria, a Passfolio ficaria impedida de divulgar seus serviços no país: poderia apenas oferecer serviços de forma passiva fora do país.

No final do ano passado, a CVM já havia suspendido ofertas das Passfolio no país, argumentando que não estava autorizada a captar clientes residentes no Brasil por não integrar o sistema de distribuição de títulos mobiliários nacional.

O arranjo é semelhante ao que fez a pioneira do segmento de corretoras que fazem a ponte do mercado americano com investidores brasileiros, a Avenue Securities. A Avenue comprou a corretora Coinvalores para ser autorizada a buscar clientes no país. Mais recentemente, a plataforma australiana Stake firmou acordo parecido com a corretora Ativa.

De acordo com a RB Investimentos, apesar do dólar valorizado (que significa baixo poder de compra para brasileiros), os juros baixos no Brasil têm incentivado investidores a buscar novas opções de diversificação de seus investimentos e, entre as opções, estão ativos no exterior. “Essa parceria estratégica reforça nosso objetivo de oferecer produtos e serviços diferenciados ao investidor brasileiro”, afirma Jorge Teixeira, diretor de parcerias da RB Investimentos.

Com um ano e meio de existência, a RB Investimentos tem 35 mil clientes e 2,5 bilhões de reais em carteira. Oferece aos clientes fundos, acesso ao Tesouro Direto, produtos de previdência privada, ações, derivativos e fundos imobiliários. Também tem fundos exclusivos estruturados.

O aplicativo da Passfolio está disponível na App Store e no Google Play. Para criar uma conta, o investidor precisa ter pelo menos 18 anos, possuir um documento de identificação válido (passaporte, CNH ou RG) e um comprovante de endereço em seu nome.

Futuro em aberto

O processo de análise do modelo de negócios de Avenue, Passfolio e Stake, que consiste em ter uma corretora ou uma plataforma sediada no exterior prospectando clientes no Brasil por meio de uma corretora nacional, ainda não foi encerrado na CVM.

A Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) ouviu agentes sobre o assunto e o tema voltou ao colegiado no dia 3 de novembro, mas um diretor pediu vistas do processo.

Teixeira, da RB, está otimista que o regulador irá olhar o segmento com "bons olhos". Será preciso delimitar claramente os limites das parcerias em uma instrução. "Queremos ampliar a parceria no futuro. Mas, por enquanto, estamos apenas divulgando serviços da Passfolio de forma geral, sem entrar no detalhe de produtos específicos."

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